Por uma
escola atraente
Mozart Neves Ramos*
O País precisa oferecer uma escola que seja
capaz de preparar o aluno para a vida. Isso implica numa escola capaz de
desenvolver plenamente nossas crianças e nossos jovens. Estamos falando,
portanto, de uma escola de educação integral, e preferencialmente em tempo
integral. Se a escola é boa, é prazeroso passar o dia na escola; mas se é
chata, isso representa um verdadeiro martírio para os alunos.
Felizmente, hoje existem alguns exemplos no Brasil,
embora ainda numa escala pequena frente à demanda. Aqui em Pernambuco, a
maioria das escolas de referência de ensino médio em tempo integral são um belo
exemplo. Por essa razão, a rede estadual de ensino médio de
Pernambuco é considerada a de maior
atratividade do País, com a menor taxa de abandono escolar. Segundo
estudo feito em conjunto pelo Instituto Ayrton Senna, Fundação Brava, Instituto
Unibanco e Insper, o abandono do jovem implica também no aumento do custo
social, já que o aluno que sai da escola prematuramente tem mais chance de se
envolver com violência e maior probabilidade de usar drogas.
Outro belo exemplo, aplicado em escolas de
ensino médio de tempo integral nos Estados do Rio de Janeiro e de Santa
Catarina, foi aquele desenvolvido pelo Instituto Ayrton Senna em parceria com
as respectivas Secretarias de Educação. Trata-se de uma concepção contemporânea
de educação integral, que promove a formação plena do aluno e desenvolve
competências cognitivas de forma integrada com aquelas socioemocionais, tais
como colaboração, criatividade, pensamento crítico, comunicação e
responsabilidade. Como resultado, os alunos gostam da escola e, assim,
conseguem realmente aprender – prova disso é o desempenho cerca de 50% superior
à média da rede, combinado com baixíssimos índices de evasão escolar.
O desafio agora é levar esses modelos de educação
integral para todas as escolas brasileiras, de ensino fundamental e de ensino
médio, de tempo integral ou não.
*) Mozart
Neves Ramos foi reitor da UFPE e secretário de Educação do estado de Pernambuco.
Atualmente é diretor do Instituto Ayrton Senna. É mestre maçom.
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