sábado, 9 de fevereiro de 2019

INFORMABIM 467 (A e B)


Os estudantes brasileiros de todos os níveis estão desacostumados com o hábito da leitura e os computadores assumiram o papel de fonte cultural para aprendizado e até para a formação profissional. O resultado é a canhestra comunicação oral dos jovens, de reduzido vocabulário e do uso abusivo de gírias e modismos. As horas passadas frente à telinha do computador são as respostas à exigência de que estudem mais formuladas por pais e mestres. Além de fácil, a informática apresenta, a um simples dedilhar das teclas, as soluções para os mais intrincados problemas de física, química, literatura e gramática. Não há mais necessidade de se debruçar sobre os compêndios e alfarrábios para a pesquisa cultural e neste novo modo de estudar desaparece a pesquisa, a metodologia do aprender e perde-se em Cultura o que se ganhou em tempo e velocidade.
Uma pesquisa realizada para o Instituto Pró-Livro indicou a estarrecedora cifra de 75% dos brasileiros que nunca foram a uma biblioteca e sequer sabem a localização de uma. O pior foi o fecho, indicando que os que têm o hábito da leitura não ultrapassam quatro (4) livros por ano. É preciso assinalar que a Cultura não é uma das prioridades deste ou dos Governos anteriores e praticamente todos os projetos do Ministério da Cultura estão reduzidos a estudos no papel que dependem de verbas para sua agilização e estas foram cortadas em nome do enxugamento da máquina pública realizado anualmente. Aumenta-se de um lado (nomeação, super-salários, assessorias, cargos de confiança) e corta-se de outro (Cultura, Saúde, Educação, Saneamento, Segurança, Transporte etc) e a explosão demográfica vai tornando o Brasil um país de semi-alfabetizados onde até os profissionais liberais, com curso superior (?) têm dificuldade em se expressar oralmente ou por escrito.
O livro é a base da pirâmide educacional e cultural e não existem pensadores ou literatos oriundos da informática. Que ela agiliza a vida moderna em todos os setores é inquestionável e não há como imaginar a humanidade sem a telinha mágica. Mas igualmente não se pode conceber o mundo sem poetas e escritores.


*) O Doutor Reis de Souza é advogado, escritor, articulista e editor. Dirige, com a mais alta competência, a REVISTA ACADÊMICA, no Rio de Janeiro, como Órgão Oficial da Academia  Brasileira de Estudos e Pesquisas Literárias.


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