C.L.M.
–
tatuagem
que mais se aviva com o passar dos tempos
Irm
Antônio do Carmo Ferreira
Só era o que se falava: “O maçom não gosta de ler”. “O maçom não disponibiliza tempo para leitura.” O professor Assis Carvalho já não agüentava mais de tanto ouvir aquela litania. Nem eu, nem ninguém. Um dizia. Outro falava. Kurt Prober escrevia. E aquela falação ia todinha cair nos ouvidos do professor. Quando a gente se encontrava, em Recife ou em Londrina, em Porto Alegre ou São Luís, o assunto estava na mesa.
Mas será que o maçom não gostava mesmo de ler ou não teria sido
despertado para a necessidade da leitura? Eu me questionava. Assis Carvalho se
indagava. Porque eu gostava de ler. Assis gostava de ler. Incontáveis maçons
que a gente conhecia gostavam de ler. Interrogávamos: seriam exceções?
Daí saiu uma decisão: estimular a leitura. Não
somente alertando para a necessidade de o maçom ler, mas também favorecendo-o
com trilhas de acesso à leitura, e a produção de livros escritos por
maçonólogos respeitáveis, não achistas nem invencionistas, e impressos de uso
não cansativo.
As missões foram repartidas. A ABIM – Associação Brasileira da
Imprensa Maçônica – trabalharia a necessidade da leitura, como de fato era
necessária, levando os editores a abrirem espaço nos boletins e jornais associados à divulgação
durante bastante tempo, sempre enfatizando o papel da
leitura e sua indispen-sabilidade na formação do maçom contemporâneo.
E o professor Assis Carvalho assumiria a produção e distribuição
dos livros, selecionando autores e assuntos, como também abriria mão, a
princípio, de qualquer lucro, imprimindo as obras a custo de fatores.
Nascia o Círculo do Livro Maçônico – C.L.M.
Hoje, não se fala mais de que o maçom não gosta de ler. O C.L.M.
foi um estímulo a que muitos adquirissem o hábito da leitura, o que se constata
nas incontáveis edições de livros, um título em cada mês, gerando inclusive um
setor especializado em que várias gráficas e editoras têm surgido e prosperado
ao longo dos anos.
Outro registro de grande significado quanto ao despertar para
leitura no campo da Maçonaria, está no surgimento de novas revistas. Muitas e
ótimas.
O Círculo do Livro Maçônico que a Editora Maçônica A Trolha vem
tocando pra frente, sem pensar em lucro financeiro, é uma linda tatuagem no
corpo da Ordem que mais se aviva com o passar dos tempos. Vamos ler, pois a
leitura nos faz bem!
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