sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

INFORMABIM 456 (A e B)

O ORIGINAL LIVRO DAS CONSTITUIÇÕES
Irm Theobaldo Varoli Filho *

Em 1723, foi publicado o “Livro das Constituições”, por aprovação da Grande Loja¹ e por ordem do duque de Wharton, grão-mestre. Esse livro passou à maçonaria quase sempre conhecido impropriamente por “Constituição de Arderson”, embora este maçom pioneiro fosse apenas o seu principal colaborador e autor do ante-projeto.

Desaguliers, então deputado grão mestre, na dedicatória do livro ao ex-grão-mestre Duque de Montagu, enaltece o trabalho de “nosso erudito autor” (Anderson), como “uma justa e exata descrição da maçonaria desde o princípio do mundo”.

Parece-nos, salvo melhor juízo, que os maçons pioneiros se exprimiam desse modo para caracterizar apenas uma linguagem simbólica, pois não há admitir que eles acreditassem que a maçonaria tivesse começado com Adão, o qual “teria ensinado a Geometria a seus filhos”.

O demérito do trabalho de Anderson não escaparia aos maçons versados em história. Deveria ele proclamar o caráter lendário dos documentos que conseguiu estudar com o propósito de consubstanciar-lhes e codificar-lhes as fantasias.

Não nos parece, a nós, que Anderson fosse ignorante. Bem que ele poderia ressalvar que todas as fraternidades e corporações medievais tinham suas lendas e que até nas “guildas” se representavam dramas. Isso ele não fez, apesar de os fundadores da Grande Loja inglesa serem chamados de “modernos” pela crítica que lhe faziam os “antigos”. O resultado foi o surto de comentários ridículos e da instalação de uma desastrosa mística inspirada num falso ancestrismo maçônico a satisfazer o culto da vaidade entre os maçons ignorantes.

Todavia, o melhor trabalho de Anderson foi o de haver compilado os velhos usos e as “Antigas Obrigações” (Old Charges). O melhor da consolidação de Anderson teria sido o resumo dos regulamentos profissionais da Arquitetura Gótica. De fato, os usos e costumes de pedreiros e canteiros construtores das catedrais góticas constituem a fonte mais importante da Maçonaria. Os mesmos preceitos profissionais e até o uso de sinais, toques e palavras, dos tempos do arquiteto Erwin, de Steinbach, eram seguidos, com algumas inevitáveis diferenças, pelos obreiros das artes bizantina e sarracena, na sua fase ulterior.

Nota do editor:
*) Excerto (páginas 190 e 192, I Tomo) do livro Curso de Maçonaria Simbólica de autoria do Ir Theobaldo Varoli Filho, publicado em três volumes pela editora A Gazeta Maçônica, São Paulo/SP. A divulgação dos dois excertos que publicamos (na edição 455 e nesta 456 do INFORMABIM), objetiva convidar os irmãos à leitura desse maravilhoso livro, portador de tantos e tão profundos conhecimentos sobre a Maçonaria Simbólica, que nos legou o maçonólogo Theobaldo Varoli Filho. Pedidos: José Calixto Teixeira. E-Mail: agazetamaconica@terra.com.br
1) Grande Loja de Londres.

Nenhum comentário:

Postar um comentário