sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 390 (A e B)


CHAMAMENTOS DE AGORA

Irm Antônio do Carmo Ferreira

(Conclusão. Vide Informabim 389)

 

 

apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos (13, 11):”Já é tempo de despertar”. Pois é. Este é o tempo. E os maçons estão empenhadíssimos nos resultados positivos desse projeto, como se relessem Marcel Proust “à procura do tempo perdido”.  Embora sabendo e alertando que a responsabilidade é de todos, do Estado, das Instituições, da Família. A melhoria da qualidade de nossa educação, em que reside e se baseia o futuro do País, é urgente, não só na prédica, mas na prática. Não só na palavra, mas na ação. Não só no discurso, mas no exemplo. E aí presta-se homenagem ao Padre Vieira, quando sugere que “o maior de todos os sermões é o exemplo”.

Os maçons têm feito a sua parte, não se limitando a apontar erros. Não. Isto seria muito pouco. Eles têm mostrado caminhos. Eles desejam ser e são parte da solução. Vejamos, por exemplo, o destaque “biblioteca, livro, hábito de leitura”, um dos assuntos que têm sido mote permanente nos cuidados da maçonaria brasileira. Aí recordo Xico Trolha, querendo responder a uma insinuação de seu tempo “de que o maçom  não gostava de ler”.  Irritado, chamou-me para uma campanha. Santa campanha, Irmãos! Foi inventado o Círculo do Livro Maçônico, a cargo dele mesmo. Um título por mês, editado sem lucro, a custo de fatores. O incremento da divulgação da iniciativa ficou a cargo da ABIM, que tem cumprido a sua parte com a divulgação do projeto, de modo que ninguém pudesse dizer que não lia, porque não podia adquirir o livro. Hoje, todo mês, estão dois mil e quinhentos exemplares à disposição dos maçons, a preços insignificantes, para os sócios do CLM e para a formação das mini-bibliotecas nas Lojas, contribuindo para a formação do hábito da leitura. E no hábito da leitura encontra-se o forte antídoto de combate à febre da ignorância.

A sanção do Plano Nacional de Educação 2, convertendo-o em  Lei, com vigência até 2024, muito nos alegrou. A sua tramitação no Congresso  pôs os maçons em alerta, acompanhando atentamente passo a passo, e denunciando quando se dava qualquer engavetamento. Contudo sempre dizendo que o PNE por si só era apenas uma carta de intenções, se não viesse, para sua prática uma Lei de Responsabilidade Educacional. Não veio. E está aí tudo como estava, talvez pior, porque agora há um envolvimento com a frustração. Cortes e mais cortes dos recursos financeiros destinados à educação. A semana passada, e ficará na lembrança para sempre essa triste decisão, o orçamento do Ministério foi reduzido em R$ 1 Bilhão (Editorial do Diário de Pernambuco, 02/08/2015). Então cadê a tão alardeada “Pátria Educadora” ? Quatro Ministros em menos de um ano ... É, decerto, imensa a distância entre as palavras e os atos.

A mídia, todo dia, bate forte na precariedade de nossa economia, na diminuição da produção industrial, no aumento do desemprego, na esgarçadura do tecido político brasileiro, na desconfiança com que nos olham os investidores do Exterior.  E não fala nada de nosso futuro. Como se nós não tivéssemos amanhã. Digo isto, porque o espaço para se falar de educação, do ensinar, do instruir, do aprender, da economia do conhecimento, da pesquisa para a inovação, encolheu, diminuiu tendendo para zero. Apenas aqui e ali, uma pequena marca verde de esperança. Uma escola que ganha um prêmio. Um professor que recebe uma láurea, por investimento próprio. Cada Município deve ter um plano de educação, como cada Estado deve seguir a mesma trilha. É obrigação estabelecida no PNE, mas até agora cumprida somente por alguns.

E todas essas mazelas e vícios não irão se exaurir tão cedo, pelo menos até enquanto não se entender que a cura está na educação e se lhe der a prioridade que merece. Entendo que para os maçons, missionários do construir, esses são os chamamentos de agora.

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