“NÃO VERÁS
NENHUM PAÍS COMO ESTE!”
Irm Antônio do Carmo Ferreira
A história
registra esses anseios de fragmentação do nosso território ocorridos em outros
momentos, às vezes movidos por forças externas, às vezes fomentados pela
população local. Somente uma, porém, resultando positiva, como foi o caso da
Província Cisplatina, que se separou do Brasil e se tornou a república do
Uruguai.
Antes,
aconteceram duas tentativas fortemente
organizadas, ocupando os territórios do Rio de Janeiro e de Pernambuco. A primeira por interesses
franceses e a segunda, mais vigorosa e demorada, a ocupação holandesa, deixando
marcas que o passar do tempo não tem conseguido apagar.
A Revolução
Farroupilha/República de Piratini, durante a regência do Império exercida pelo
Padre Feijó, é exemplo de tentativa separatista que encontrou apoio na população
local. Como foi o caso da Confederação do Equador, com um movimento iniciado em
julho de 1824, em Pernambuco, tendo Paes de Andrade como Presidente, e Frei
Caneca, que escreveu seu ideário, sendo um dos seus principais ativistas.
O experiente
Frei Caneca vinha da Revolução Republicana de 1817, em que os nativos pugnaram
por uma pátria para os brasileiros, tirando o Brasil da condição de colônia,
separando-o de Portugal, resultado que se alcançou em setembro de 1822.
Mas em 1824, o
objetivo inicial migrou para a separação de três províncias, constituindo-se na
Confederação do Equador. E isto, reparando bem, contrariava a pregação
pernambucana de uma só língua e de um só território para o Brasil, afirmações
alicerçadas na pós-expulsão dos holandeses, quando havia clima favorável a uma
independência de Pernambuco, pois que lutara sozinho e se livrara da presença
invasora, mesmo contra a vontade então declarada de Lisboa.
A coroa puniu
Pernambuco, mandando matar os líderes da Confederação do Equador, entre eles o
Frei Caneca,em 13 de janeiro de 1825, e
desmembrando grande parte de seu território – a Comarca do São Francisco, até
hoje integrando o estado da Bahia.
Esses movimentos
de conotação separatista estão registrados na História do Brasil e se deram,
quase todos, ao tempo dos embates sobre a consolidação de nossa Independência,
com o sacrifício de muitas vidas dos que se colocavam em sentido divergente.
Conforta-nos, em nossos dias, como reza o artigo primeiro de nossa Carta Magna
– sermos “A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do Distrito Federal
...”
Agora, se por
algum motivo contrariado ou postulações não atendidas, alguém entender que
melhor lhe seria confrontar a “união indissolúvel”, levando um pedaço do
Brasil, que tal, antes da decisão, reler “A Pátria”, poema de Olavo Bilac, em
que o Príncipe dos Poetas aconselha:
“Ama com fé e orgulho a terra em que nasceste!
Criança! Não verás nenhum país como este !”
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