segunda-feira, 28 de março de 2016

INFORMABIM 400 (A e B)


NOSSO MAIOR DESAFIO DESTES TEMPOS

Irm Antônio do Carmo Ferreira

 

A mídia, todo dia, bate forte na precariedade de nossa economia, na diminuição de nossa produção industrial, no aumento do desemprego, na esgarçadura do tecido político brasileiro, na desconfiança com que nos olham os investidores do Exterior. Coisas do passado que eclodem agora e prendem a atenção de todos. Mas não fala nada de nosso futuro. Como se nós não tivéssemos amanhã. Fôssemos um corpo sem destino. Dante Alighieri, se vivo fosse, nem precisava dissertar sobre o inferno. Bastava aconselhar uma “espiadinha” no agora brasileiro. E pronto: “perdei a esperança”.  Escrevo assim, porque o espaço para se falar de educação, do ensinar, do instruir, do aprender, da economia do conhecimento, da pesquisa para a inovação – ingredientes sem os quais não se construirá o progresso – encolheu, diminuiu tendendo para zero. Apenas aqui e ali, uma pequena marca verde de esperança. Uma escola que ganha um prêmio. Um professor que recebe uma láurea, contudo custeados por  seus próprios recursos. A “pátria” aguarda ansiosa o momento de ser “educadora”, pois esse objetivo é um dever constitucional, posto que “a educação é um direito de todos” (Art.205 da CF).          

Esse é o entendimento de quantos têm compromisso, não apenas consigo mesmo, mas com a Pátria. Que exigem uma resposta para já, como, por exemplo, se posiciona,  em editorial de 2/8/2015, o Diário de Pernambuco, com toda a sua responsabilidade de ser o jornal mais antigo em circulação na América Latina. Escreve seu editor que a “educação” em nosso país está “sem avanços”, alertando sobre a gravidade que isso representa com a chamada de  que “a educação é o maior desafio do Brasil no século 21”.                              

Prossegue o Diário de Pernambuco em seu editorial até um tanto cético (e não é pra menos), pois “á medida que o tempo passa, a situação se agrava e a solução se distancia. A pátria educadora, alardeada como prioridade no discurso de posse [ ...] não passou de promessa. Décadas de negligência pioraram o ensino, expulsaram alunos e afugentaram os talentos da carreira do magistério”, deixando o Brasil com uma “educação sem avanços”.                                                                                                    Recordo que foi uma luta danada para se ver sancionada a Lei do Plano Nacional de Educação 2 que prevê um investimento, na sua fase conclusiva, de 10% do produto interno bruto. Uma carta de intenção diante das frustrações que vêm aparecendo. Recentemente,  em vez de avançar, o orçamento do Ministério foi reduzido em um bilhão de reais. Faltou uma peça chave na maquinaria do PNE2 – a responsabilidade educacional, que, decerto, estancaria tamanha voracidade.                                       

O que se torna mais frustrante ainda, penso eu acompanhando a constatação do Diário de Pernambuco a que nos vimos referindo e damos parabéns,  é  saber que “sem quadros de excelência, não há como proceder a revolução por que clama o País” e nesse campo, que é inerente à  educação, nada  se vislumbra, sequer,  nem por aceno, um passo à frente, tornando-se por conseqüência em nosso maior desafio destes tempos.

sábado, 26 de março de 2016

INFORMABIM 399 (A e B)


ATENÇÕES QUE DEVEMOS PRESTAR AO CHAMAMENTO DOS LÍDERES

Irm Antônio do Carmo Ferreira

 


O historiador Arnold Toynbee escreve “Desafios de nossos Tempos”. Uma advertência a humanidade para o tempo que se vem encurtando entre as descobertas. Antes, milhões de anos. Hoje, pedaço de uma hora. A indústria e a Universidade consorciadas nas pesquisas, para a geração de novos produtos – a inovação; e ou para aumentar a velocidade da produção -  tecnologia. A cada instante, o surgimento de “um maravilhoso mundo novo”, como sonhara Aldoux Huxley. Mundo novo que se torna rapidamente ciente de todos, graças ao próprio processo inovador no campo das comunicações, que adquiriu surpreendente velocidade, fazendo desse mundão de meu Deus uma “aldeia global”, como acreditando, mas parecendo ainda não acreditar, chamou-o  Marschal MacLuhan. Penso que Toynbee nos queria advertir sobre isto, sugerindo que não nos acomodássemos para receber o prato feito, mas em aprender a fazê-lo melhor e em menos tempo.

Procedeu de forma idêntica o laureado escritor Alvin Toffler em seu livro Choque do Futuro. Fácil depreender-se da leitura dessa obra que mais da metade dos humanos vive hoje o tempo das “borboletas azuis” de Casimiro de Abreu, em que “o céu é um manto azulado, o mar é um lago sereno, e a vida é um hino de amor”. Quer dizer, bom mesmo seria viver aquele tempo ... Aí uns 40% da humanidade estariam felizes com a possibilidade do usufruto dos bens resultantes das inovações, contudo sem qualquer preocupação de como eles se tornaram possíveis. Filósofos de que se estou feliz com o que Deus me deu,”deixa a vida me levar, que a vida leve eu”. Somente 10% (em torno disso) da humanidade estariam gerando os novos bens, portanto habilitados à propriedade das riquezas do amanhã. Eles estariam implantando na humanidade sensações de escassez e inovando e produzindo os bens com que satisfazer tais necessidades. Já estamos assistindo a isto, com muitas novas profissões surgindo, e muitas outras tornando-se obsoletas. Grande  advertência, penso eu. O futuro já está em nossa sala, tornando-se necessário e urgente o nosso engajamento em sua construção.

Os povos ricos que ora gozam das melhores condições de vida no planeta,  entenderam essas advertências e fundaram as suas escolas adequadas às exigências desse novo tempo. Não é que esqueceram o passado. O passado lhes é muito importante, mas como referência, não como destino. O seu destino é o futuro. Fortaleceram-se no ensino, na escola, na educação de seu povo. O Brasil, diferentemente, não quer entender assim. Frágil nas escolas, esquecido dos professores. Pesquisa? Nem pensar. Acentua-se no corte dos recursos financeiros, centenas de milhões de reais, só no orçamento deste ano! Quatro Ministros em 6 meses. Daí a avaliação internacional da qualidade de nosso ensino médio nos revelar em estágio de mediocridade, na avaliação passada e na recente. Aqui, faço um registro: como maçom isto muito me entristece, como tristes encontram-se todos os integrantes da Fraternidade, para quem a ignorância é a mãe de todos os vícios. Temos advertido as autoridades. Temos-lhes levado o nosso grito e as nossas sugestões.

Vejamos o chamamento de quem tem compromisso com o futuro, mesmo sabendo que seu país é o primeiro colocado no ranking de educação, mas não se acomoda na condição de modelo educacional. Diz a Secretária de Educação de Helsinque, MarjoKyllonen: que “a Finlândia inicia mais uma reforma em busca de melhorias”. Daí nosso  apelo para que se preste atenção ao que dizem líderes como a Sra MarjoKyllonen. Então ... se “o Brasil é realmente o país do futuro” (Stefan Zweig), já está passando do tempo de abrir as inscrições para a sua  construção.