terça-feira, 26 de abril de 2011

terça-feira, 12 de abril de 2011

CARTA DE SÃO PAULO

CARTA DE SÃO PAULO
A Maçonaria em Defesa da Educação Nacional





A Cultura Maçônica, reunida em São Paulo, em seu XVI Encontro Nacional, nos dias 8 e 9 de abril de 2011, através das suas associações formadoras AABML, ABIM, INBRAPEM e UBRAEM, vem a público revelar sua preocupação com a inferior qualidade do ensino público no Brasil e convocar o Povo para decidir sobre:

I. “Erradicação do analfabetismo da terra brasileira,

II. “Melhoria da educação básica; e,

III. “Construção de uma nova vertente para a universidade e o ensino técnico profissionalizante para o Brasil.”

Dados recentes indicam a existência cerca de 19 milhões (9,8%) de analfabetos e 39 milhões (20,5%) de analfabetos funcionais. Não temos duvidas que é possível erradicar o analfabetismo no Brasil em dez anos, e para tanto bastaria um novo plano de educação nacional, maior dispêndio com a educação, aprimoramento e ampliação do número de docentes; e a construção de novas salas de aulas em todo o País.

Lembrando que além de saber ler, escrever e contar, é preciso qualificação e preparo técnico para exercer as funções criadas pela onda tecnológica, propomos a construção de um novo paradigma, elegendo a década de 2012/2022, como a “Década da Educação”. Propomos, ainda, que o Ministério da Educação abrace, exclusivamente, o Ensino Básico e Fundamental, delegando o Ensino Superior ao Ministério de Ciência Tecnologia, e implante um Projeto Nacional de Educação focado em doze premissas:

I. Erradicação do analfabetismo;

II. Universalizar o atendimento escolar;

III. Melhorar a qualidade de ensino;

IV. Superação das desigualdades educacionais;

V. Formação para o trabalho;

VI. Promoção da sustentabilidade socioambiental;

VII. Promoção humanística, científica e tecnológica do País;

VIII. Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção de Produto Interno Bruto;

IX. Valorização dos profissionais de educação;

X. Difusão dos princípios da equidade, do respeito à diversidade e a gestão democrática de educação;

XI. Implementação de escolas de tempo integral, e,

XII. Implementação de escolas de ensino continuado para promoção da erradicação do analfabetismo funcional.

Volvendo os seus olhos para importância de uma “Educação para Mudança” promotora da erradicação da pobreza, os maçons, por meio de seus órgãos máximos de Cultura, esperam que o Governo Federal e os Governos Estaduais e Municipais invistam mais e melhor em educação e façam da Educação a sua bússola com vistas a dar ao Brasil a sua devida importância e lugar de destaque no concerto das Nações.

O Brasil só será grande se vencer a batalha da Alfabetização Nacional, da erradicação do analfabetismo e da pobreza, e emprestar suporte à formação técnico-profissionalizante em todos os níveis.

São Paulo, SP, em 09 de abril de 2011.


ANTÔNIO DO CARMO FERREIRA               EDENIR GUALTIERI

Presidente da ABIM                                            Presidente do INBRAPEM


ÉLIO FIGUEIREDO                                           LUIZ GONZAGA DA ROCHA

Presidente da UBRAEM                                      Presidente AABML

segunda-feira, 4 de abril de 2011

INFORMABIM 283 A e B

AVIVANDO A LEMBRANÇA

(Informabim 283 B)
Irm Antônio do Carmo Ferreira


O Presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, esteve, recentemente, em visita ao Brasil. Na oportunidade, e no Rio de Janeiro, fez um belíssimo discurso, do qual pincei algumas passagens de que irei me valer nessa jornada sobre a melhoria da qualidade da educação no Brasil que ora empreendemos.

Disse o Presidente Obama que “o Brasil sempre foi o país do futuro, mas, agora, esse futuro está aqui” (Diário de Pernambuco, Recife, 21/03/2011) . Lembramos que essa história de o “Brasil, um país do futuro” vem do início do século passado e foi cunhada pelo escritor Stefan Zweig que usou a expressão como título de um dos seus livros. Depois o Alvin Toffler vem com o livro – Choque do Futuro – e, aí, falou claro e enfático, não só com referência ao Brasil, mas dirigindo-se a toda a humanidade – “o futuro está em nossa sala”.

Então o Presidente dos Estados Unidos nos alertou para isto, sem querer, mas fazendo o benefício de nos acordar para este grande momento. E consagrando sua qualidade de excelente líder, ensinou o ingrediente de como participar, desde agora, do fazimento desse futuro, de modo que ele seja realmente venturoso para nossos pósteros. Ensinou que “precisamos de um compromisso com a inovação e com a tecnologia”.

Ora, nós estamos convivendo com a elaboração do Plano Nacional de Educação que trata exatamente deste compromisso e deste assunto. É plano para dez anos que será convertido em Lei e se encontra na Câmara dos Deputados, precisamente na Comissão de Educação e Cultura. É necessário acompanhar e participar das discussões, pois educação, especialmente a melhoria de sua qualidade, não deve ser obrigação apenas do Estado, mas de todos os brasileiros.

Em artigo publicado no Jornal do Commercio (A escola pública é o resto ? Recife, 30/03/2011), o professor José Luís Simões – doutor em educação e docente da UFPE - caracterizou dois modelos de escola existentes em nosso País, a saber:
“No primeiro deles, encontramos as elites que estudam nos principais colégios das grandes cidades. Nas escolas limpas e que têm recursos para publicidade, encontramos organização administrativa e professores bem pagos, além de estudantes que certamente serão “doutores” concursados em cobiçados cargos públicos. Alguns possivelmente se dedicarão à iniciativa privada conduzindo negócios e empresas da família.


No segundo modelo de escola, encontramos as “subescolas”, a maioria das escolas públicas, com laboratórios desativados e professores desmotivados, onde estudam os filhos dos pobres, ou seja, a maioria dos cidadãos. É na escola pública que estão os filhos dos desempregados, o garoto que freqüenta o semáforo, que vigia os automóveis, o filho do flanelinha, da faxineira ou do porteiro do prédio”.


É, portanto, urgente se dá um basta nesta cruel desigualdade, da qual os grandes beneficiários são poucos, enquanto os contribuintes somos todos nós. A educação de nosso povo é o caminho. Deixa de ser um dos caminhos, para ser a via prioritária. E a vez está aí, quando se oferece ao País a oportunidade de um plano decenal para nossa educação, alocando recursos, condicionando meios. Cabe-nos a tarefa do estabelecimento das metas enquanto se discute o plano. Então ninguém pode se omitir da participação. Não basta “orar”, vem das sagradas escrituras, que o antecede do “vigiar”.

Pensemos nestas duas frases:

(1) “Vamos torcer e cobrar que nessa nova década a boa escola não seja apenas privilégio da minoria; que a escola pública alcance status para além de mero depósito de crianças e adolescentes pobres e, não raramente, famintos pela merenda”.(Doutor José Luís Simões)


(2) “Acreditamos que com a força de vontade, podemos mudar nossos destinos”.(Presidente B Obama)


Aceitando o conselho do Presidente Obama e o parodiando, é de se afirmar: sim, meus irmãos, nós também podemos (Yes, my brothers, we can too!) mas, disto, estejamos sempre avivando a lembrança.