CONTRIBUIÇÃO
DA MAÇONARIA PARA COM A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Irm Roberto Keller
Carvalho Gonçalves
INTRODUÇÃO:
A independência do Brasil era a meta específica dos
fundadores do Grande Oriente e logo todos eles dedicaram-se a consegui-la,
embora o processo emancipador, nos meios maçônicos já tivesse sido iniciado
antes de 17 de junho de 1822.
O PROCESSO DE INDEPENDÊNCIA:
A moderna historiografia em história do Brasil
remete o início do processo à transferência da corte portuguesa para o Brasil,
a partir de 1808. Desde 1801 já se considerava a ideia da transferência da
corte portuguesa para o Brasil. Em Novembro de 1807, diante da eminência da
invasão de Portugal pela França, iniciou-se a viagem da Família Real e da Corte
Portuguesa para o Brasil.
O passo seguinte, que conduziu à independência do
Brasil, foi a eclosão da Revolução liberal do Porto (24 de agosto de 1820),
eclosão esta que impôs o regresso de D. João VI a seu país.
Pressionado pelo triunfo da revolução
constitucionalista, o soberano retornou com a família real para Portugal,
deixando o seu primogênito, D. Pedro, como príncipe regente no Brasil.
Embora o rompimento político com Portugal fosse o
desejo da maioria dos brasileiros, havia muitas divergências. No movimento
emancipacionista havia grupos sociais distintos com distintas concretizações de
suas aspirações.
Na disputa contra os conservadores, os radicais
cometeram o erro de reduzir a questão à luta pela influência sobre o Príncipe
Regente. Era inevitável que este preferisse os conservadores. Ademais, os
conservadores encontraram em José Bonifácio de Andrada e Silva um líder bem
preparado para dar à independência a forma que convinha às camadas dominantes.
A situação do Brasil permaneceu indefinida durante o ano de 1821. Na realidade,
o primeiro passo oficial dos Maçons, nesse sentido, foi o “Fico”, de 9 de
Janeiro de 1822, o qual representou uma desobediência aos decretos 124 e 125,
emanados das Cortes Gerais portuguesas e que exigiam o imediato retorno do
príncipe a Portugal e, praticamente, a reversão do Brasil à sua condição
colonial. O episódio do “Fico” foi feito sob a liderança dos Maçons José Joaquim
da Rocha e José Clemente Pereira e com a representação de diversas províncias
ao príncipe, no sentido de que desobedecesse aos decretos, permanecendo no
país.
No Rio de Janeiro também havia sido elaborada uma
representação (com coleta de assinaturas) em que se pedia a permanência de D.
Pedro de Alcântara no Brasil. Representação esta, redigida pelo frei Francisco
de Santa Tereza de Jesus Sampaio, orador da Loja “Comércio e Artes”.Em resposta
à alusão às hostes maçônicas, o Príncipe Regente decidiu desobedecer às ordens
das Cortes e permanecer no Brasil, pronunciando a célebre frase "Se é para
o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto. Digam ao povo que
fico!". O episódio tornou-se conhecido como "Dia do Fico". Tal
decisão deu a D. Pedro forte apoio popular e representava o começo do
aliciamento do príncipe.
Os Maçons fluminenses, sob a liderança de Joaquim
Gonçalves Ledo, resolviam, a 13 de maio de 1822, dar ao Regente o título de
"Defensor Perpétuo do Brasil", numa cartada política à qual não
faltavam, porém, interesses das lideranças, que pretendiam melhorar o prestígio
político junto ao regente e até suplantar o prestígio de que José Bonifácio
desfrutava junto a ele. As escaramuças entre os grupos de Ledo e de Bonifácio
já começavam aí.
Com o grande número de adesões à Loja líder do
movimento emancipador, a “Comércio e Artes”, foi então fundado o GRANDE
ORIENTE, a 17 de Junho de 1822, dia que, no calendário maçônico, correspondia
ao 28° dia do 3° mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822. Atas da
fundação do Grande Oriente e anteriores e posteriores à proclamação da
independência mostram a continuidade da luta pela emancipação política do país.
Os
liberais radicais mantinham-se ativos: por iniciativa de Gonçalves Ledo, uma
representação foi dirigida a D. Pedro para expor a conveniência de se convocar
uma Assembleia Constituinte.O Príncipe decretou a convocação em 13 de junho de
1822. A pressão popular levaria a
(Conclusão no INFORMABIM 379)
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