CHAMAMENTOS
DE AGORA
Irm
Antônio do Carmo Ferreira
(Conclusão. Vide Informabim 389)
apóstolo Paulo em sua carta aos Romanos
(13, 11):”Já é tempo de despertar”. Pois é. Este é o tempo. E os maçons estão
empenhadíssimos nos resultados positivos desse projeto, como se relessem Marcel
Proust “à procura do tempo perdido”.
Embora sabendo e alertando que a responsabilidade é de todos, do Estado,
das Instituições, da Família. A melhoria da qualidade de nossa educação, em que
reside e se baseia o futuro do País, é urgente, não só na prédica, mas na
prática. Não só na palavra, mas na ação. Não só no discurso, mas no exemplo. E
aí presta-se homenagem ao Padre Vieira, quando sugere que “o maior de todos os
sermões é o exemplo”.
Os maçons têm
feito a sua parte, não se limitando a apontar erros. Não. Isto seria muito
pouco. Eles têm mostrado caminhos. Eles desejam ser e são parte da solução.
Vejamos, por exemplo, o destaque “biblioteca, livro, hábito de leitura”, um dos
assuntos que têm sido mote permanente nos cuidados da maçonaria brasileira. Aí
recordo Xico Trolha, querendo responder a uma insinuação de seu tempo “de que o
maçom não gostava de ler”. Irritado, chamou-me para uma campanha. Santa
campanha, Irmãos! Foi inventado o Círculo do Livro Maçônico, a cargo dele
mesmo. Um título por mês, editado sem lucro, a custo de fatores. O incremento
da divulgação da iniciativa ficou a cargo da ABIM, que tem cumprido a sua parte
com a divulgação do projeto, de modo que ninguém pudesse dizer que não lia,
porque não podia adquirir o livro. Hoje, todo mês, estão dois mil e quinhentos
exemplares à disposição dos maçons, a preços insignificantes, para os sócios do
CLM e para a formação das mini-bibliotecas nas Lojas, contribuindo para a
formação do hábito da leitura. E no hábito da leitura encontra-se o forte
antídoto de combate à febre da ignorância.
A sanção do
Plano Nacional de Educação 2, convertendo-o em
Lei, com vigência até 2024, muito nos alegrou. A sua tramitação no
Congresso pôs os maçons em alerta,
acompanhando atentamente passo a passo, e denunciando quando se dava qualquer
engavetamento. Contudo sempre dizendo que o PNE por si só era apenas uma carta
de intenções, se não viesse, para sua prática uma Lei de Responsabilidade
Educacional. Não veio. E está aí tudo como estava, talvez pior, porque agora há
um envolvimento com a frustração. Cortes e mais cortes dos recursos financeiros
destinados à educação. A semana passada, e ficará na lembrança para sempre essa
triste decisão, o orçamento do Ministério foi reduzido em R$ 1 Bilhão (Editorial do
Diário de Pernambuco, 02/08/2015). Então cadê a tão alardeada “Pátria Educadora”
? Quatro Ministros em menos de um ano ... É, decerto, imensa a distância entre
as palavras e os atos.
A mídia, todo
dia, bate forte na precariedade de nossa economia, na diminuição da produção
industrial, no aumento do desemprego, na esgarçadura do tecido político
brasileiro, na desconfiança com que nos olham os investidores do Exterior. E não fala nada de nosso futuro. Como se nós
não tivéssemos amanhã. Digo isto, porque o espaço para se falar de educação, do
ensinar, do instruir, do aprender, da economia do conhecimento, da pesquisa
para a inovação, encolheu, diminuiu tendendo para zero. Apenas aqui e ali, uma
pequena marca verde de esperança. Uma escola que ganha um prêmio. Um professor
que recebe uma láurea, por investimento próprio. Cada Município deve ter um
plano de educação, como cada Estado deve seguir a mesma trilha. É obrigação
estabelecida no PNE, mas até agora cumprida somente por alguns.
E todas essas
mazelas e vícios não irão se exaurir tão cedo, pelo menos até enquanto não se
entender que a cura está na educação e se lhe der a prioridade que merece. Entendo
que para os maçons, missionários do construir, esses são os chamamentos de
agora.
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