ENSINO MÉDIO: 2 PREOCUPAÇÕES QUE SE
AGUDIZAM
Irm Antônio do Carmo Ferreira(*)
Dois dos
muitos gargalos se estreitam e tornam cada vez mais preocupante a situação da
educação pública no Brasil. O primeiro deles tem a ver com as eleições de
outubro que, com certeza, esvaziarão o
Congresso, com os seus parlamentares em campanha para renovação de mandato e,
então, permanecendo mais tempo em suas bases eleitorais, passando às pressas nos Gabinetes de Brasília.
Sem o tempo
necessário e exigido para a análise dos
projetos, os que estiverem em tramitação vão estar hibernando nas gavetas.
Nesse descaso se encontra, por desdita do Brasil, o que se refere ao Plano Nacional de Educação,
cujo andamento o governo teima em emperrar desde novembro de 2010. O entendimento
de muitos é que este ano o PNE 2 não sairá dos escaninhos, pois pra que cuidar
da educação, se o povo/eleitor desprovido desse instrumento e, por
conseqüência, frágil no discernimento, tanto melhor para o processo da
reeleição ?
O outro gargalo
se revelou, este no campo do ensino médio, através do Censo da Educação Básica
referente ao ano passado (2013), agora
divulgado pelo Ministério da Educação. Em 2012, em todo o país, havia cerca de
9 milhões e oitocentos mil alunos matriculados no ensino médio. Quando
esperávamos, é o obvio, que em 2013, tivesse ocorrido aumento nas matrículas, (qual
nada?) a quantidade de alunos matriculados, segundo o Censo, havia caído de 1
milhão e meio, ficando em 8,312 milhões.
Não falhando meus registros, esse foi o pior
resultado que se alcançou, nos últimos cinco anos. Se a gente levar em
consideração que a população cresceu e que a inovação tecnológica torna cada
vez mais exigida a presença do jovem na
escola, aí o bicho pega. E tome preocupação com o nosso futuro! Porque o amanhã
não se construirá sem a assistência da educação.
Aliás, todos
os brasileiros sabem disso, pois ninguém é tão cego que não esteja vendo,
através da mídia, as notícias sobre os fatores determinantes do desenvolvimento
das nações, onde se destaca a educação.
Recentemente,editorialista
do jornal Diário de Pernambuco escrevia assim: “Entre as desvantagens do Brasil
nos ran-kings de competitividade, pesquisas inter-nacionais apontam a baixa
escolaridade, medida em anos de estudo” Imaginem que além da menor quantidade
de anos de estudo vem essa da diminuição da quan-tidade dos que se matriculam?
Conclui o editorialista: “O país precisa atacar
quanto antes o atoleiro que
paralisa a trajetória dos rapazes e moças”. (DP 27.2.14)
O Censo não
revela as causas do decréscimo das matrículas, embora alerte para o agravante
do crescente populaci-onal, também nem precisava, porquanto todos sejamos
senhores da situação pouco cativante como a escola se apresenta nesta quadra da vida
brasileira. Já existe até quem profetize no sentido de que, se as condições não
melhorarem, tempo virá em que escola e cadeia, em igualdade, serão institutos
abomináveis.
Seria
excelente que os Congres-sistas brasileiros dessem uma olhadinha no livro do Cardeal Bergoglio. “Educar: exigência e
paixão”. Nele o autor diz que “temos uma obra de amor: educar. Educar é dar
vida”.(WWW.avemaria.com.br) Então numa
dessas idas de fim de mês a Brasília, receber o salário, não custava nada ficar
uns três dias e praticar esse gesto de amor e de vida, aprovando o PNE2.
Compensaria
tudo que porventura não tenha sido feito nessa legislatura que se termina em
dezembro. Além do desagravo que se faria à Constituição Federal, desobedecida
que se encontra na ausência de cumprimento ao que estabelecem os seus
dispositivos atinentes à educação para todos e à realização desse benefício que
se empreende através de planos nacionais para períodos de dez anos.
|
Papa Francisco, rogai por nós, enquanto as preocupações com o
ensino médio não se agudizem muito mais!
Nenhum comentário:
Postar um comentário