INFORMABIM 413 (A e B)
MELHORAMENTO DOS COSTUMES
Irm Ezequias B Moura
(*)
O
tratamento de Irmãos que os Maçons dispensam entre si, vai se restringindo
pouco a pouco a letras impressas dos rituais e as saudações em Loja aberta. Há
Maçons que se comportam dentro de nossos Templos como se estivessem num cinema,
num teatro, num clube ou qualquer outro recinto público, trocando de lugar,
conversando, sem prestar atenção a quem está fazendo uso da palavra, numa
censurável falta de consideração à Ritualística Maçônica e aos Irmãos
presentes.
A
concórdia fraterna, invocada na abertura dos trabalhos de Loja de Aprendiz, vai
cedendo lugar a amizades grupais, alicerçadas, unicamente, nas conveniências
políticas, profissionais, sociais e econômicas do mundo profano. O respeito à
ordem e à disciplina, muitas vezes é considerado como um ato de subtração da
própria personalidade e como um ato de submissão servil à vontade dos
dirigentes.
Muitos
dos Irmãos mal se cumprimentam quando se encontram em Loja, antes do início dos
seus trabalhos, e outros sequer permitem dar um breve aceno de mão quando
cruzam com outro Irmão fora dos Templos. O reconhecimento como Irmão é efetuado
apenas dentro dos Templos. Fora, não!. Maçons há que quando um Irmão lhe
estende a mão para cumprimentá-lo, apenas toma-lhe a ponta dos dedos como se
este Irmão fosse portador de doença infecto-contagiosa transmissível ao toque
das mãos.
O
que custa retirar um Irmão da fila no seu local de trabalho ou perguntar-lhe se
alguma coisa está faltando?. Não é necessário está divulgando aos quatro cantos
que fulano é seu Irmão Maçom. Simplesmente reconheça-o como tal! Infelizmente,
no mundo profano a triste realidade do cotidiano apresenta casos de Maçons
envolvidos em bebedeiras, distinções mundanas, entre tantas outras paixões.
Há
Maçons que entendem que a paz, a harmonia que devem reinar entre os Irmãos
depende da submissão das vontades destes às suas vaidades, conveniências
interesses pessoais. Não admitem ser contestados, que se discorde de suas
idéias, que busquemos como livres pensadores a nossa própria verdade. Agem como
se fossem crias das masmorras do autoritarismo. Os que deles discordam e os
contestam, são considerados “rebeldes” e “perturbadores” da paz e da harmonia
no seio da Maçonaria...
Há
ainda os que nutrem rancor e ódio por seus Irmãos. Há os que são avarentos, os
que forjam intrigas, que fazem críticas descabidas a atitudes, gestos e
palavras de seus Irmãos, sobretudo quando o procedimento destes se constitui em
ameaça aos seus interesses pessoais ou ao culto das suas vaidades. Há, ainda,
os que não têm a hombridade, a dignidade e a altivez de falar face a face com
seu Irmão para dizer-lhe com franqueza, cortesia e amor, dos seus sentimentos a
das razões do seu combate ou oposição, nem muito menos sondar-lhe o íntimo e
descobrir os motivos que o levaram a tomar esta ou aquela decisão ou atitude.
Há
os que ao primeiro choque de idéias e de sentimentos, descarregam as baterias
contra seu Irmão, preparam-lhe um ambiente hostil dentro e fora do Templo.
Entendo já ser chegado o tempo de repensarmos o melhoramento dos costumes. E
neste sentido, a máxima de Confúcio é
trilha de inspiração inexcedível: “Se cada um
varresse a frente de sua casa, o mundo inteiro seria limpo”
(*)
Ezequias Moura é Diretor e Editor da revista
maçônica Fraternizar. Olinda/PE.
E-Mail: zequiasmoura@gmail.com
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