sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 389 (A e B)


CHAMAMENTOS DE AGORA

Irm Antônio do Carmo Ferreira

 

 

O medievo inglês ganha a menção honrosa de ver nascer e crescer, em seu seio, a maçonaria. Então Corporação de Ofício, cujos integrantes se dedicaram às construções de pedra, principal matéria  prima utilizada para erigir, naqueles tempos, palácios, mosteiros e, sobretudo, as grandes catedrais góticas. Pedreiros que empolgaram e atraíram gerações com o seu trabalho e, mercê disto, robusteceram a humanidade, dando um inesquecível nome à sua Corporação que ficou, na história, conhecida como a Maçonaria Operativa.

Missão cumprida e esmaecida, o Velho Mundo, já no século XVIII, rendeu-lhe grande e indestrutível homenagem, indo buscar, na simbologia de seus feitos, a geração de uma outra maçonaria – a Especulativa. Mas com o mesmo objetivo: CONSTRUIR. Não mais a construção de obras de pedra, destinadas ao usufruto de alguns. Mas a edificação de uma sociedade que baseada no amor, ensejasse a felicidade para todos.

Neste mundão de hoje, ganancioso e desumano, levanta-se o maçom para a reconstrução da humanidade, em “que todos sejam um” (divisa da maçonaria da COMAB) no amor a Deus e, por extensão, não só amando o próximo, mas também dignificando a família e honrando a pátria. Cooperador da obra divina, e, nisto, seu continuador, pois a vida nos é dada para ser feita e, como é uma “peregrinação de retorno à Casa do Pai” (Santo Agostinho), deverá ser talhada segundo às exigências de sua destinação.

O Maçom é “construtor de templos à virtude”.Convenhamos, o mais lindo construir! E é assim que rezam as normas da Fraternidade. A Loja é a escola de sua formação. Para esse mister a ela os maçons comparecem com assiduidade, para, em conjunto com os seus irmãos, instruírem-se reciprocamente nas práticas da virtude. O maçom mesmo esculpindo-se, adaptando-se, nessa formação, ao espaço que lhe for reservado no levantamento do edifício social, “submetendo suas vontades, vencendo suas paixões”. Mas deve estar sempre advertido de que “na construção do templo”, de permeio, no material, encontram-se vários obstáculos, entre eles a ignorância. Por isto a maçonaria leva na mais alta advertência o combate a ela.. É do seu ideário o combate a essa triste condição da humanidade, alertando que a “ignorância é a mãe de todos os vícios”. Então “cavar-lhe masmorra” é missão fundamental. O maçom é um missionário que se forma construtor, não para ostentar o diploma colocado na parede de seu gabinete de trabalho, mas para ir construir. Daí o entendimento de que a Loja maçônica não é o limite. E sim a VERTENTE. É como se desse interpretação e praticidade à parábola do “semeador” que recebeu as sementes, mas não as guardou em seu embornal. “Exiit seminare” (Mateus 13, 4) – Saiu a semear ...

Nossa sociedade profana revela-se carente de um maior impulso em sua marcha para o progresso. Pois muitas nações já desfrutam de uma excelente qualidade de vida. Mas nós não estamos entre elas. É urgente, portanto, correr em sua busca. E por  que ainda não estamos lá? O diagnóstico desse atraso aponta para o acentuado estágio de ignorância em que nos encontramos. Os maçons estão atentos a esse diagnóstico. Não só atentos, mas também presentes no fomento às atividades de superação desse emperramento. Sempre fomos chamados a isto.

Recentemente, a precariedade de nossas condições foi exposta internacionalmente. Sendo a nossa juventude, a principal vítima do descaso da geração que a produziu e colocou “neste vale de lágrimas”. Um mundo desafiante por uma acelerada formação de conhecimento tecnológico, e nós, no aceiro, desprovidos  das  ferramentas  para  o  seu  entendimento e  dos rudimentos para a sua leitura. Os  integrantes  da   maçonaria  têm  razão  de  sobra  em  se  irritarem  com  isto,  e  clamam como o

 

                                                                                      (Conclusão no  Informabim, edição 390)

 

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