quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

INFORMABIM 418 (A e B)



CUSTEIO DA EDUCAÇÃO  NA FALA DO PRESIDENTE
Irm Antônio do Carmo Ferreira

Esse costume de comprar móveis, utensílios, veículos e tudo quanto mais se possa imaginar, para pagamento em “módicas prestações”, tem alimentado situações perversas e mais das vezes desesperadoras, a quantos  se valem desse sistema para satisfação de seus anseios de consumo.
É bem provável que nunca foram alertados para o fato de que ao comprarem  a prazo estão comprometendo rendas e salários de até o 24º mês à frente do momento da aquisição. E muitas vezes sem a certeza ou a garantia de que tais remunerações lhes estarão disponíveis no futuro comprometido.
Nessas “eras de descontinuidade”, em que no momento 12 milhões de brasileiros perderam seus empregos, e estão sem trabalho, confirma-se tal incerteza e se torna um risco comprometer rendas que provenham de salários futuros, de muitos  meses  à  frente. E muitos estão procedendo dessa maneira, atendendo ao aceno do cartão de crédito, parcelando o pagamento em várias prestações, o que encarece as compras com o pagamento do serviço do cartão e alimenta o risco e o constrangimento no amanhã.
É preciso repensar esse costume de gastar mais do que se ganha. E me reporto a este assunto, nesta oportunidade, diante do disse-não-disse político causado pela PEC 241, remetida pelo governo à Câmara, e já se encontra no Senado com o número 55, pretendendo estabelecer fortes mecanismos para limitar os gastos públicos.
Tem sido uma gritaria danada. Cada corporação  reclamando na defesa de seus interesses, sem lembrar do benefício ao todo. Gastar, gastar ... mas há recursos para tanto? “É preciso julgar, pra depois ...” deitar falação, ensina o cancioneiro popular.
De fato, nesses tempos de tanta insegurança, com a vida em risco em cada canto, não há como não exigir dos governantes reforço no custeio do setor ! Quando a nossa saúde, ela mesma, encontra-se hospitalizada, não se vê, sem tristeza, uma hipótese de freio nas despesas com ela!
E a educação e o ensino? Aí é que é “de fazer chorar”, como se freva no carnaval do Recife, falando-se da “quarta feira ingrata”, se se insinua uma limitação nos gastos desse setor, quando nos encontramos a reboque diante de nossas carências, perante a evolução das inovações e da tecnologia já conhecidas pelo resto do mundo!
A esperança ressalta, contudo, e  vem na palavra esclarecedora do próprio  Sr Presidente Temer, para quem “o limite de gastos instituído pela PEC é global. Não é um teto para a educação, um teto para a  saúde ... Nosso horizonte é prestigiar a saúde e a educação, é prestigiar o investimento”. Educação e Saúde teriam tratamento especial com inclusive alocação de mais recursos nos orçamentos que haverão de vir, quer dizer com valores maiores que os consignados em dispositivos dos anos anteriores. “Quando nós”, continua o Sr Presidente, “dizemos que ele será revisável a cada Orçamento, não significa que ele não pode ser além da inflação”. (Diário de Pernambuco, 14.10.16).
Recentemente, o ministro da educação, Sr Mendonça Filho, anunciou que um crédito suplementar de R$5 bilhões havia beneficiado o MEC e “servirá  para pagamento de pessoal e gastos com benefícios em universidades, hospitais universitários, institutos federais além de autarquias e fundações federais. Garantido um reajuste de 10,77% a professores e servidores da área técnica de universidades e institutos federais”. (Jornal do Comércio, 11.11.16). São gestos que fortalecem a crença.
Então vamos pedir ao Grande Arquiteto do Universo para que ilumine os nossos parlamentares, no sentido de que, ao apreciarem a matéria,  tornem exigente, e não falhe, a realidade a que se reporta o Presidente Temer em suas  explicações.


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