domingo, 30 de maio de 2010

INFORMABIM 262 A e B

EDUCAÇÃO EM DESTAQUE

Irm Antônio do Carmo Ferreira

Analisando o desempenho do setor educacional em nosso País, ao escrever o livro "A Função social do maçom", fiz a inserção de um capítulo a esse respeito, do qual pinço a conclusão de que "Não cuidar da educação, deixando de investir pesado no setor, é governar voltado para o atraso."

Referi-me também à palestra que proferi no Encontro de Grão-Mestres, em Fortaleza/CE, lembrando o compromisso da Maçonaria para com o bem-estar da humanidade. Naquele Encontro os Grão-Mestres "formularam apelo ao Governo Federal, no sentido de dinamizar, com mais intensidade, o programa de educação voltada para a formação profissional, segundo a vocação de cada região, instalando-se mais escolas e centros tecnológicos."

Concluí alertando que "entende-se que assim combate-se o desemprego, suprem-se de mão de obra especializada os grandes projetos, inibe-se a violência no seio da juventude, e lega-se ao futuro uma sociedade culta e preparada".

Recentemente, o ex-Governador José Serra, de São Paulo, esteve no Recife e, ao microfone da Rádio Jornal, declarou "Outra questão é a educação profissional [...] Criar cursos de um ano e meio que deem uma profissão ao jovem. Em SP encontrei 70 e poucos mil alunos e elevei o nº para quase 170 mil. Pretendo fazer muito mais escolas técnicas no País, com qualidade, para triplicar o nº de alunos. E diversificar os cursos de acordo com as realidades locais. Tem que ser algo massivo, no Brasil inteiro. Coisa para 300 mil alunos. Isso é progresso econômico e futuro. Oportunidade de vida para as pessoas."(Jornal do Commercio, 14.5.2010, pág.3, 1ºCad.)

O tema EDUCAÇÃO é fascinante e continuará em debate no Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira, em Assembléia Geral que se realizará a 5 de junho, em Blumenau/SC. E há muito o que se rever neste setor. A tecnologia tem avançado em nosso País, mas é preciso ter a consciência de que o desenvolvimento tecnológico é um forte liberador de mão-de-obra. E esse desenvolvimento é mais rápido que a reciclagem dos recursos humanos. Isto se agrava porque o nosso País não tem gerado postos de trabalhos ao nível dos ingressos da população jovem no mercado de trabalho, havendo um gap enorme neste particular, aumentando o desemprego da população economicamente ativa.

Todavia este é um momento privilegiado para as discussões em torno do investimento na educação. Discute-se, por exemplo, o que fazer com o dinheirão resultante da exploração do pré-sal. Cada um dos Estados quer uma fatia maior, mas ninguém diz em que aplicar. A Maçonaria, comprometida com o bem-estar da humanidade, sugere que a repartição dos resultados financeiros com os Estados seja vinculada à melhoria do ensino e a uma maior qualificação educacional. Não é se entregar o dinheiro da venda do patrimônio de todos, para alguns utilizarem sem clara destinação germinativa e talvez em fins geradores de dúvidas e equívocos !

Encontra-se em curso no Congresso Nacional a montagem do Plano Decenal da Educação (2011 a 2020), todos nós deveremos estar atentos e contribuindo com as sugestões, pois a Educação é a força que impulsiona para a frente e para o alto, sendo responsabilidade de todos: do governo ensejando os meios, dos pais intransigentes com a apresentação dos filhos, da sociedade com o acompanhamento dos programas e a fiscalização dos resultados.

No seio da Maçonaria, que combate sem tréguas a ignorância por ser esta a mãe de todos os vícios, a educação estará sempre em destaque.

sábado, 22 de maio de 2010

NOVO LIVRO DO RITO YORK


       Os irmãos Hugo Borges e Sérgio Cavalcante têm prestado serviços relevantes à Maçonaria, atuando em vários departamentos da Ordem. Quero me referir a o que esses irmãos têm feito em prol do desenvolvimento do RITO YORK, especialmente, na região da Confederação do Equador. São obreiros dos quadros da Grande Loja Maçônica do Estado da Paraíba. Contribuíram, desde os primeiros instantes, para o conhecimento e difusão do Rito York nos Estados da Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte. Aqui mesmo, em Pernambuco, devemos-lhes muito, em face de sua valiosa e efetiva contribuição, vindo a Recife, e administrando instruções, as primeiras, para o funcionamento da Loja Futura, do Grande Oriente Independente de Pernambuco. Depois, eles ambos escreveram esse livro - RITO YORK, O Simbolismo, Aprendiz Maçom – maravilhoso, completo e indispensável para quem participa do Rito ou dele deseja ter o melhor conhecimento. Agora, estou sabendo que eles vêm de escrever novo livro, desta feita para ser utilizado na formação dos maçons do grau de Companheiro. Conhecedores do Rito York como eles são e experientes (muito experientes) na administração do mesmo, podemos antever a excelente qualidade com que vai sair a lume o conteúdo desse trabalho. Como também podemos estar conscientes do benefício que essa dissertação trará para a maçonaria (em geral) e (em particular) para os maçons do grau a que se destina. Abro mão de saber quanto custará o livro, mas não abro mão de ser um dos primeiros adquirentes do “Rito York, Companheiro Maçom” que as inteligências privilegiadas e o amor à Ordem desses dos Irmãos – Hugo Borges e Sérgio Cavalcante – produziram. Irm Antônio do Carmo Ferreira.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

INFORMABIM 261 A e B


“A César o que é de César”, mas a Hipólito ...

Irm Antônio do Carmo Ferreira

       A mídia destes últimos dias tem sido benevolente com Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, apontando suas qualidades como jornalista. Nada, este articulista tem a reclamar a tal respeito. Ao contrário, “só tem a exaltar” e a se engajar nesse movimento que reconhece o mérito desse admirável comunicador.
       Contudo pede licença à paciência do leitor para acrescentar outras informações pertinentes à vida de Hipólito, na condição de Maçom, posição que, nada obstante lhe ter sido gloriosa, ensejou-lhe três anos de cárcere, em Portugal, por ordens da “inquisição” , obra da santa madre igreja que tirou, de inúmeras pessoas, a vida que foi dada por Deus.
       As referências recentes a que os jornais se reportam dizem respeito ao fato de que “o nome do jornalista Hipólito José da Costa Furtado de Mendonça finalmente foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília, por decisão do Senado”.
       Hipólito da Costa fundou o Correio Braziliense, e o editou, em Londres, a partir de 1808. Através desse jornal associou-se ao movimento da independência do Brasil, como também aí lançou idéias que contemplavam a abolição da escravatura. Ao mesmo tempo em que sugeria se abrisse a nossa economia à mão de obra estrangeira.
       O Correio Braziliense era seu veículo de divulgação em favor da liberdade de expressão e do fim da censura à imprensa. Esse periódico é considerado o primeiro jornal brasileiro. Ainda por intermédio dele, Hipólito da Costa teve a oportunidade de justificar a importância da transferência da Capital do Brasil para o interior. O Correio Braziliense encerrou as atividades com a morte de seu fundador em 1823.
       Desejo acrescentar passagens da vida de Hipólito da Costa - nascido em 13.08.1774, na Colônia do Sacramento, e falecido a 11.09.1823, em Kinsington - como integrante da Maçonaria, na qual “foi iniciado através da Loja Washington nº 59, de Filadélfia, na Pensilvânia (U.S.), a 2 de março de 1799.”(José Castellani). Desde 1798 ele se encontrava nos Estados Unidos como delegado brasileiro para estudar questões econômicas relacionadas com o desenvolvimento material do Brasil. Em 1802, foi preso em Lisboa, onde padeceu os horrores da Inquisição por ser denunciado como maçom. Nenhuma informação, por menor que fosse, porém, seus torturadores lhe arrancaram, como delação de seus irmãos maçons. Em 1805, conseguiu fugir para Londres, onde viveu, custeando suas despesas com o exercício do magistério ou fazendo traduções.
       “Em março de 1808, em Londres, entrou para a Loja Antiquity, [ ...] Foi Secretário de Assuntos do Exterior do Freemason´s Hall e Grão-Mestre da província de Rutland [...] Em 1812, Hipólito iniciou na Maçonaria Domingos José Martins que viria a ser o Chefe da Revolução Pernambucana de 1817.”(José Castellani) Durante sua permanência em Londres, Hipólito fez amizade com o conde de Sussex, filho de Gustavo III. O conde era membro da Maçonaria e integrava o mais alto colegiado da direção da Ordem na Inglaterra. Graças a essa amizade é que Hipólito não foi expulso da Inglaterra, embora isto fosse vontade e solicitação da Corte no Rio de Janeiro.
       O Senado merece ser louvado pela decisão de inscrever o nome de Hipólito José da Costa no Livro dos Heróis da Pátria, como fizera recentemente honrando o maçom Frei Caneca, pois Hipólito “foi um dos maiores nomes de nossa história e o único que teve que enfrentar os pavores da infame Inquisição, por pertencer à Maçonaria, que lhe deu o ideal de lutar por um Brasil livre.”(José Castellani)
       Com este gesto dos senadores, lembrou-se do conselho do Divino Mestre. Se era obrigação dá-se “a César o que era de César”, nestes dias fez-se justiça, embora que tardiamente, dando-se a Hipólito o que era merecido por Hipólito.

sábado, 15 de maio de 2010

EDUCAÇÃO EM DESTAQUE

Irm Antônio do Carmo Ferreira

     Analisando o desempenho do setor educacional em nosso País, ao escrever o livro "A Função social do maçom", fiz a inserção de um capítulo a esse respeito, do qual pinço a conclusão de que "Não cuidar da educação, deixando de investir pesado no setor, é governar voltado para o atraso."
     Referi-me também à palestra que proferi no Encontro de Grão-Mestres, em Fortaleza/CE, lembrando o compromisso da Maçonaria para com o bem-estar da humanidade. Naquele Encontro os Grão-Mestres "formularam apelo ao Governo Federal, no sentido de dinamizar, com mais intensidade, o programa de educação voltada para a formação profissional, segundo a vocação de cada região, instalando-se mais escolas e centros tecnológicos."
     Concluí alertando que "entende-se que assim combate-se o desemprego, suprem-se de mão de obra especializada os grandes projetos, inibe-se a violência no seio da juventude, e lega-se ao futuro uma sociedade culta e preparada".
     Recentemente, o ex-Governador José Serra, de São Paulo, esteve no Recife e, ao microfone da Rádio Jornal, declarou "Outra questão é a educação profissional [...] Criar cursos de um ano e meio que deem uma profissão ao jovem. Em SP encontrei 70 e poucos mil alunos e elevei o nº para quase 170 mil. Pretendo fazer muito mais escolas técnicas no País, com qualidade, para triplicar o nº de alunos. E diversificar os cursos de acordo com as realidades locais. Tem que ser algo massivo, no Brasil inteiro. Coisa para 300 mil alunos. Isso é progresso econômico e futuro. Oportunidade de vida para as pessoas."(Jornal do Commercio, 14.5.2010, pág.3, 1ºCad.)
     O tema EDUCAÇÃO é fascinante e continuará em debate no Colégio de Grão-Mestres da Maçonaria Brasileira, em Assembléia Geral que se realizará a 5 de junho, em Blumenau/SC. E há muito o que se rever neste setor. A tecnologia tem avançado em nosso País, mas é preciso ter a consciência de que o desenvolvimento tecnológico é um forte liberador de mão-de-obra. E esse desenvolvimento é mais rápido que a reciclagem dos recursos humanos. Isto se agrava porque o nosso País não tem gerado postos de trabalhos ao nível dos ingressos da população jovem no mercado de trabalho, havendo um gap enorme neste particular, aumentando o desemprego da população economicamente ativa.
     Todavia este é um momento privilegiado para as discussões em torno do investimento na educação. Discute-se, por exemplo, o que fazer com o dinheirão resultante da exploração do pré-sal. Cada um dos Estados quer uma fatia maior, mas ninguém diz em que aplicar. A Maçonaria, comprometida com o bem-estar da humanidade, sugere que a repartição dos resultados financeiros com os Estados seja vinculada à melhoria do ensino e a uma maior qualificação educacional. Não é se entregar o dinheiro da venda do patrimônio de todos, para alguns utilizarem sem clara destinação germinativa e talvez em fins geradores de dúvidas e equívocos !
     Encontra-se em curso no Congresso Nacional a montagem do Plano Decenal da Educação (2011 a 2020), todos nós deveremos estar atentos e contribuindo com as sugestões, pois a Educação é a força que impulsiona para a frente e para o alto, sendo responsabilidade de todos: do governo ensejando os meios, dos pais intransigentes com a apresentação dos filhos, da sociedade com o acompanhamento dos programas e a fiscalização dos resultados.
     No seio da Maçonaria, que combate sem tréguas a ignorância por ser esta a mãe de todos os vícios, a educação estará sempre em destaque.

EXEMPLO DIGNIFICANTE

EXEMPLO DIGNIFICANTE


Irm Antônio do Carmo Ferreira.

       Maçons do quadro de obreiros da Loja PLANETA VIDA e familiares seus estiveram reunidos, ontem à noite, não só para a CEIA que já se tornou tradicional, para eles. Mas também para discussão de assuntos relacionados com o meio-ambiente e o melhor cuidado para com o mesmo. A Loja Maçônica “Planeta Vida”, como seu nome distintivo inspira, tem forte vinculação com estes temas de respeito à natureza e à sua conservação.
       Lembra-se que a Constituição do GOIPE, em seu artigo 31,inciso III, registra que é dever de uma Loja: "Dedicar-se ordinariamente à concretização de objetivos maçônicos, destacando-se entre estes a defesa [...] da ecologia ..." Aliás, o escritor E. F. Schumacher, autor do livro “O negócio é ser pequeno” (Small is beautiful, Zahar Editores, 1981, pág 88), é enfático e brilhante ao registrar que “Estude-se como uma sociedade usa sua terra e pode-se chegar a conclusões bastante fidedignas sobre qual será seu futuro”.
       Neste sentido, queremos elogiar os estudantes que, recentemente, estiveram no trabalho de retirada de lixo de um manguezal, em Olinda. O Jornal do Commercio, em sua edição de 14 de maio de 2010, registra o fato: "Mais de 100 quilos de lixo foram retirados do manguezal da área Espaço Ciência, no Complexo Salgadinho, em Olinda, Grande Recife, na manhã de ontem. A Limpeza foi realizada por 120 estudantes e foi uma das ações da campanha nacional UM DIA DE ESPERANÇA PARA O PLANETA, promovida pelo Sistema Adventista de Educação. A mobilização reuniu mais de 230 mil alunos no Brasil e mais de oito países da América do Sul."
       Outro dia, assistindo a jornal apresentado por uma das emissoras brasileiras de TV, fiquei estarrecido com as imagens exibidas que documentavam a reportagem. As águas pluviais inundando as ruas que mais pareciam rios do nordeste: secos ao verão, caudalosos à época hibernal. Montões de lixo residencial arrastados pela correnteza, entupindo os bueiros, impedindo o escoamento, e, em seguida, boiando feitos canoas, voltando para as casas de onde vieram, como que por vingança, procurando seus desleixados e irresponsáveis produtores.
       Vinham-me à mente passagens de a Perestroika, de Mikhail Gorbachev (Editora Best Seller, 1990, pág 11), onde ele fazia apelo, para que coisas piores do que as descritas não chegassem a acontecer: “Estamos no mesmo barco, a Terra, e não podemos permitir que afunde. Não haverá uma segunda Arca de Noé”.
       A Maçonaria está atenta a este movimento de respeito à natureza. Sempre esteve, e, agora, com muito mais razão, diante da ausência de zelo com que o homem, em nossos dias, tem sido flagrado, em seu relacionamento com o próprio habitat. Talvez por isto, a filosofia de Ortega y Gasset, ao se tornar tão atual, tenha inspirado a advertência: "Se eu não salvo a circunstância, também não me salvo a mim mesmo."
       O gesto desses 120 estudantes, retirando entulhos do manguezal, é um exemplo por demais dignificante.

domingo, 2 de maio de 2010

INFORMABIM 259 A e B


INFORMABIM 259 B

RELEVÂNCIAS DA UNIÃO

Irm Antônio do Carmo Ferreira

A história tem sido exuberante nos registros dos benefícios que a UNI-ÃO tem proporcionado à humanidade. Elenca a paz e o progresso como con-seqüências imediatas desse concerto.

O salmista ensina que o “bom e o agradável” acontecem quando ”os irmãos estão em união”. E prossegue com esses ensinamentos, fazendo comparações que muito enriquecem a didática sobre o assunto. Saca, neste sentido, dois exemplos lindíssimos. Compara a UNIÃO “ao óleo precioso” que era utilizado na sagração dos sacerdotes e que marcava o pico daquela unção. Convém lembrar que o sacerdote era o top na liderança e na importância social da antiguidade a que o salmista se reportava.

No mesmo salmo faz alusão ainda ao progresso que a UNIÃO é capaz de fecundar, ao compara-la com o “orvalho do Hermon”. No sopé do monte de Sião o terreno era arenoso e sáfaro. Nada ali germinava e precária, portanto, era ali a vida vegetal. Mas o salmista falava do milagre do “orvalho do Hermon” que escorrendo pelas escarpas do Sião, ao se encontrar em seu sopé adquiria a condição de fazer nascerem plantas, crescerem e darem frutos. Pois assim também era “a bênção de Deus” para a UNIÃO.

Mais tarde, em narrações de João evangelista, encontra-se outra exaltação à união. Ele registra que era para todos sermos um só. Quer dizer, a vida é importante e geradora dos melhores frutos, ao vivermos em união. Era uma exaltação ao “novo mandamento” do amor ao próximo. “Ut omnes unum sint” – que todos sejam um só. Nisto confirmava o profeta Isaias, para quem o atrito, a desavença, a desunião são características próprias dos ímpios. E o Grande Arquiteto do Universo, segundo o apóstolo Paulo, se aborrece, e muito, com as pessoas que praticam essas atitudes.

O pastor James Anderson, ao ser incumbido de preparar as Constituições da Maçonaria Especulativa, e compilando-a incluiu e destacou que “a maçonaria é UM CENTRO DE UNIÃO”. As Constituições vêm de 1723, intocáveis até hoje.

É de importância inco-mensurável o processo da união, do qual pula, de imediato, aos olhos de todos, o sentimento de paz. Foi assim que o Cardeal Montini, ao tempo de seu Papado como Paulo VI, via a “paz” como um conseqüente da “união” das pessoas. Para ele, sem a paz, no mundo em que vivia, era impossível o progresso. Neste sentido, escreveu a carta encíclica “Populorum progressio”, com a qual sustenta que “o desenvolvimento é o novo nome da paz”.

Quero fechar estas consi-derações a respeito da UNIÃO com um trecho pinçado de uma das escrituras do padre Antônio Vieira. Este excerto foi colhido do jornal “União Santista” que se edita em Santos/SP, fundado e ora sob a competente direção do maçom Hélio Sant´Anna e Silva:

“Toda a vida (ainda das coisas que não têm vida) não é mais que uma união. Uma união de pedra é edifício; uma união de tábuas é navio; uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome e mais o ser. O edifício sem união é ruína; o navio sem união é naufrágio; o exército sem união é despojo. Até o homem (cuja vida consiste na união de corpo e alma) com a união é homem; sem união é cadáver.” (Padre Vieira).

Viva a Paz de Convivência, feliz relevância da união.

sábado, 1 de maio de 2010

INFORMABIM 258 A e B


INFORMABIM 258 B
REINSTALANDO A CURIOSIDADE¹

Irm Antônio do Carmo Ferreira

Será que existe alguém desprovido de qualquer interesse em saber o que acontece a seu redor? Pergunta que me faço, ao me deparar perante acontecimentos de cujos circunstantes indago de que se trata ou o que ocorreu. Conforta-me perceber que o interesse não é somente meu. Pelo menos, ali mesmo, muitos outros estão curiosos, perguntando, olhando, tentando compreender.

Acredito que, no cotidiano, todos nós queremos ter conhecimento do que está acontecendo, em nossa rua, em nossa comunidade e no mundo. Ouve-se uma zoada, e logo todos estão às janelas para saber o que está acontecendo. Para-se o carro, para indagar do grupo à beira da estrada, para saber informações sobre o acidente. Há uma curiosidade em torno do acontecimento. Existem até escolas filosóficas que entendem ser o conhecimento uma conseqüência da curiosidade.

Houve um tempo em que a maçonaria estava na boca dos muitos. Havia uma grande curiosidade acerca da Ordem maçônica. Pena que grande parte dos muitos estivesse envenenada a respeito da verdade que é maçonaria. Teria sido informada de que esta associação era um condomínio demoníaco. Interesses contrariados teriam levado aquela grande parte dos muitos ao mundo dessas baboseiras, dessas deformações, dessas calúnias e difamações. Na realidade a maçonaria só trata do amor ao próximo. Nunca fez, não faz , nem fará mal a ninguém, nem aos que a detratam e caluniam. A maçonaria e os maçons não contemporizam com o erro, nem com a corrupção dos costumes.

Se a Ordem maçônica fosse má ou cuidasse disto, a imprensa², munida que está dos instrumentos e meios mais qualificados e modernos da investigação, já teria descoberto e denunciado para todos, pois este é um dos seus compromissos para com os leitores.

Hoje em dia são poucas as pessoas que ainda pensam de forma desvirtuada sobre a maçonaria. Mas se percebe um vazio. Porque as novas gerações não têm sido informadas dos benefícios que a existência e ação da maçonaria proporcionam. Outro dia, fui apresentado a um recém formado em medicina. Éramos cinco. Eu havia ido visitar um grande inspetor geral que se encontrava hospitalizado. Embora desnecessário, fui apresentado como o Grão-Mestre da Maçonaria. Cumprimentando os demais, ouvi o médico perguntar, discretamente, a meu apresentador: “a maçonaria ainda existe?”

Outro fato. Dois jovens foram pintar a abóbada de um dos Templos da Maçonaria, em Recife. Recebi-os. Um dos pintores me perguntou: “Qual a linha de móveis que o senhor fabrica ?” O outro, como que desejando se desculpar, responde-lhe com um ar de riso: “Aqui é maçonaria, rapaz! Móveis é na marcenaria!”. E os dois ao mesmo tempo: “Oh! Desculpe seu Grão Marçom.” Assim mesmo, com R.

Diante destas acontecências, fico a pensar que existe um vazio sobre a Maçonaria. E que já é tempo de se reinstalar a curiosidade³ a seu respeito na comunidade. A Maçonaria e a sua destinação. A Maçonaria, escola de formação de líderes e de construtores sociais. A Maçonaria do aperfeiçoamento dos costumes. A Maçonaria cujos ideais se voltam para a felicidade das pessoas, revelados não só na palavra, mas sobretudo na ação de seus integrantes.

Agora é o tempo. Reinstalar a curiosidade a respeito da Ordem é preciso. Pois quanto mais gente, querendo saber o que é a maçonaria, melhor!

NOTAS:

1) Quero agradecer e cumprimentar a Loja Maçônica “13 de Maio de 1888”. Agradecer pelo convite que me fez seu Venerável Mestre, o Ir.: Ribamar Granja, para falar sobre a Maçonaria Comunitária, o que aconteceu em Sessão Especial com a presença de muitos obreiros, sendo este o texto básico da palestra. E cumprimentar, em virtude da implantação do projeto filantrópico de apoio à creche em Nossa Senhora das Candeias que ampara criancinhas, enquanto suas mães estão no trabalho, ganhando “com o suor do rosto o pão de cada dia”.


2) O maçonólogo Ambrósio Peters, em seu livro “Maçonaria, História e Filosofia”, cuja leitura recomendo, aborda este assunto com profundidade e admirável competência.


3) CURIOSIDADE: [...] “2) Desejo de ver ou saber, informar-se, desvendar, alcançar, etc; interesse. (A matéria deste jornal satisfaz a curiosidade dos leitores) 3) Desejo de aprender, conhecer, investigar determinados assuntos; interesse. (Quem, por curiosidade, quiser conhecer a Campanha de Canudos, deve ler Os Sertões, de Euclides da Cunha). 4) Desejo irreprimível de conhecer os segredos, os negócios alheios, bisbilhotice, indiscrição (A curiosidade perdeu as mulheres de Barba-Azul)” [...] Aurélio, em Novo Dicionário da Língua Portuguesa.