sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

INFORMABIM 445 (A e B)

Educação como consenso
Mendonça Filho*




Desde que assumi o Ministério da Educação¹, insisto que o Brasil só dará salto de qualidade se a sociedade, independentemente de posição partidária, se unir em torno da Educação. É inaceitável o País conviver passivamente com indicadores negativos de avaliação de ensino, que denunciam a tragédia humana vivida por parcela expressiva de nossas crianças e jovens.
Os desafios são muitos. Alfabetização inadequada. Mais de 50% das crianças concluem o terceiro ano do ensino fundamental com desempenho insatisfatório na leitura e na escrita. Aprendizagem ruim de nossos jovens. Hoje aprendem menos do que há 20 anos. Cerca de 1,8 milhão de jovens que nem estudam e nem trabalham.
É preciso mudanças estruturais. Há um ano e sete meses à frente do MEC, trabalhamos em ações transformadoras na educação e políticas públicas que possam ser continuadas e aperfeiçoadas pelas futuras gestões, como a reforma do ensino médio, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para a educação infantil e o ensino fundamental, as políticas nacionais de alfabetização, de formação de professores, de escolas em tempo integral, o novo Fies, a modernização da educação à distância, o programa Educação Conectada.
O novo ensino médio torna a escola mais atraente com um currículo flexível e articulado com o técnico-profissionalizante. A BNCC, um conjunto de conhecimentos essenciais em cada etapa da educação básica, vai diminuir desigualdades e promover qualidade das aprendizagens.
As escolas em tempo integral estão sendo implantadas em todo o País com recursos do MEC, segundo o modelo vitorioso de Pernambuco, iniciado em 2004 na gestão Jarbas/Mendonça.²
Nas políticas de alfabetização e formação de professor, estados e municípios terão nosso apoio, criamos a residência pedagógica e faremos a Base Nacional Comum Curricular.
No entanto, as mudanças profundas não são tarefas só de governos. A educação precisa ser o grande vetor de convergência nacional.
1)  Deputado Federal (DEM/PE).
2) A educação em Pernambuco, em avalia-ção deste ano de 2017, ganhou o qualifi-cativo de melhor ensino médio do País.
*) Medonça Filho, Ministro da Educação, ex Deputado Estadual, ex Vice-Governador e ex Governador de Pernambuco. Seu pai – Deputado Federal José Mendonça – foi maçom iniciado na Loja Simbólica Arautos do Progresso nº 30 do Grande Oriente Independente de Pernambuco – GOIPE COMAB.


quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

INFORMABIM 444 (A e B)





LIÇÕES DE UM ENCONTRO INESQUECÍVEL
Irm Antônio do Carmo Ferreira


Tive a satisfação de conhecer Dom Edvard Robson Cavalcanti, bispo da Igreja Anglicana, ligada à Cantuária, que residiu em Olinda, mas muito andado em todo o mundo de meu Deus, com demoras na Inglaterra e nos Estados Unidos. Antes de conhecer, pessoalmente, Sua Excelência Reverendíssima, sabia por intermédio de amigos dele e meus, de seu conhecimento a respeito da maçonaria e das referências elogiosas que permeavam sua fala, quando tratava da Ordem. Foram essas notícias que mais me aguçaram o desejo de conhecê-lo e, confesso, tive muitas alegrias com essa aproximação.
Era um mês de dezembro, já na segunda quinzena. Nesse tempo a maçonaria costuma colocar em recesso as suas atividades templárias, marcando o início com uma sessão magna pública, para agradecer à colaboração recebida e o êxito alcançado em função desse apoio, seja dos irmãos, seja dos amigos, e estreitar laços de amizade com a comunidade em que a Loja Maçônica funciona. Naquele ano, resolvemos tornar pública nossa admiração àquele Bispo pela boa e merecida imagem que ele passava quanto à nossa Ordem. E o convidamos a participar de nossa Sessão Pública.
O grande salão de espera estava feericamente iluminado e ornamentado de pequenos pinheiros dispostos formando um corredor  que adiante se bifurcava, parte levando ao 1º andar, onde se daria a sessão, e outra parte demandando o fundo do salão, onde se havia armado um Presépio, revelando grande bom gosto de seus artífices. Sua Excelência Reverendíssima tomou o rumo do Presépio e, vis-a-vis, ali permaneceu, contemplando-o por muitos minutos.
  Antes da Sessão, já no 1º andar, disse-me haver tido naquela noite a grande alegria de ver homenageado quem deveria ser homenageado nesse tempo – Jesus nascido. Seu dia tinha sido cansativo de ver tanto comércio: papai-noel, pinheiros, bebidas... e quase nada tratando do nascimento do Filho de Deus, de quem deveriam ser as Boas Festas, de modo que o Presépio armado em lugar evidente, tão arejado, destacado, com aromas tão agradáveis, tudo isto o deixara “contente e satisfeito”. Contente e satisfeito fico eu, Excelência, respondi-lhe. E acrescentei palavras do Evangelho segundo Lucas: “Os loquitur ex abundantia cordis” – ao que ele confirmou: The mouth speaks about what the heart is full - a boca fala do que está cheio o coração.(Lucas 6, 45)
Após a reunião, fui conferir o que me havia dito o Dom Robson. Tudo arejado, pintura renovada, clima de aromas agradáveis ... sinais de um tempo de muitas alegrias, como se se esperasse um herói, triunfantemente herói ... E, então, estive a meditar. Essa é também e sobretudo a oportunidade da retirada dos entulhos de nossos corações, onde se deve erigir o Grande Presépio. Não importa, por maior que seja, o esforço na limpeza do espaço e sua renovação. Valem a queda dos muros, o perdão às ofensas, a construção de pontes, o amor ao próximo, com que se ornamentem os corações, onde neles, a partir daí, esteja o Filho de Deus. “No coração da pessoa de bem está o tesouro da bondade”, como se reportava Lucas em seu Evangelho.
Dom  Robson Cavalcanti já não está entre nós. Ficou a saudade infinda!
Nota do Editor: Na edição 445 deste informativo, será publicado artigo de Mendonça Filho, Ministro da Educação
INFORMABIM 443 (A e B)



OLINDA DE TANTAS RECORDAÇÕES
Irm Antônio do Carmo Ferreira


Já, neste mês, estivemos em visita à Loja Maçônica “10 de novembro de 1710”, que ornamenta, com sua linda e bem conservada feição arquitetônica, uma das ladeiras de Olinda. Fomos relembrar acontecimentos que fizeram nossa história, com destaque a parte referente à maçonaria. Como também rever  amigos, entre eles o Dr Carlos Frederico Lopes de Barros, que dirige aquela instituição com admirável eficiência, reeleito seu presidente, vezes seguidas, mercê da competência e da acentuada qualidade de líder com as quais Deus o privilegiou.
         O próprio nome distintivo da Loja “10 de novembro de 1710” é uma homenagem a uma das passagens marcantes da história de nosso Estado, em que Olinda lutava por sua distinção e seu povo assim o desejava, reunido no Senado da Câmara clamava por isto sob a liderança do Sargento-Mor Bernardo Vieira de Melo que, inclusive, e naquela data, pregava torná-la uma República. Era o primeiro grito de república nas Américas. Bernardo Vieira de Melo pagou por seu arrojo, morrendo nos calabouços do Limoeiro nas cercanias de Lisboa, para onde foi enviado. Mas o Hino de Pernambuco fez-lhe justiça – “A república é filha de Olinda”.
Ruínas do Senado da Câmara resistem ao tempo e o desafiam postadas  a 33 metros do majestoso

 Templo da Loja “10 de novembro de 1710”, vis-a-vis com o Mercado da Ribeira, onde até os idos de 1881 se praticava a desventura da venda de pessoas como se coisas elas fossem, e por cujo término a maçonaria pernambucana sob a liderança de José Mariano, João Alfredo e Joaquim Nabuco lutou e venceu.
Quero ressaltar outro grande feito que teve lugar naquela Loja, também no mês de novembro, impregnando-a do melhor simbolismo. Reporto-me à fundação da Associação Brasileira da Imprensa Maçônica – ABIM, no dia 13 de novembro de 1991. Estivemos reunidos à noite daquele dia, maçons daqui de Pernambuco, da Paraíba, de São Paulo, do Paraná e de Santa Catarina, formando assim uma assembléia nacional.
Antônio do Carmo Ferreira (Pernambuco), Francisco de Assis Carvalho (Paraná), José Carlos Pacheco (Santa Catarina) e José Castellani (São Paulo) fundavam a ABIM e anunciavam, naquela oportunidade, a sua existência. Hoje uma pujante associação no mundo das comunicações, vitoriosa com quase duzentos periódicos: revistas, jornais, boletins e newsletters com tiragem impressa e edições virtuais.
Ao Dr Carlos Frederico e à Loja Maçônica “10 de novembro de 1710” os agradecimentos por nos ter abrigado naqueles momentos de tão fecundas recordações.