CHAMAMENTOS
DE AGORA
Irm
Antônio do Carmo Ferreira
O medievo inglês
ganha a menção honrosa de ver nascer e crescer, em seu seio, a maçonaria. Então
Corporação de Ofício, cujos integrantes se dedicaram às construções de pedra,
principal matéria prima utilizada para
erigir, naqueles tempos, palácios, mosteiros e, sobretudo, as grandes catedrais
góticas. Pedreiros que empolgaram e atraíram gerações com o seu trabalho e,
mercê disto, robusteceram a humanidade, dando um inesquecível nome à sua
Corporação que ficou, na história, conhecida como a Maçonaria Operativa.
Missão cumprida
e esmaecida, o Velho Mundo, já no século XVIII, rendeu-lhe grande e
indestrutível homenagem, indo buscar, na simbologia de seus feitos, a geração
de uma outra maçonaria – a Especulativa. Mas com o mesmo objetivo: CONSTRUIR.
Não mais a construção de obras de pedra, destinadas ao usufruto de alguns. Mas a edificação de uma
sociedade que baseada no amor, ensejasse a felicidade para todos.
Neste mundão de
hoje, ganancioso e desumano, levanta-se o maçom para a reconstrução da
humanidade, em “que todos sejam um” (divisa da maçonaria da COMAB) no amor a
Deus e, por extensão, não só amando o próximo, mas também dignificando a
família e honrando a pátria. Cooperador da obra divina, e, nisto, seu
continuador, pois a vida nos é dada para ser feita e, como é uma “peregrinação
de retorno à Casa do Pai” (Santo Agostinho), deverá ser talhada segundo às
exigências de sua destinação.
O Maçom é
“construtor de templos à virtude”.Convenhamos, o mais lindo construir! E é
assim que rezam as normas da Fraternidade. A Loja é a escola de sua formação.
Para esse mister a ela os maçons comparecem com assiduidade, para, em conjunto
com os seus irmãos, instruírem-se reciprocamente nas práticas da virtude. O
maçom mesmo esculpindo-se, adaptando-se, nessa formação, ao espaço que lhe for
reservado no levantamento do edifício social, “submetendo suas vontades,
vencendo suas paixões”. Mas deve estar sempre advertido de que “na construção
do templo”, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles
a ignorância. Por isto a maçonaria leva na mais alta advertência o combate a
ela.. É do seu ideário o combate a essa triste condição da humanidade,
alertando que a “ignorância é a mãe de todos os vícios”. Então “cavar-lhe
masmorra” é missão fundamental. O maçom é um missionário que se forma
construtor, não para ostentar o diploma colocado na parede de seu gabinete de
trabalho, mas para ir construir. Daí o entendimento de que a Loja maçônica não
é o limite. E sim a VERTENTE. É como se desse interpretação e praticidade à
parábola do “semeador” que recebeu as sementes, mas não as guardou em seu
embornal. “Exiit seminare” (Mateus 13, 4) – Saiu a semear ...
Nossa sociedade
profana revela-se carente de um maior impulso em sua marcha para o progresso.
Pois muitas nações já desfrutam de uma excelente qualidade de vida. Mas nós não
estamos entre elas. É urgente, portanto, correr em sua busca. E por que ainda não estamos lá? O diagnóstico desse
atraso aponta para o acentuado estágio de ignorância em que nos encontramos. Os
maçons estão atentos a esse diagnóstico. Não só atentos, mas também presentes
no fomento às atividades de superação desse emperramento. Sempre fomos chamados
a isto.
Recentemente, a
precariedade de nossas condições foi exposta internacionalmente. Sendo a nossa
juventude, a principal vítima do descaso da geração que a produziu e colocou
“neste vale de lágrimas”. Um mundo desafiante por uma acelerada formação de
conhecimento tecnológico, e nós, no aceiro, desprovidos das
ferramentas para o
seu entendimento e dos rudimentos para a sua leitura. Os integrantes
da maçonaria têm
razão de sobra
em se irritarem
com isto, e
clamam como o
(Conclusão
no Informabim, edição 390)
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