EDUCAÇÃO: lembrando e exigindo
Irm Antônio do Carmo Ferreira
A mídia impressa anuncia que no dia 10 de agosto, o
JCPM Trade Center, Recife, ensejando um dos seus melhores momentos à cultura e
lideranças pernambucanas, abrirá espaço para Conferência que ali será
pronunciada pelo dr Raul Henry sobre o tema “Educação no mundo, no Brasil e em
Pernambuco”.A promoção é da Lide Pernambuco e se dará com início para as 19h,
sendo o Vice-Governador o anfitrião do jantar-debate.
O conferencista é senhor de inigualável acervo a
respeito do assunto. Tive a felicidade de ouvi-lo, falando perante a COMAB –
Confederação Maçônica do Brasil, aqui, no Recife, quando os Grão-Mestres
estiveram reunidos, no auditório do Onda Mar Hotel, sendo Presidente da
Confederação o Desembargador José Simioni, dirigente da maçonaria de Mato Grosso.
Ao Dr Raul Henry, que então era Deputado Federal,
havia sido confiado a função de relator
da Comissão Especial que tratava, na Câmara dos Deputados, do projeto-lei da Responsabilidade Educacional. Ele
esteve conosco e apresentou, com bastante preocupação, a situação de
emperramento e de inferioridade em que nossa Educação se encontrava, em se
comparando com o resto do mundo. Como também discorreu sobre as possibilidades
oferecidas pelo PNE 2 ainda em tramitação, mas já nas proximidades da sanção
presidencial. Foi enfático perante o quadro – todo o esforço resultaria numa
carta de intenção, se os crimes e as punições em conseqüência do não
cumprimento do que dispusesse o PNE2,
portanto se não viesse a existir uma lei de Responsabilidade Educacional.
Decerto o Dr Raul Henry abordará o assunto e assim
procedendo prestará relevante serviço à Pátria que, embora tenha até recebido a
denominação de “educadora”, logo após o mencionado destaque, viu diminuídos os
recursos financeiros que lhe eram destinados, como não viu maiores incentivos e
cobranças quanto à execução do PNE 2. Exemplos disto: melhoria da formação de
professores e do respeito à dignificação da carreira; fomento à existência de
bibliotecas e laboratórios; incentivo às escolas profissionalizantes e de tempo
integral; exigência dos planos de educação a nível de estado e de município,
exigência da lei, para o correto funcionamento do sistema.
Vale salientar que o que tem ocorrido de melhoria na
qualidade do ensino e da educação tem sido fruto de esforço dos governos locais
e não uma conseqüência da prática do PNE 2 por iniciativa da União.
Outro dia, o professor Arnaldo Niskier, da Academia
Brasileira de Letras, Presidente do CIEE no Rio de Janeiro, esteve em Portugal
e, após sua visita, escreveu um admirável artigo com o título de “Lisboa aberta
ao futuro”. Aí, registra o imortal: “O Brasil tem hoje mais de 50 milhões de
alunos freqüentando nossas escolas, em todos os níveis. O ensino cresceu muito,
nos últimos anos. Mas falhamos na busca da qualidade, em boa parte devido à
precariedade dos cursos de formação de professores. Temos quase 200 mil escolas
de educação básica. Cerca de 60% delas não têm sequer uma biblioteca.” Agora,
vejamos a advertência desse respeitável e experiente mestre, ao encerrar o artigo
a que me reporto: “Biblioteca, ao lado de laboratórios, são exigências do
futuro imediato”.
Para a maçonaria, falar sobre Educação, como tem
falado, vezes sem conta e em todas as assembléias de suas lideranças, não é
culpar alguns pelo problema, mas certamente
querendo engajar todos na solução. Como somos poucos nesse mundão dos que se
fazem de surdos, daí termos que estar sempre lembrando e exigindo.
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