terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 368 (A e B)


TRINTA DE SETEMBRO, DATA QUE ENALTECE OS MOSSOROENSES(*)

Ir Wilson Bezerra de Moura (**)

 

Em cada dia 30 de setembro, Mossoró vive um fato notável de sua história, o movimento abolicionista que tratou primordialmente de abolir os escravos em sua região. A luta foi intensa, o ideal foi atingido e os objetivos frutificaram na sociedade sob a batuta de figuras destemidas a exemplo de Romualdo Lopes Galvão, Joaquim Bezerra da Costa Mendes, Almino Álvares Afonso o redator da ATA que discorreu sobre os acontecimentos abolicionistas e outros mais idealistas.

O Clube dos Espartacus programou o sentimento abolicionista e a Sociedade Libertadora Mossoroense investida dos mesmos objetivos consolidou o pensamento dos idealizadores, de sorte que a idéia trazida lá da pequena cidade de Acarape, do Ceará, por Romualdo Lopes Galvão e sua esposa Amélia, logo teve a aceitação dos Mossoroenses e ganhou corpo o propósito de extinguir de uma vez por todas a escravidão no município de Mossoró, que ocupou espaço e adesão dos obreiros da Loja Maçônica 24 de Junho. O sentimento libertário no mundo inteiro era defendido por idealistas, a Revolução Francesa expressou o sentimento nativista entre os povos, e os ideais foram atingindo as nações com vista a se libertar do jugo repressor de governantes arbitrários. Assim o sentimento libertário expandiu os ideais, discriminação social, política e econômica não foram fatores essenciais ou prioritários, mais a discriminação racial conquistou o interesse de outras nações ao ponto da Inglaterra impor condições no intercâmbio comercial só com nações que fossem consideradas livres da corrente escravista.

A questão abolicionista teve início por outros lugares e nações até atingir pequenos centros na busca de tornar extinta a escravidão que tanto denegria a imagem e sentimento de prosperidade de muitos povos por esse mundo afora. A Princesa Izabel recebeu ultimato do próprio povo para aderir à campanha abolicionista imposta e decretada pela Inglaterra e não tinha outra alternativa a não ser conquistar a simpatia popular  por essa justa causa. Não foi impossível a aceitação do povo por importante idéia. Basta ver tanto sofrimento esboçado em um ser humano diferente apenas na cor, embora identificado nos sentimentos e afeições para entender que desumanidade não deveria continuar denegrindo a igualdade de condições de vida entre as criaturas. Cedo ou tarde teria que terminar essa novela humilhante, não podia perdurar por mais tempo essa mancha negra que atormentava e comprometia a esperança um direito de igualdade essencial à vida em comum.

As Revoluções que aconteceram em muitos estados brasileiros foram sendo vistas como alternativa de mudança do sistema político tormentoso. Teria que haver reforma com vistas a direcionar a sociedade no sentido de conviver em direito de igualdade entre as criaturas, como determinavam os ensinamentos morais. Somos todos iguais perante o único e verdadeiro Criador e como tal temos que fazer cumprir os ensinamentos determinados.

Ao comemorarmos mais uma data da abolição dos escravos em Mossoró, o fazemos de modo a reconhecer e enaltecer os movimentos que nos antecederam bem como as pessoas que deles fizeram parte e despertaram um sentimento que a geração presente tem como compromisso relembrá-lo, até porque o sentido de toda movimentação comemorativa retrata a destemida decisão dos libertadores Mossoroenses. A História é irreversível  e não pode ser adulterada, portanto relatamos seus fatos como forma de não só mostrar o heroísmo dos antepassados como mostrar que a luta quando fortificada por um ideal torna-se invencível e atinge o objetivo pretendido. É sempre pelo ideal que as boas ações são conquistadas e deixam suas marcas na sociedade para que sirvam de modelo quando boas e de exemplo quando negativas.

Os festejos sobre a abolição dos escravos Mossoroenses são marcantes na vida de seu povo e através dos tempos serão lembrados com regozijo em legitimo enaltecimento pelo brilhante desempenho de seus patrocinadores. Nas ruas e logradouros públicos tremula a bandeira da libertação da libertação simbolizada pelas cores da batalha que aconteceu em 30 de setembro de 1883 e até hoje é lembrado com orgulho e aplausos aos seus batalhadores. A satisfação é intensa no semblante de cada Mossoroense em reviver uma história que engrandece sua gente.

 

(**) Wilson Bezerra de Moura é Ex-Grão-Mestre Adjunto do GOIERN; Diretor da ABIM; Editor do jornal Vozes do Templo; e Imortal acadêmico da AMCLA.

(*)Originais publicados no jornal mossoroense Vozes do Templo, edição  176 – Julho/Setembro~2014.

 

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