segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

INFORMABIM 354 (A e B)


ENSINO MÉDIO: 2 PREOCUPAÇÕES QUE SE AGUDIZAM
Irm Antônio do Carmo Ferreira(*)
 


Dois dos muitos gargalos se estreitam e tornam cada vez mais preocupante a situação da educação pública no Brasil. O primeiro deles tem a ver com as eleições de outubro que, com certeza,  esvaziarão o Congresso, com os seus parlamentares em campanha para renovação de mandato e, então, permanecendo mais tempo em suas bases eleitorais, passando às pressas  nos Gabinetes de Brasília.

Sem o tempo necessário e exigido para a análise  dos projetos, os que estiverem em tramitação vão estar hibernando nas gavetas. Nesse descaso se encontra, por desdita do Brasil,  o que se refere ao Plano Nacional de Educação, cujo andamento o governo teima em emperrar desde novembro de 2010. O entendimento de muitos é que este ano o PNE 2 não sairá dos escaninhos, pois pra que cuidar da educação, se o povo/eleitor desprovido desse instrumento e, por conseqüência, frágil no discernimento, tanto melhor para o processo da reeleição ?

O outro gargalo se revelou, este no campo do ensino médio, através do Censo da Educação Básica referente ao ano passado (2013),  agora divulgado pelo Ministério da Educação. Em 2012, em todo o país, havia cerca de 9 milhões e oitocentos mil alunos matriculados no ensino médio. Quando esperávamos, é o obvio, que em 2013, tivesse ocorrido aumento nas matrículas, (qual nada?) a quantidade de alunos matriculados, segundo o Censo, havia caído de 1 milhão e meio, ficando em 8,312 milhões.

Não  falhando meus registros, esse foi o pior resultado que se alcançou, nos últimos cinco anos. Se a gente levar em consideração que a população cresceu e que a inovação tecnológica torna cada vez mais exigida  a presença do jovem na escola, aí o bicho pega. E tome preocupação com o nosso futuro! Porque o amanhã não se construirá sem a assistência da educação.

Aliás, todos os brasileiros sabem disso, pois ninguém é tão cego que não esteja vendo, através da mídia, as notícias sobre os fatores determinantes do desenvolvimento das nações, onde se destaca a educação.

Recentemente,editorialista do jornal Diário de Pernambuco escrevia assim: “Entre as desvantagens do Brasil nos ran-kings de competitividade, pesquisas inter-nacionais apontam a baixa escolaridade, medida em anos de estudo” Imaginem que além da menor quantidade de anos de estudo vem essa da diminuição da quan-tidade dos que se matriculam? Conclui o editorialista: “O país precisa atacar   quanto antes o atoleiro que paralisa a trajetória dos rapazes e moças”. (DP 27.2.14)

O Censo não revela as causas do decréscimo das matrículas, embora alerte para o agravante do crescente populaci-onal, também nem precisava, porquanto todos sejamos senhores da situação pouco cativante como  a escola se apresenta nesta quadra da vida brasileira. Já existe até quem profetize no sentido de que, se as condições não melhorarem, tempo virá em que escola e cadeia, em igualdade, serão institutos abomináveis.

Seria excelente que os Congres-sistas brasileiros dessem uma olhadinha no livro do Cardeal Bergoglio. “Educar: exigência e paixão”. Nele o autor diz que “temos uma obra de amor: educar. Educar é dar vida”.(WWW.avemaria.com.br) Então numa dessas idas de fim de mês a Brasília, receber o salário, não custava nada ficar uns três dias e praticar esse gesto de amor e de vida, aprovando o PNE2.

Compensaria tudo que porventura não tenha sido feito nessa legislatura que se termina em dezembro. Além do desagravo que se faria à Constituição Federal, desobedecida que se encontra na ausência de cumprimento ao que estabelecem os seus dispositivos atinentes à educação para todos e à realização desse benefício que se empreende através de planos nacionais para períodos de dez anos.  


(*)  Jornalista  DRT 5565/PE
 
Papa Francisco, rogai por nós, enquanto as preocupações com o ensino médio não se agudizem muito mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário