Irm
Antônio do Carmo Ferreira
“Purifica o teu
coração antes de permitires que o amor entre nele,
pois até o mel mais
doce azeda num recipiente sujo.” (Pensa-
mento atribuído a Pitágoras).
João, Luiz, Miro
e Sandra lançavam seus olhares sobre o
salão, nas mais diversas direções, como se buscassem algo! Bastante amplo o
espaço, mas, doutra parte a observá-los, seus acenos me pareciam não lhes
interessar a dimensão. Procuravam o melhor recanto, segundo a destinação do
projeto que, na oportunidade, pretendiam executar. Era isto.
E encontraram
...
Aí, mãos à obra.Cada
um no exercício de sua competência. Retirada de móveis. Varrição da poeira.
Lavagem do piso. Extensão elétrica. Água de cheiro borrifada, deixando no ar um
clima perfumado.
Que escolha! Que
tratamento! Era decerto o melhor lugar, com o melhor aconchego, para recepção e
permanência de alguém da maior estimação.
Como se fosse coisa de cinema:“Luz! Câmera! Ação!”
Num lapso de
tempo, foram trazendo as peças. Demorou quase nada, e o chão foi coberto de
muitas palhas. Um tapete sui generis.
Animais próprios daquele espaço, em miniaturas trabalhadas com o barro de tracunhaém, foram dispostos ali. E
entre eles, uma manjedoura, da mesma origem. Nela, forrada de seda azul,
quietinho, quietinho, como um pássaro no ninho, uma criança de olhos bem
abertos, esboçando riso. Vê seus pais,
possuídos da felicidade dos premiados,
encantados com a sua chegada. Mais acima, um estrela de muita luminosidade,
clareando rumos, indicando novos e melhores
caminhos. Era o presépio, simbolizando o Natal e o que ele inspira.
João, Luiz, Miro
e Sandra davam, com aquele gesto, uma grande lição à humanidade. Reprovavam a
indiferença ao próximo, como fizera o gerente do hotel oriental, em negando,
conforme narra a história, o devido amparo a uma mãe, então no sublime momento
da maternidade. Eles, ao contrário,
ofereciam o melhor lugar de sua morada. E paramentavam e maravilhavam aquele
espaço com o melhor que puderam para acolher o visitante que “se fez carne e
habitou entre nós”.(Evangelho segundo João).
Eu estive a
observar todo aquele trabalho. E me indaguei: por que as pessoas não procedem
assim ? Limpando o coração dos entulhos, especialmente os da desavença e do
ódio para com o próximo, para com os
irmãos, dando um break à tendência ao vício, aos maus costumes, e à criminosa
apropriação dos bens que são dos outros ou que são públicos? Preenchendo o
coração com o amor, símbolo principal de todas as virtudes?
Adverte o
apóstolo Paulo, em sua I Carta aos Coríntios, que devemos perceber sermos a morada do Espírito Santo! E aí, continuando
seus ensinamentos, afirma ser mais que a
fé, ser mais que a esperança, SER O AMOR o melhor ornamento para embelezar a
morada de Deus.
Entendamos que
qualquer tempo é tempo para esses gestos. Todavia nesse tempo que antecede o Natal, que os cristãos
chamam de Advento, acredito ser a melhor das oportunidades, para uma reflexão sobre a
retirada dos entulhos e as semeaduras do amor em nossos corações.
Feliz Natal para
João, Luiz, Miro e Sandra, bem como para todos os Irmãos e familiares que compõem
a maçonaria brasileira!
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