É costume,
nos fins de ano, a mídia ocupar grandes espaços com as retrospectivas, isto é,
referências ao que foi feito do todo que estava projetado. Sempre quase nada. E,
às vezes, com frágeis justificativas, ao que deixou de ser realizado. Não gosto
de falar sobre essas coisas, ou seja: o olhar pelo retrovisor. O ônibus do
tempo, na velocidade que o hodierno lhe
põe à disposição, e o motorista conversando com os passageiros ...
Prefiro
especular sobre o mais adiante. Especialmente, agora, no fim deste ano, em que
a nação brasileira se veste de esperança com o advento de uma nova gestão, que
se inicia daqui a pouco. Prefiro olhar na direção que os faróis indicam. Todavia não é possível esquecer a herança.
Não para ficar lambendo as feridas, mas para, em não na esquecendo, encontrar
soluções para ela. Minha expectativa, que entendo ser a de todos os
brasileiros, é grande nesse sentido.
A corrupção
é um vício, dos mais cruéis, que está no acervo herdado. E “a mãe de todos os vícios”, meus leitores,
“é a ignorância”, afirma isto, em espaço
nobre, uma das mais respeitadas instituições mundiais, a Maçonaria. E tamanha é
sua preocupação com a nefasta corrosão proporcionada aos costumes pela
ignorância que inclui em sua doutrina e exige de seus quadros o permanente
combate a esse mal, mediante o antídoto da educação.
O novo
governo se elegeu, defendendo, entre muitas bandeiras, as do combate à
corrupção e do estímulo à reocupação de 13 milhões de brasileiros ora
desempregados, o que muito tem a ver com a ênfase na educação de todos, para isto exigindo-se
da família maior atenção para com os
bons costumes de cidadania de seus integrantes e, do governo, o resgate do
compromisso que lhe cabe por força constitucional (artigo 205 da CF), de
preparar
as pessoas para o exercício do
trabalho.
A
realização dessas tarefas demandará grande esforço e muita competência, não
havendo resultado positivo apenas “sonhando, mas pelejando”, enfrentando,
empreendendo. Faz-se necessário e urgente um melhor trato para com os
profissionais do ensino. Dignidade e respeito ao mestre, além de favorecer-lhe
com os meios para sua atualização e aperfeiçoamento, se realmente desejamos
investir no amanhã. Todos têm que estar focados nas exigências do futuro e
despertar em seus alunos a atenção para isto. Comentam que dois terços desses
jovens que ora estão no ensino médio irão para um mercado de trabalho, cujas
funções ainda sequer foram inventadas.
O incentivo
do governo ao setor industrial para geração de empregos será de grande valia,
com vistas às possibilidades de ocupação dos 13 milhões de desempregados,
contudo convém lembrar que não será fácil a reocupação, pois milhões de postos
de trabalho foram extintos porque as funções deixaram de existir, seja porque o
produto saiu de mercado, seja porque o robô substituiu o braço humano. E o
empresário tem sua láurea não na caridade que faz, porém no lucro que obtém no
giro de seus negócios.
Então
voltemos à ênfase na qualidade educacional, não somente oferecendo a escola de
tempo integral e profissionalizante, para que o jovem ao terminar seu curso
médio já esteja preparado para o trabalho, mas também elevando o seu
conhecimento ao nível das exigências competitivas internacionais, onde hoje
padece de medíocre posição.
O ano que
começa amanhã está chegando vestido de esperança, mas para que sejam mínimas as
frustrações, é de boa geometria não perder o rumo que os faróis indicam.
*)
Jornalista com registro no MTPS sob nº
5565/PE.
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