quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

INFORMABIM 442 (A e B)



MAÇONARIA E EDUCAÇÃO (2/2)
Irm Élio Figueiredo   (11 9 8999 3873)

 em seguida, professor primário, advogado e jornalista, mas, sua alfabetização só ocorreu porque a Loja Maçônica Amor e Concórdia, fundada em 1894, fundou a primeira escola primária da cidade.
                Esse é um exemplo do que a Maçonaria já fez em prol da Educação neste país.
                Nos tempos atuais, os maçons vêm se esquecendo desse passado, só relembrando fatos muito marcantes, no campo político, como fazendo parte da História da Maçonaria em nosso país, olvidando-se de algo muito mais importante para a vida de uma nação, que é a difusão do Conhecimento.
                Apenas algumas vozes, solitárias, são ouvidas, como a do Ir.·. Antonio do Carmo Ferreira, Grão Mestre de Honra do Grande Oriente Independente de Pernambuco, que sempre que pode, difunde suas ideias buscando lutar por uma Educação mais firme e forte, plantando na mente das crianças e jovens, o desejo de saber mais para poder participar, ativamente, da vida política do país, não se deixando levar por uma falsa impressão de que o fisiologismo e o compadrio é que devem nortear os negócios da nação.
                Outro Grão Mestre que se preocupa com o tema, Benedito Marques Ballouk Filho, publicou, na mesma Revista Universo Maçônico n°. 35, matéria em que concita a Maçonaria a deixar de ser plateia, tornando-se protagonista da evolução da sociedade, que é uma das metas maiores, no meu entender, de nossa Sublime Instituição.
                Outro exemplo de como o exercício responsável de cidadania pode alterar o mundo social, lembro o fato de que Calouste Gulbenkian, riquíssimo distribuidor de petróleo, promoveu uma ação visando minorar o problema do analfabetismo em Portugal.
                Pouco após o final da II Grande Guerra, ele verificou que em Portugal, a maior parcela da população era analfabeta e uma porção muito pequena, era alfabetizada, tendo promovido uma distribuição de livros às crianças de aldeias e cidades, livros esses que, depois de certo tempo, eram devolvidos à Fundação Calouste Gulbenkian, recebendo novos livros para ler, o que incentivou a população portuguesa a ler e, portanto, a crescer no concerto das nações e, atualmente, é muito pequeno o número de analfabetos, invertendo-se, destarte, a proporção entre alfabetizados e iletrados.
                Nosso irmão Kennyo Ismail, na sua obra História da Maçonaria Brasileira para Adultos, prega que devemos dar melhor assistência aos De Molays, que é uma das instituições mais sérias no mundo, pois, é um celeiro de futuros maçons, voltados para uma melhoria da Maçonaria e, por via de consequência, da sociedade como um todo.
                Entretanto, como ele mesmo menciona, os De Molays passam, aqui no Brasil, pelos mesmos problemas que envolvem a Maçonaria como um todo, em que as vaidades pessoais estão acima da verdadeira vocação da Maçonaria.
                Como estamos assistindo neste país, não há, por parte dos governos, nenhuma preocupação em melhorar a qualidade do ensino, pois, é mais fácil dominar um povo ignorante do que um que pensa e age segundo critérios mais éticos, o que é imprescindível para nosso crescimento.
                Quero, ao final, indagar se não cabe à Maçonaria - representada pelos maçons - iniciar uma campanha para inverter essa situação? Não será através de ações como as que nossos antepassados, que construíram e mantiveram escolas para crianças carentes? Será que algo parecido com o que Calouste Gulbenkian fez em meados do século findo, não seria aconselhável?
                Há que se lembrar de que uma meta (demagógica) de algum governo anterior, de que cada escola deveria ter uma biblioteca, organizada e que visasse atender aos reclamos e necessidades daquela população infanto-juvenil. Será que não seria viável que fizéssemos algo para o atende dessa necessidade?
                Fica, assim, a minha contribuição para convocar os irmãos e a Maçonaria para buscarmos meios de melhorar o nível cultural do país, a partir de cada um de nós, trabalhando, cada Loja, em algum projeto para que alcancemos esse desiderato, comprovando a finalidade maior da Maçonaria.

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BIBLIOGRAFIA
                BALLOUK Fº., Benedito Marques, Educação, Cidadania e Maçonaria, um exercício metafísico, in Revista Universo Maçônico, ed. 35, p. 78.
                BOLLER, Charles Evaldo, Educação Natural na Maçonaria, in Revista Universo Maçônico, ed. 36, p. 21, Ed. Maçônica de Negócios.
                ISMAIL, Kennyo, História da Maçonaria Brasileira para Adultos, Ed. Maçônica “A Trolha” Ltda., junho/2017.
                SILVA, Samuel Vieira da, Escolas Maçônicas no Final do Século XIX no Brasil, in Revista Universo Maçônico nº 36, Ed. Maçônica de Negócios.

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