UMA MÃE NEM
TÃO CONTENTE
Irm Antônio
do Carmo Ferreira
Sete de setembro com um sol da manhã clareando tudo em
todos os recantos do Brasil. Desfiles de militares e de jovens estudantes.
Garbosos, com seus caprichados uniformes, apresentando-se nas principais
avenidas sob os aplausos do povo. O Brasil merece. Enfim é o dia recordativo de
nossa Independência. O Dia da Pátria. “A Mãe gentil”.
Sete de setembro de 1822, vale lembrar, é um capítulo
final na história de nossa maioridade política. Antes, cinco anos, em Seis de Março
de 1817, em Pernambuco, já se havia iniciado uma Revolução nesse sentido. A
República implantada, com sua Constituição, seu Presidente e Ministério,
universidade, justiça gratuita, abolição da escravatura, liberdade religiosa e
de imprensa. Sacrifícios de muitas vidas em 75 dias de sonhos, que se foram,
mas por pouco tempo, porquanto cinco anos depois, nossa Independência se
tornava definitiva.
O Grito da Independência às margens do Ipiranga teve
um registro especial no poema composto por Evaristo da Veiga e a ele se deu música da autoria de Dom Pedro
de Alcântara. Nesse Hino da Independência se convoca a “brava gente brasileira
a ver contente a Mãe gentil”. Agora, convém
examinar
se realmente o objetivo daquela convocação está sendo respeitado em nossos
dias! Porquanto um estado assim de tanta felicidade não deveria ser apenas
daquela geração, mas de todas as outras que àquela sucedessem.
Todavia o que hoje se constata é muito diferente. Com 13
milhões de desempregados e seus familiares, por consequência, empurrados para
as maiores dificuldades.
Uma educação pública avaliada, como medíocre, pelos
índices internacionais, quando de sua competência depende o desenvolvimento do
País.
A economia da produção estagnada sem estímulo para o
crescimento, faltando-lhe não somente o encorajamento aos empreendedores, mas
também a ênfase na firme decisão da escola voltada para o ensino
profissionalizante que qualifica a mão de obra e favorece o seu emprego.
E da segurança e da saúde não precisa falar, pois
estão na mesma trilha das muitas carências.
Nas comemorações do 7 de Setembro, neste ano, viva a Pátria! Viva o Brasil! Sem
esquecermos, contudo, de que a “Mãe” continua muito “gentil”, mas, “contente”, decerto
que nem tanto.
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