terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 372 (A e B)


O NATAL E A FRATERNIDADE  QUE ELE INSPIRA

Ir\ Antônio do Carmo Ferreira

 

Já vivemos as Boas Festas comemorativas do Natal. Então pensemos nele,lembrando não os pinheiros, sempre enfeitados de sugestivos presentes, denominados “árvores de natal”, nem os “bons velhinhos” portadores de mochilas exuberantes – os papais-noéis, de eficaz indução aos sentimentos mercantis, mas recordando o nascimento de Jesus Cristo, o homenageado que os nossos dias teimam em fazê-lo cada vez menos presente. Daí o grito que vem dos longes: cadê os Presépios?

Também não nos incomode que Jesus tenha nascido não exatamente num 25 de dezembro, nem no 1º ano do calendário pelo qual nos pautamos. Importe-nos, e muito, a mensagem que este nascimento nos traz, gerando, esta lembrança, um tempo de agradecimentos e de renovação de ideais.

Consta que os romanos valeram-se de uma festa pagã já tradicional e de grande aceitação popular    o nascimento do Invencível Sol - e, em seu lugar, colocaram a festa do Natal de nosso Senhor Jesus. Este apocalipse (substituição, revelação) se deu no século IV, durante o pontificado de Júlio I, em 337 d.C (1). Naquele tempo era assim “Roma locuta, causa finita”. Roma falou (não se discutia), estava falado.

Esta decisão, contudo, não deverá ser vista como Jesus passando a ser um bem particular e privativo de qualquer Igreja, nem de uma parte do mundo. Pois uma Igreja sua terá que ser inclusiva de todos. Será do mundo inteiro. O mesmo entendimento deverá ser o da religião de Jesus que não será a de uma porção dos povos. É a de toda a humanidade. Porquanto a sua pregação teve como cerne a mensagem de “amor ao próximo”, que Ele disse ser o “novo mandamento semelhante ao primeiro” – o de amar a Deus sobre todas as coisas(2). Disse mais, através de seus apóstolos que quem fala amar a Deus e não amar o próximo é mentiroso(3).Vejam que linda é a religião de Jesus! Exuberante na mensagem – AMAR AO PRÓXIMO. E Jesus foi a LUZ que veio para clarear a todos. Dar um basta nas trevas. Iluminar todo o universo. Todo o reino de Deus. E não limitados reininhos de alguns, que ensejam as desavenças e, por isto, as trevas, causadoras dos males que atormentam o ser humano.

O homem se torna maçom numa linda cerimônia, durante a qual ele NASCE para tal circunstância. Ele faz  nascer  em  si  novos  ideais, quais sejam os de tornar feliz a humanidade, que são os ideais da Maçonaria. Ninguém ingressa na Maçonaria sem firmar o compromisso de AMAR O PRÓXIMO. E compromisso em maçonaria não prescreve, nem se quebra. Cumpre-se.

Estamos em tempo de Natal. Quer dizer, dias de reflexão sobre a mensagem com que nos acena o nascimento de Jesus. Primeiro, agradecer ao Grande Arquiteto do Universo pelo que pudemos realizar em favor do próximo, que foi possível isto graças a Ele, conforme reconhecem os adonhiramitas, como também sermos gratos pela vida que Ele nos deu: um presente inigualável, dentro do qual nos trouxe nossa família, nossos amigos, nossos irmãos, este mundão que nos rodeia e clama pela paz. E, segundo, deveremos recorrer a este tempo de Natal, para recordar de nossos sonhos, de nossos projetos. E nos perguntar: temos chegado às realizações dos mesmos? Se não chegamos, não desistir, pois Deus é amor(4). E sendo o Bom Pastor, como é, iluminará os nossos caminhos.(5).

O padre Vieira nos lembra da parábola do Semeador. É insistir em jogar a semente. Se caiu na pedra escaldante, se caiu entre os espinhos, se caiu no caminho sob os pés do viandante, não desistir. Cairá, decerto, uma vez, em solo fértil (6). E crescerá e dará frutos. Assim são os sonhos, os ideais .  Jesus,  o  Cristo,  que  trocou a vida pelo amor ao próximo, garantiu um prêmio, ensinando através do apóstolo que “fará jus ao mesmo quem persistir até o fim” (7). Por isto, fraternidade, para o maçom, não é algo que ele apenas deseja. É algo que sobretudo ele vive a praticar. E que, por conseqüência, não lhe seja nunca palavra para enfeitar discurso.

Notas:

(1) Annie Besant, in O Cristianismo Esotérico, Editora Pensamento, São Paulo, pág.95. (2) Mateus 22, 36-40. (3) I João 4, 20.  (4) I João 4, 16.  (5) Salmo 23.  (6) Padre Antônio Vieira in Os Sermões, Difusão Européia do Livro – DIFEL, São Paulo. Sermão da Sexagésima pregado na Capela Real no ano de 1655.

(7) Apocalipse 2,10

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