MAÇONARIA E EDUCAÇÃO (2/2)
Irm Élio Figueiredo (11 9 8999 3873)
em seguida,
professor primário, advogado e jornalista, mas, sua alfabetização só ocorreu
porque a Loja Maçônica Amor e Concórdia, fundada em 1894, fundou a primeira
escola primária da cidade.
Esse
é um exemplo do que a Maçonaria já fez em prol da Educação neste país.
Nos
tempos atuais, os maçons vêm se esquecendo desse passado, só relembrando fatos
muito marcantes, no campo político, como fazendo parte da História da Maçonaria
em nosso país, olvidando-se de algo muito mais importante para a vida de uma
nação, que é a difusão do Conhecimento.
Apenas
algumas vozes, solitárias, são ouvidas, como a do Ir.·. Antonio do Carmo
Ferreira, Grão Mestre de Honra do Grande Oriente Independente de Pernambuco,
que sempre que pode, difunde suas ideias buscando lutar por uma Educação mais
firme e forte, plantando na mente das crianças e jovens, o desejo de saber mais
para poder participar, ativamente, da vida política do país, não se deixando
levar por uma falsa impressão de que o fisiologismo e o compadrio é que devem
nortear os negócios da nação.
Outro
Grão Mestre que se preocupa com o tema, Benedito Marques Ballouk Filho,
publicou, na mesma Revista Universo Maçônico n°. 35, matéria em que concita a
Maçonaria a deixar de ser plateia, tornando-se protagonista da evolução da
sociedade, que é uma das metas maiores, no meu entender, de nossa Sublime
Instituição.
Outro
exemplo de como o exercício responsável de cidadania pode alterar o mundo
social, lembro o fato de que Calouste Gulbenkian, riquíssimo distribuidor de
petróleo, promoveu uma ação visando minorar o problema do analfabetismo em
Portugal.
Pouco
após o final da II Grande Guerra, ele verificou que em Portugal, a maior
parcela da população era analfabeta e uma porção muito pequena, era
alfabetizada, tendo promovido uma distribuição de livros às crianças de aldeias
e cidades, livros esses que, depois de certo tempo, eram devolvidos à Fundação
Calouste Gulbenkian, recebendo novos livros para ler, o que incentivou a
população portuguesa a ler e, portanto, a crescer no concerto das nações e,
atualmente, é muito pequeno o número de analfabetos, invertendo-se, destarte, a
proporção entre alfabetizados e iletrados.
Nosso
irmão Kennyo Ismail, na sua obra História da Maçonaria Brasileira para Adultos,
prega que devemos dar melhor assistência aos De Molays, que é uma das
instituições mais sérias no mundo, pois, é um celeiro de futuros maçons,
voltados para uma melhoria da Maçonaria e, por via de consequência, da
sociedade como um todo.
Entretanto,
como ele mesmo menciona, os De Molays passam, aqui no Brasil, pelos mesmos
problemas que envolvem a Maçonaria como um todo, em que as vaidades pessoais
estão acima da verdadeira vocação da Maçonaria.
Como
estamos assistindo neste país, não há, por parte dos governos, nenhuma
preocupação em melhorar a qualidade do ensino, pois, é mais fácil dominar um
povo ignorante do que um que pensa e age segundo critérios mais éticos, o que é
imprescindível para nosso crescimento.
Quero,
ao final, indagar se não cabe à Maçonaria - representada pelos maçons - iniciar
uma campanha para inverter essa situação? Não será através de ações como as que
nossos antepassados, que construíram e mantiveram escolas para crianças
carentes? Será que algo parecido com o que Calouste Gulbenkian fez em meados do
século findo, não seria aconselhável?
Há
que se lembrar de que uma meta (demagógica) de algum governo anterior, de que
cada escola deveria ter uma biblioteca, organizada e que visasse atender aos
reclamos e necessidades daquela população infanto-juvenil. Será que não seria
viável que fizéssemos algo para o atende dessa necessidade?
Fica,
assim, a minha contribuição para convocar os irmãos e a Maçonaria para
buscarmos meios de melhorar o nível cultural do país, a partir de cada um de
nós, trabalhando, cada Loja, em algum projeto para que alcancemos esse
desiderato, comprovando a finalidade maior da Maçonaria.
ooooOOOOoooo
BIBLIOGRAFIA
BALLOUK
Fº., Benedito Marques, Educação, Cidadania e Maçonaria, um exercício
metafísico, in Revista Universo
Maçônico, ed. 35, p. 78.
BOLLER,
Charles Evaldo, Educação Natural na Maçonaria, in Revista Universo Maçônico, ed. 36, p. 21, Ed. Maçônica de
Negócios.
ISMAIL,
Kennyo, História da Maçonaria Brasileira para Adultos, Ed. Maçônica “A Trolha”
Ltda., junho/2017.
SILVA,
Samuel Vieira da, Escolas Maçônicas no Final do Século XIX no Brasil, in Revista Universo Maçônico nº 36, Ed.
Maçônica de Negócios.
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