Irm.·. Antônio do Carmo Ferreira
O ano de 2018 já estava em sua segunda metade. A mídia
não cessava de noticiar a respeito do fechamento de grandes livrarias no País.
Dava uma tristeza danada ouvir e ler aquelas informações. Sobretudo quando se
atribuía a causa do fechamento daqueles negócios à reduzida venda de livros. E,
em consequência, o fechamento dos
balanços no vermelho, isto é, com grandes prejuízos. Mas também me vinha à
mente, diante daquelas notícias, uma indagação:
que teriam feito os empresários dos negócios de venda de livros, para
despertar o interesse pela compra dos mesmos?
Leio jornal todo dia. E não são poucos, nem de um só
lugar, nem apenas na versão impressa, mas também na virtual, com a qual já
estou me acostumando. Porém não tenho visto estímulo bastante, uma campanha
nacional, para incrementar a compra de livro, seja, por exemplo, dizendo-o um excelente objeto para presente; seja mostrando o que se ganha com a
sua leitura.
Faço a ressalva quanto às feiras. As já conhecidas
“bienais”. E, nos últimos anos, o destaque, para o valor do livro, que o
apresentador Fausto Silva tem dado, em seu programa dominical de televisão,
aconselhando o exercício da leitura com a feliz expressão de “alongamento do
cérebro”. Bendito! Pois “bendito é todo aquele que semeia livros à mancheia”.
Frequentes, contudo, têm sido as notícias ruins,
quando se fala de livro e de leitura. Recentemente, o jornalista Edenir
Gualtieri, editor da revista maçônica A TROLHA, escrevendo sobre “a arte de ler
e estudar”, irritado, tratou desse assunto, dizendo-nos: “lamentavelmente, 44% da população não lêem e outros 30% jamais
compraram um livro”. Então a gente não tem o hábito da leitura. E não adquirimos o livro, porque os caminhos,
para fazê-lo, não nos foram apontados. Indicam os pesquisadores que isto é um
item não utilizado na educação no seio da família, ainda na adolescência de
seus integrantes. O costume de ler se formaria nessa idade.
Outro dia, faz pouco tempo, li sobre isto em artigo do doutor Janguiê Diniz, Reitor de uma das
Universidades privadas de nosso País. Aí ele nos escreve sobre “o brasileiro
ainda lê pouco e mal” e nos adverte: “A Unesco preconiza que só há leitura onde
esta é um hábito nacional e esse hábito vem de casa”.
O professor Janguiê Diniz e o jornalista Edenir
Gualtieri nada têm a ver com o fechamento de livrarias. Ao contrário, lutam em
favor da existência das mesmas e em grande quantidade. São estimuladores da
leitura e cheios de amor pelos livros. O escritor Janguiê fundou e desenvolveu
uma Universidade próspera, próspera... E sem livros isto não seria possível.
Prega que “a educação é fundamental para o desenvolvimento de qualquer país e
ela passa, inexoravelmente pela leitura.” Pelos livros ... E o jornalista
Edenir mantém uma editora que lança um título cada mês, para venda a preços
acessíveis, sem lucro. É o Círculo do Livro Maçônico, que funciona com o
propósito de estimular a leitura e a formação do hábito de ler. Citei e
parabenizo os dois, por serem exemplos
maravilhosos de como o livro “caindo nalma é germen que faz a palma e chuva que
faz o mar”.(C Alves)
Ah, meus amigos! Se desejo vender livro, tenho que
estimular o seu uso. Certo estava o romancista, quando colocou essa ideia nas
conversas de um de seus personagens: “se eu não pintar minha aldeia, ela não
será eterna”.
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