O imposto nosso de cada dia. Qual a
destinação?
Irm Antônio do Carmo Ferreira*
A mídia não
cessa de anunciar que no 1º trimestre de 2014, o Brasil se excedeu em
arrecadação. Teve uma arrecadação recorde. Pra quem não é dessas bandas do
Atlântico, a notícia é uma maravilha. E se vem a saber que o Brasil mantém a
maior carga tributária do mundo, fácil é de concluir que há um paraíso
terrestre por aqui..
Também cheguei
a pensar assim, várias vezes, durante o curso de economia que concluí na UFPB
(turma de 1964). As ciências econômicas indicavam nesse sentido: mais imposto
arrecadado, maior possibilidade de oferta de bem-estar ao povo, porém diante da
realidade, eu me perguntava: por que tal
não está acontecendo?
O imposto é
cobrado pelo governo, para cobrir as despesas com os serviços básicos que
presta e com os investimentos que empreende. Serviços do bem-comum no melhor
estágio; investimentos para oferecer as excelências das condições de vida no
amanhã.
Para cada ano,
prepara um orçamento (metas e meios), submete a aprovação dos representantes do
povo no Parlamento, e então por que “o paraíso” não se implanta? Enganaram-me
em meu bacharelado de economia ou o governo não está correspondendo ao
compromisso que fez e a que jurou corresponder? Se isento a primeira parte da
indagação, para onde estão destinando os impostos que pagamos?
Se os apagões,
tão prejudiciais ao progresso, vêm da falta de investimento no setor elétrico:
se as estradas cheias de buracos e mal conservadas e muitas (as
ferroviárias) destruídas; se os portos estão
com os serviços insuficientes, de baixa qualidade, e de preços altíssimos; se a
segurança pública é sinônimo de “Deus
nos acuda” ; se a saúde pública é um pranto de dor; sendo um costume o sofrer nos corredores dos hospitais à espera de
atendimento: se a educação pública ...
(Nem é bom tocar nesse assunto, pois eu hoje não estou afim de ter raiva), cadê o dinheirão arrecadado em
forma de impostos, função em que o Governo se excede, crescendo de muito em
cada ano? E deveriam ser utilizados nas atividades de superação dessas mazelas?
O Brasil, por
cinco vezes consecutivas, tem sido distinguido em primeiro lugar no ranking dos
governos que retornam muito mal os
impostos arrecadados em favor da qualidade de vida dos contribuintes.
Talvez isso
aconteça, porque se tem feito, conforme registra a mídia, muita cortesia, doando-se milhões e milhões de dólares no exterior (Será
que existe autorização do Congresso?), como perdoando-se dívidas, construindo-se portos que em nada têm a ver com a nossa
economia (Mariel/Cuba), e até comprando-se
massas desvalidas no setor do refino do petróleo (Pasadena/EUA). Isto, pra
repetir (é bom deixar evidente) o que a mídia tem alardeado !
Então é
preciso repensar nosso impostômetro, porque nas Minas Gerais, uns poetas do
século 18 fizeram um levante ao notar que pagavam à Coroa um quinto do que
produziam (20%) e não tinham retorno correspondente. Rebelaram-se. Mandaram prendê-los, desterrá-los e enforcaram
seu líder – Tiradentes. Agora, nós
pagamos 41,66% do que produzimos (de janeiro a maio tudo que
se faz é para o Governo) e a resposta é esse estado de “sofrência”.
O que o Doutor
Janguié Diniz, Magnifico Reitor da Uninassau,
disse em artigo publicado sobre a
situação atual do imposto no Brasil, merece especial atenção. A leitura de sua
mensagem torna-se um dever e para isto convém
ser repassada aos muitos:“Já passou da
hora de nós, brasileiros, abrirmos os olhos e vermos que no Brasil todos os
recursos são muito mal aproveitados”. (DP, 11.04.2014)
*)
Jornalista DRT 5565/PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário