OS QUE VÃO MAIS ALÉM
Irm Antônio do Carmo Ferreira
“Pelo caminho da vida, só os que
foram educados, vão mais além”. (Prov 15, 24)
A sanção da Lei 13005, do Plano Nacional de Educação,
após quatro anos de tramitação no Congresso Nacional, trouxe ao povo momentos
de alívio e de grande alegria. No período de euforia, a jornalista Margarida
Azevedo fez um apelo, para que aquele sentimento não se estancasse nele mesmo,
mas prosseguisse, numa animação crescente até que a luta pela melhoria da
qualidade da educação alcançasse pleno êxito em todos os seus objetivos. Fazia
sentido o seu apelo.
“Temos que
comemorar”, alertava a jornalista, “porém ciente de que o caminho rumo à
qualidade da educação está só começando”. Ela dizia uma verdade inconteste. E mais nem precisava dizer. Pode até haver um final
frustrante (e disso Deus nos livre), se não houver acuidade na atenção ao que
se for empreendendo e persistência na cobrança
de realização do que se estabelecer. Aliás, nesse sentido, temos uma triste
lembrança do que se conseguiu ao término da execução do 1º Plano, com o pouco
que se alcançou diante do tanto que se esperava. É que, como explicava o poeta
João Cabral de Melo Neto – “riscar no papel é fácil; difícil mesmo é riscar na
vida”.
Diferente do
PNE anterior, que abrigava 295 metas, o PNE 2, para o decênio que conta a
partir de agora, é um conjunto de 20 metas. Mas não é porque contém menos metas
que se torna mais fácil de avaliação e cobrança. Não, não é pela quantidade,
mas porque já houve o cuidado legislativo da inclusão de exigências que
instrumentalizam o papel auditor.
Sujeita a lei que
a liberação dos recursos financeiros seja precedida da existência de planos
(condicionamento de meios ao estabelecimento de metas) a serem elaborados e
apresentados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal para a consecução dos
recursos financeiros para custeio do ensino em suas jurisdições.
Vai ser uma
trabalheira danada a elaboração desses planos e, mais crucial ainda, a
aprovação dos mesmos pelos poderes legislativos e executivos locais. Como bem
alertou a jornalista : “o caminho está só começando” Profecia e sábia advertência que se confirmam
ao sabermos que apenas 1/3 dos
Estados já construiu e possui seus
planos, mas que, mesmo assim, será necessário ajustá-los à luz do atual PNE. Se
os Estados estão dessa forma, imaginem como se encontram os Municípios?
Decerto que
sem esses planos nem a lei de responsabilidade educacional, o PNE não passará
de uma simples carta de intenção. A maçonaria, sempre indormida no combate à
ignorância e persistente no bem-estar da humanidade, vem advertindo e chamando
a atenção de todos nesse sentido. A lei de responsabilidade educacional será um
instrumento indispensável nessa luta pela melhoria da qualidade da educação. O
projeto que lhe diz respeito está na Câmara dos Deputados, em Comissão
Especial, sendo relator o Deputado Raul Henry.
Já existe uma
consciência em torno disto, tanto é verdade que já se estão constituindo
escritórios especializados para a prestação desses serviços. Até equipes
técnicas estão sendo disponibilizadas
por alguns Estados, como é o caso de Pernambuco, cuja “Secretaria de Educação,
em articulação com a Undime e o MEC, disponibiliza técnicos para ajudar cidades
na elaboração dos planos municipais” (Jornal do Commercio, CAD Cidades, coluna
educação, edição de 28.06.2014).
Se o atual
povo brasileiro deseja, realmente, que um futuro promissor seja o destino de
seus descendentes, é preciso não desperdiçar esta última chamada, ainda que
para isto seja necessário um maior esforço. Palavras das Sagradas Escrituras:
“pelo caminho da vida, só os que foram educados vão mais além”
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