Irm
Antônio do Carmo Ferreira
Quais os
objetivos da educação no Brasil? Deseja-se, com essa indagação, remeter o
leitor ao encontro de uma resposta, seguindo os caminhos indicados pelos
constituintes de 1988 ao redigirem o artigo 205 de nossa Carta Magna. Nesse
dispositivo da Constituição Federal, na parte final, encontrar-se-á o que se
propõe alcançar com a educação em nosso País, antecipando que “por meio dela a
pessoa transforma-se, cria valores, qualifica-se para o trabalho e exerce e
instrumentaliza sua cidadania”.
CF – Art.205: A
educação, direito de todos e dever do Estado e da Família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando o
pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”.
Então quero
entender, como entenderam os constituintes de 88, que o ensino deve contemplar não somente a qualidade, da
qual estamos por demais carentes, mas também a formação profissional, sendo
ofertada, e até me parece ocioso dizer,
conforme exijam os projetos de desenvolvimento em curso.
Há uma
insistente reclamação do empresariado a respeito da escassez de mão de obra
técnica para as atividades industriais, o que o tem levado, na busca para
suprir essa demanda, à realização de cursos de curta duração na própria
empresa, o que decerto não se compara, e todos hão de convir, com uma
habilitação no centro escolar.
Daí a
necessidade que se tem das escolas, muitas escolas, em que o ensino médio seja ministrado em
tempo integral e com destinação profissionalizante, como aliás inspira a
própria Constituição.
À medida que o
tempo passa, e nem precisa de esforço para entender, o desempenho do trabalho
vai ficando mais exigente, requerendo dos que a ele se dedicam um preparo
técnico da melhor qualificação, habilitações aliás que os tempos modernos, e
vindouros, totalmente voltados para a inovação e para a tecnologia estão revelando, o que
inclui não só o processo criativo, mas também o manejo de máquinas e robôs que
teimam em substituir a mão de obra, e dos quais a competitividade empresarial
não poderá fugir.
É necessário
saber-se que, na Europa, os gestores do
ensino médio destinam cerca de 40% das vagas para os que desejam fazer
curso técnico. No Brasil, comenta-se que não passam de 8% as vagas oferecidas com
a mesma destinação.
Registro, embora
com tristeza, que há três anos as estatísticas gritavam serem necessários 3
trabalhadores brasileiros para produzir
o mesmo que um sul-coreano; 4 brasileiros para um alemão; e 5 brasileiros para
um norte-americano.
(Diário de Pernambuco, edição de 20 de
outubro de 2013).
Então entendemos
acertada essa medida governamental de reorganizar a grade de opções no ensino
médio, para incluir mais oferta de vagas destinadas à formação técnica com o
aumento do número de escolas de tempo integral para o atendimento a esse objetivo.
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