segunda-feira, 28 de novembro de 2011

INFORMABIM 298 A e B

EDUCAÇÃO... EIS A QUESTÃO!

Ir.'. Edenir Gualtieri *


Sempre encarada como grande desafio a questão da Educação no Brasil, razões assistem aos nossos Irmãos ao demonstrarem indignação com o descaso dos nossos governantes ao encaminhamento das ações com vistas às melhorias do ensino no País.

No século XVIII, ao discutir as relações entre “disciplina” e “cultura”, o filósofo Immanuel Kant escreveu:

“Talvez a educação se torne sempre melhor e cada uma das gerações futuras dê um passo a mais na direção ao aperfeiçoamento da Humanidade, uma vez que o grande segredo da perfeição da natureza humana se esconde no próprio problema da Educação. A partir de agora isto pode acontecer ... Isto abre a perspectiva para uma futura felicidade da espécie humana”. (KANT, Immanuel , 1996, Sobre a Pedagogia. Piracicaba: UNIMEP. Tradução de Francisco Cock Fontanella).

Lastimando a situação política de seu tempo, Kant se manifesta:

“[ ...] nas condições atuais pode dizer-se que a felicidade dos Estados cresce na mesma medida que a infelicidade dos homens.E não se trata ainda de saber se seríamos mais felizes no estado de barbárie, onde não existiria toda essa nossa cultura, do que no atual estado. De fato, como poderíamos tornar os homens felizes, se os não tornamos morais e sábios? Deste modo, a maldade não será diminuída”. (idem, p. 29).

Embora seja mesmo bastante complexo o entendimento da relação Cultura/Educação, quer nos parecer que nossos políticos não queiram entender, ou se fazem de desentendidos no trato do assunto. São hábeis apenas nos discursos.

Sabedores que somos da utilidade do espelho retrovisor e que precisamos dele apenas de vez em quando, temos que olhar, sobretudo, para frente. Fatos passados sempre serão referências úteis, mas não essenciais.

Na qualidade de bons construtores, temos que analisar basicamente como o ensino no Brasil chegou ao estado em que se encontra e partirmos para a desconstrução daquilo que nos desagrada e buscar um novo encaminhamento com ações mais eficazes.

Este tema foi amplamente discutido no nosso XVI Encontro Nacional da Cultura Maçônica, onde se elaborou a “Carta de São Paulo”, demonstrando que a Maçonaria Universal preocupa-se com a questão, apresenta sugestões e coloca-se à disposição para o cumprimento dos objetivos do crescimento. Não muito diferente disto, o tema foi também objeto da elaboração da “Carta de Brasília”, elaborada naquele Oriente, durante o XV Encontro Nacional da Cultura Maçônica, pelas entidades coordenadoras e entregue nas mãos do Excelentíssimo Senador Cristovam Buarque, presente naquele evento.

Meus irmãos, olhemos para frente. Temos muito a fazer e muitas razões para viver.

Agendem o XVII Encontro Nacional da Cultura Maçônica. São Luís, Maranhão, dias 13 e 14 de abril de 2012.

(*) O jornalista Edenir Gualtieri é editor da revista maçônica A TROLHA, Londrina/PR.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

INFORMABIM 297 A e B

DESEJAVA FALAR DE FLORES

Irm Antônio do Carmo Ferreira


Ele não estava pensando nisto. Mas, quem sabe ? Talvez estivesse. E se estava, aquele momento de estar era maravilhoso. Ele passava um alerta, como o fez Vandré, poetando “pra não dizer que não falei das flores”. Lindos versos!. E ele também estava alertando, quando escreveu as palavras que escreveu.

Reporto-me ao que disse, e com o dizer alertara, o jornalista Ziraldo, admirado por sua produção literária destinada às crianças, parte já transformada em filme.. Falou que as ferramentas modernas, ensejadas pelas adiantadas estações da tecnologia, devem ser auxiliares na formação e transmissão do conhecimento. E não devem ser vistas como sinais de que o jornal (mídia impressa) e o livro tenham-se tornado obsoletos e, em decorrência, estejam céleres nos caminhos da inatividade. O livro não deixou de ser “um audaz guerreiro” (Castro Alves). E ainda é “com ele e homens que se constrói uma nação” (M Lobato).

Alerta o jornalista Ziraldo para o frágil estado em que se encontra nossa educação e se coloca disposto ao confronto: “enquanto o problema da educação não se resolver, vamos continuar batendo de frente”. Prossegue: “Temos que estabelecer o compromisso de que, a partir de hoje, não cresçam mais crianças analfabetas no país”. Para ele, o instrumento principal, nesse combate, é o livro: Aí suas palavras: ”A educação precisa ser pelo livro. A palavra gravada mudou o mundo. Em 1500, o ser humano andava de charrete. 500 anos depois de Guttemberg, ele pousa na lua. Não pode ser coincidência” Então, conclui Ziraldo, “Não adianta colocar a internet na mão da criança. A humanidade é 90% formada por imbecis e o paraíso deles é a internet.” (Diário de Pernambuco, edição de 12.10.2011).

Muitos outros líderes nos mais diversos setores econômicos e sociais do Brasil, pensando da mesma forma, alertam os pregoeiros do ocaso da imprensa e do livro. Batem de frente com a mesquinhez dos mesmos, sobretudo agora diante do sucesso alcançado pela Bienal do Livro a que assistimos nesta Região. .

Informações da pertinência do Instituto de Verificação de Circulação (IVC) dão conta de que a circulação dos jornais experimentou um crescimento de 4,2% no 1º semestre deste ano, se comparado com os 6 primeiros meses do ano passado.

E quanto aos livros? Já falei sobre o assunto em artigos anteriores. A Bienal, aqui no Recife, foi um sucesso. 600 mil pessoas passaram por lá.

Com a popularização da TV, havia muita gente anunciando o fim do cinema. Hoje são profetas fracassados, pois constata-se o reverso de suas previsões: o cinema se beneficiou da televisão, renovando-se e expandindo-se.

O mesmo vem acontecendo com a mídia impressa e a internet; o livro e a internet. Um susto danado com o advento desta, e as carpideiras já eram chamadas ...Mas o que se torna evidente ? Cada vez mais progresso, tornando rouca e abafada a voz dos pregoeiros do caos

Ouso resumir: a leitura do livro e do jornal impresso é de valia inexcedível para a evolução da humanidade e, claro, de seu bem estar. O crescimento no acesso aos mesmos é um forte indicativo do que se expôs. Há uma esperança de que dias melhores hão de vir para nossa gente. Para nós todos. E, então, desperta-se para a construção dos caminhos a essa Canaã. A pavimentação não está longe de nós. Está à nossa vista. Na leitura, seja do jornal, seja da revista, seja do livro. Isto é pacífico. Como é pacífico também a necessidade da formação do hábito da leitura. Não devemos esquecer disto: o hábito da leitura. O livro, o jornal, a biblioteca e a destinação das pessoas a esse convívio e a esse mister..

Os caminhos não serão nada fáceis. Serão, decerto, ásperos e espinhosos. Exigirão suor e determinação. Contudo a premiação ultrapassará, de muito, o esforço. A história das sociedades que chegaram ao cume, atesta o esforço e o prêmio. Minha leitura da entrevista de Ziraldo, aqui referida, é de um alerta, como quem lembrasse o poeta – também falei de espinhos, mas o desejo era apenas falar de flores.
(Informabim 297 B)

INFORMABIM 296 A

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

INFORMABIM 295 A e B

AGORA É A HORA DO MAIOR ESFORÇO

Irm Antônio do Carmo Ferreira

Existe uma prioridade no elenco de atividades que a maçonaria brasileira estabeleceu para execução nos tempos atuais. Refiro-me à campanha pela melhoria da qualidade da educação pública em nosso País. E quanto a isto é impossível negar a dedicação com que a maçonaria tem se voltado, para que os mais altos resultados sejam colimados no tempo requerido. Sem dúvida os desafios para que isto aconteça são enormes, contudo mais consoladora será a colheita. E certamente são estas expectativas e estas esperanças que têm alimentado o enfrentamento às barreiras que se levantam.

Mas este cuidado com a formação do homem, no seio da maçonaria, não se inaugura no mundo de agora. Sempre foi o seu mister em todos os tempos. Pois é de sua inerência o combate à ignorância e, por conseqüência, o preparo do homem para o exercício de uma vida digna, não somente a sua vida, mas também contribuindo para que a vida do próximo tenha o mesmo destino. Neste sentido é que recordo passagem de um dos seus mais antigos catecismos, de onde pinço: “Não basta habilitar o indivíduo somente para o trabalho, que é um dever social. É preciso dar-lhe uma formação moral e cívica adequada às novas conquistas da técnica e aos novos caminhos abertos para a ciência e para a arte”.

Os altos dirigentes da Ordem maçônica têm consciência disto e trabalham para que esses sonhos não tardem em se concretizar. Inegável como eles têm sabido colocar voz nesses sonhos de nós todos ! Assembléias gerais e audiências públicas, fóruns de debates sempre acalorados e de posicionamento, têm se repetido, muitas vezes, em todos os principais centros populacionais do Brasil, com o objetivo de se deixar bem claro que, sem a melhoria da qualidade da educação pública, nosso País não irá ao lugar competitivo que a economia globalizada estar a exigir. E nos humilha, e constrange, e empobrece ... perante o concerto internacional das Nações.

As Sagradas Escrituras registram que o homem domina a natureza, isto é, a natureza está à disposição para nosso usufruto (Gênesis 1, 26), mas, para tanto, é exigido o devido conhecimento. Por isto, os maçons ensinam que “tanto mais adiantado é o homem, quanto mais pode haurir dos segredos da natureza e empregar as suas descobertas em benefício da humanidade.”

Outro dia, li uma convocação do Grão-Mestre da Maçonaria catarinense, o maçom Alaor Francisco Tissot, que muito nos deixa entusiasmados, quanto ao empenho com que a Fraternidade deverá encarar esse desafio, exigindo a melhoria da qualidade de nossa educação pública. Muito me animaram o arrojo, a ênfase e a tempestividade da mensagem, porque ela coincide com o momento em que tramita na Câmara dos Deputados o Plano Nacional de Educação que resultará nas “diretrizes e bases” do ensino público no decênio que ora se inicia.

Tamanho o significado do que disse o Grão-Mestre Alaor Francisco Tissot que entendo ser a palavra de ordem de todos os maçons brasileiros. Vejamos: “Urge que se dê maior atenção à Educação, destinando-lhe as necessárias verbas, constituindo um melhor e mais eficiente programa de formação, aperfeiçoamento e valorização do magistério, complementando-se por uma maior assistência e consideração pelo estudante. Educar é fixar limites justos. Cabe assim, a nós maçons, mantendo as nossas dignificantes tradições e contribuição à história, assumirmos essas posições até mesmo ousadas. Ao conclamar a todos a reagir, rogamos ao Supremo Arquiteto do Universo que nos ajude e ilumine" (O Vigilante, edição de set/2011).

Porém a educação, como se percebe, não é tarefa só do governo. Nem a cobrança da melhoria de sua qualidade reserva-se à Maçonaria. É missão de todos: do poder público, das instituições privadas, das famílias. Como também não é tarefa adiável. Não é uma atividade do depois. É de antes. É deste momento. E no estágio em que nos encontramos, o de que “o futuro já está em nossa sala”, agora é a hora do maior esforço.

(Informabim 295 B)