Contribuição da Maçonaria para com
a Independência do Brasil
Irm Roberto Keller Carvalho Gonçalves
(Conclusão)
convocação adiante, dando continuidade ao
processo.José Bonifácio resistiu à ideia de convocar a Constituinte, mas foi
obrigado a aceitá-la. Procurou descaracterizá-la, propondo a eleição indireta,
que acabou prevalecendo contra a vontade dos liberais radicais, que defendiam a
eleição direta. Embora os conservadores tenham obtido o controle da situação e
o texto da convocação da Constituinte apresentasse declarações favoráveis à
permanência da união entre Brasil e Portugal, as Cortes de Lisboa insistiam: o
Príncipe Regente deveria retornar imediatamente.
Era preciso, ainda, fazer maçom o Príncipe D. Pedro.
José Bonifácio já lhe falara da Maçonaria e da ação de Gonçalves Ledo e outros
líderes maçônicos.
Assim, a 13 de julho de 1822, foi aprovada sua
proposta de admissão, endossada por José Bonifácio. A 2 de agosto de 1822,
correspondente ao 13° dia do 5° mês maçônico do Ano da Verdadeira Luz de 5822,
D. Pedro era iniciado na Loja “Comércio e Artes”, tendo sido aprovado para o
grau de mestre pela mesma loja no dia 05 de Agosto de 1822. No final de agosto
de 1822, D. Pedro deslocou-se à província de São Paulo para acalmar a situação
depois de uma rebelião contra José Bonifácio.
Em 7 de setembro, ao voltar de Santos, parado às
margens do riacho Ipiranga, D. Pedro recebeu uma série de documentos que
proporcionaram os acontecimentos da colina do Ipiranga. Eram: carta de D. João
ao seu filho; carta da princesa Leopoldina; carta de Chamberlain, agente
secreto do príncipe; instruções das Cortes, exigindo o regresso imediato de D.
Pedro e a prisão de José Bonifácio; e uma carta do próprio José Bonifácio, a
qual, certamente, pelo seu teor, influiu nos acontecimentos. Nesta carta,
Bonifácio aconselhava D. Pedro a romper com Portugal. A carta de sua esposa,
Maria Leopoldina, trazia seu importante apoio à decisão do ministro e a
advertência: "O pomo está maduro, colhe-o já, se não apodrece".
Impelido pelas circunstâncias, D. Pedro pronunciou a famosa frase
"Independência ou Morte!", rompendo os laços de união política com
Portugal. Há relatos de que esta frase só teria sido pronunciada posteriormente,sendo
que naquele momento, teria dito D. Pedro: “E viva o Brasil livre e
independente!”. Culminando o longo processo da emancipação, a 12 de outubro de
1822, o Príncipe foi aclamado Imperador com o título de D. Pedro I.
E A INDEPENDÊNCIA NOS DIAS
ATUAIS?
No interior de Minas Gerais, um empresário foi assassinado há alguns anos em um comércio de sua
propriedade por supostos ladrões.
Ele teria tentado reagir e foi assassinado pelo
bando que fugiu sem levar nada. Nenhum dos marginais foi preso nem sequer identificado.
Para algumas pessoas, a culpa teria sido do empresário, não só por ter reagido,
mas por ter passado grande parte de sua vida trabalhando e adquirindo bens.
- Em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, uma
mulher, que passava pela Avenida Afonso Pena, teve objeto de valor roubado por
um marginal, que fugiu correndo por entre carros e pessoas, sem ter sua
liberdade ameaçada em nenhum momento. Reação de algumas pessoas:
“É bom para que ela aprenda. Onde já se viu andar
com joias nas ruas de Belo Horizonte?”
- No Rio de Janeiro, turista se perdeu ao confundir
uma placa de orientação, indo parar nas ruas de uma favela, onde foi morto por
traficantes. Diante deste fato, vários turistas evitam fazer viagens ao Rio de
Janeiro por medo e insegurança.
- Políticos poderosos são acusados de gestão
irregular e quando investigados, dão seu “jeitinho” de coibir as investigações,
seja por ameaças ou por chantagens e propostas indecorosas.
- No Brasil, a carga tributária é de 35% do PIB –
Produto Interno Bruto, ou seja, os cofres públicos recebem mais de um terço do
que o país produz. Esses recursos deveriam voltar para a sociedade em forma de
serviços públicos, mas muitas vezes os cidadãos, além de pagar impostos, pagam
do bolso por serviços de educação, saúde e segurança.
REFLEXÃO:
Onde está a independência em um País onde não se
pode trabalhar honestamente, pois o faturamento obtido com o suor de seu labor
coloca em risco a sua integridade física e a de sua família? Onde não se pode
usar qualquer bem legal que tenha sido adquirido com recursos próprios de forma
honesta?
Onde está a independência em um País onde 35% do que
se produz vai para os cofres públicos, sendo, na grande maioria das vezes,
administrado por políticos incompetentes, ou o que é ainda pior, desonestos? E
mais: que quando investigados, o jogo de interesses acaba por “blindar” estes
administradores?
E quando não se pode fazer viagens com sua família,
pois diante de um pequeno descuido, pode-se parar nas mãos de traficantes
fortemente armados, apesar da lei do desarmamento?
Por fim, estaria a Maçonaria atual, preparada para
dar um novo Grito de Independência? Nos sentimos preparados para fazer a nossa
parte?
Que a Maçonaria, possa fazer soar um forte Brado de
Independência, forte o suficiente para acordar este Gigante deitado em berço
esplêndido.
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