Irm Antônio do Carmo Ferreira
Não faz muito tempo, uns três anos, se muito, que um
professor de escola pública do interior de Pernambuco obtinha a premiação
de primeiro lugar, avaliado em sua
metodologia didática e conseqüente aproveitamento de seus alunos do curso de
ensino médio. Era ele o professor Jayse Antônio Ferreira. Naquele ano, laureado
como o melhor professor de ensino médio no Brasil com exercício na Escola
pública estadual Frei Orlando, situada em Itambé.
Município que fica a uns 90 km do Recife, na fronteira
com a Paraíba. Sua população em torno de 36 mil habitantes, possuindo ainda
um baixo índice de desenvolvimento humano (educação,
longevidade e renda), entretanto de riqueza surpreendente em “sua vocação
histórica”¹, como a reportada premiação do professor Jayse Ferreira e outros
acontecimentos que alçam Itambé a essa relevante condição.
Quero lembrar 1796 e o fim de seu inverno, quando foi
instalado, naquela localidade, o Areópago, pelo botânico Manuel Arruda da
Câmara, reunindo, sob sua orientação, um grupo de estudiosos, para desenvolverem
um projeto de construção de uma pátria para os brasileiros.
As notícias são de que o Areópago de Itambé, como
passou a ser conhecido, era uma Loja Maçônica, conforme os costumes de então,
e, vista nessas condições, nas comemorações de seu bicentenário (1996),
pesquisadores e historiadores, reunidos no Recife e lá mesmo em Itambé, resolveram
dar-lhe o reconhecimento de “berço da maçonaria brasileira”.
Em 6 de março de 1817 se fez uma Revolução Republicana
em Pernambuco, como conseqüência daquela doutrinação dos areopagitas de Itambé,
tornando-se irreversível o Grito de Independência em 1822.
Mas meu desejo é falar a respeito de Jayse Antônio
Ferreira, professor da escola de referência Frei Orlando, situada em Itambé,
onde se encontra reerguido o Areópago – Loja Maçônica – de cujo quadro de
Mestres, Jayse Antônio Ferreira é um dos mais ilustres integrantes.
Agora, não mais em avaliação nacional, o professor
Jayse, lembrando o sertão de Guimarães Rosa, “do tamanho do mundo”, disputou o
reconhecimento com 10 mil professores de 179 países e ficou entre os 50
finalistas, sendo ele um dos dois do Brasil.
Avante, professor Jayse Antônio Ferreira! A estação
final dessa caminhada é Dubai, nos Emirados Árabes, ao tempo em que já se forem
escoando “as águas de março”. Falam em um milhão de dólares, realmente um Nobel
de educação, esse Prêmio Global Teacher versão 2019!. Mas, muito mais que esse
valor, como percebemos, é o seu compromisso com o futuro dessa geração que você
está educando, revelado em sua dedicação ao que faz, amando intensamente o que
faz, tornando-se o construtor de pontes para o amanhã venturoso dessa juventude
que você maravilhosamente educa. Boa sorte!
1)
Jornal do Commercio, Recife, editorial
de 15/12/2018, “vocação histórica de Itambé”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário