Irm Antônio do
Carmo Ferreira
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Um descendente próximo do rei David escreveu, no
usufruto da inspiração divina, um livro maravilhoso que foi incluído no Velho
Testamento – com o título de Eclesiastes. Aí ensina ele que “todas as coisas
têm seu tempo, e para cada ocupação chega a sua hora debaixo do céu”.
(Eclesiastes 3, 1).
Sob o pálio dessas premissas, entendo que este seja,
pois, o tempo da exaltação ao merecimento.
Estamos aqui reunidos para as comemorações do 25º
aniversário da fundação de uma sociedade que se propôs à realização de um
objetivo, e, no tempo estabelecido, honrou o seu compromisso.
Reporto-me à Loja Maçônica “Tradição Escocesa”, que
tem a felicidade de reunir seus integrantes e admiradores, no primeiro quartel
de sua fecunda existência, para as comemorações do dever cumprido, tornando-se,
portanto, merecedora da láurea do existir, comenda devida aos que exercem a sua
missão, fiéis aos destinos a que se propuseram, conforme profetiza João em seus
apocalipses. (Apoc 2, 10)
Corria o ano de 1989, o primeiro centenário da
República Federativa do Brasil, forma de Estado e de Governo desejada pelos
Revolucionários de 1817, na construção de nossa Independência, mas que, em
1822, veio sob o regime monárquico.
Na oportunidade (1989), a maçonaria brasileira dispunha
de uma Loja de Estudos e Pesquisas – a Loja Brasil, com evidente atuação . O
seu Departamento de Membros Correspondentes era muito animado. Dele faziam
parte maçons de quase todo o País e nós nos reuníamos em Londrina na primeira
quinzena de abril, em torno do dia 10, aniversário da revista maçônica A TROLHA
que o professor Francisco de Assis Carvalho editava.
Eram dias muito produtivos. Cada um levando o seu
trabalho, para exposição e apreciação dos confrades. Assis Carvalho (Paraná),
José Castellani (São Paulo), Hercule Spoladore (Paraná), Mário Name (São
Paulo), Raimundo Rodrigues (Acre), Frederico Guilherme (Rio de Janeiro), Absaí
Gomes Brito (Goiás), Antônio do Carmo (Pernambuco), Guilherme de Queiroz (PE) e
muitos outros, de cujo convívio naqueles dias alimento hoje minhas saudades.
Num desses encontros, o ir José Castellani, médico,
pesquisador de maçonaria, e, nesse campo, doutrinador, ritualista, historiador,
escritor e conferencista, revelou certa frustração quanto ao rito escocês
antigo e aceito, praticado no Brasil por cerca de 70% das Lojas Maçônicas, mas
de forma diferente das regras de suas origens, com enxertos que
desfiguravam suas belezas. Essa notícia, tomei-a, para mim mesmo, como um
desafio.
No encontro de 1991, avisei aos irmãos Assis Carvalho
e Castellani que iria constituir um grupo de trabalho para passar a limpo a
prática do Rito Escocês e reimplantá-lo, com todos os seus direitos – doutrina,
ritualística e liturgia, passando pela adequação dos templos, elaboração dos
rituais e paramentação de seus praticantes.
Era um projeto arrojado que metia medo até em se falar
a respeito.
No dia 7 de setembro de 1991, com o templo da Loja 10
de Novembro de 1710 já preparado para esse laboratório(*), fundamos a Loja
TRADIÇÃO ESCOCESA(**) e instalamos seu Venerável Mestre, o Ir Guilherme de
Queiroz Ribeiro, dando-lhe posse e à sua Diretoria. Antônio Azevedo Santos – 1º Vigilante /Heli Correia de Almeida – 2º Vigilante /José Gerson Fialho – Orador /David
José de Melo – Secretário /Joselito
Norberto Lucena – Tesoureiro.
A nova Oficina(***) – missionária – funcionaria, como
funcionou, no Templo que fica, vis-a-vis com o Mercado da Ribeira (Olinda), a
33 metros das ruínas do Senado da Câmara, onde Bernardo Vieira de Melo deu o
primeiro gripo de República nas Américas, e possibilitou o hino de Pernambuco a
anunciar e consagrar que “a República é filha de Olinda”.
(Continua no INFORMABIM 415)
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