sábado, 6 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 393 (A e B)


ALGUMAS TRILHAS DE HIRAN PARA O ACESSO A NOSSOS TEMPOS.
(Conclusão Informabim  392)      Irm Antônio do Carmo Ferreira
 
 
estejam envolvidos, do qual todos se sintam inerentes e não apenas uma circunstância. Sem esta motivação, o maçom se sentirá um estranho fora do ninho, sem ter o que fazer no vazio, e vai embora. A duração da vida maçônica não será medida pelo tempo, mas sim pela utilidade em favor da Ordem e do próximo.
E quando se fala em plano reitor, não é de se esperar que alguém levante a mão e peça sugestões. O maçom não deve gostar do repetitivo.  O filósofo alemão, Hegel, dava destaque, em sua “arte de pensar”, ao “pensamento pensante”, contrário ao “pensamento pensado”. Ouvir e repetir, para ele, compunham um fato medíocre, sem qualquer contribuição para a evolução (o pensamento pensado). Seu elogio estava na apreciação crítica do que se ouvia e aprendia, no melhoramento dos conceitos, no fato inovador, no estabelecimento de uma nova fronteira (o pensamento pensante). José Américo de Almeida, escrevendo o romance A Bagaceira, registra que “Ver bem não é ver tudo; é ver o que os outros não vêem”.
Outro dia, perguntei a um líder como ia a sua Oficina, ao que ele me respondeu: “sobrevivendo, Mestre!” Deixou-me triste a sua reposta, e meses depois, sua Oficina “abatia colunas”. Porque, neste caso, a sobrevivência é a acomodação, é a esclerose, é a inércia, é a aceitação do fim. A organização, como a pessoa, precisa, em cada dia, renascer. A sua vida precisa ser reinventada em cada amanhecer.
Convém que estejamos sempre lembrados de que “o trabalho maçônico é uma maneira que os obreiros escolheram para participar do mundo; se não for assim, a maçonaria passa a ser um clube sem serviço. A maçonaria precisa contribuir para o progresso e desenvolvimento da humanidade. A vida é uma entrega e o maçom precisa contribuir, entregar alguma coisa” (Octacilio Schüler Sobrinho, O Prumo nº 142/2002). E neste procedimento, convenhamos, a repetição será de pouca ou nenhuma valia. O progresso estará do lado da inovação, do “pensamento pensante”.
Nossa geração não deve passar à história como a geração dos omissos. Porque os costumes de hoje não são os costumes do passado. Há os que melhoraram, mas também está aí o nosso mundo povoado de maus costumes, de costumes corrompidos e degradados. A sociedade clama a ação da maçonaria. As organizações têm, cada uma, o seu papel. Recordo aqui a parábola dos “talentos”: os que receberam e colocaram em funcionamento, perdendo ou ganhando, foram considerados pelo Senhor; os que guardaram na botija, foram taxados de covardes e omissos.
A maçonaria, não devemos esquecer, que não é apenas iniciática, esotérica, templária. Ela é, igualmente, filantrópica e progressista, exotérica, comunitária. Parece lembrar aqueles, ensinamentos do apóstolo Lucas, numa das passagens do Evangelho segundo ele: “A candeia cheia de azeite e acesa não se coloca sob a cama, mas se pendura no centro da sala, para que os muitos sejam iluminados”. Se em seu plano reitor, uma Loja significa pouco e tem apenas a candeia, se associe a outras que têm o azeite; seus maçons se dêem as mãos. O trabalho maçônico não é competidor; é uma atividade eminentemente cooperativa, pois “bom e suave é que os irmãos vivam em união”.
Então? Se os costumes dos nossos dias são outros, como são, cabe-nos, mantendo a essência de nossa querida maçonaria, sermos sensíveis às mudanças que se impõem e praticarmos os meios de superação dos desafios emergentes.
Nos nossos tempos, muitos são os templos a construir. E muitos mais jubelos estão à espreita de Hiran, antepondo-se à realização de seu trabalho. Mas não seja isto o fator impediente a abertura de suas trilhas, percorrendo as quais chegarão os maçons à sociedade carente com os ingredientes dos novos costumes. Fazer o bem é sua missão, na qual se inclui superar desafios, o que “para muitos é uma qualidade rara”, porém no maçom “não passa do simples cumprimento do dever”.
 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário