EDUCAÇÃO: o fel e o mel
Irm Antônio do Carmo Ferreira
A poucos
causou surpresa a notícia de que o ensino superior no Brasil foi empurrado para a vala dos que saíram da
evidência, dado que nenhuma de nossas Universidades se encontra entre as 200
mais bem qualificadas do mundo, onde algumas já estiveram. No Brasil todinho,
meus irmãos, não termos uma sequer entre as 200 melhores !
Convenhamos,
isto é uma vergonha, que a face dos
muitos infelizmente enrubesce. Também como esperar posição diferente, diante do
descaso com que se trata e prepara a matéria prima com que se elabora o produto
universitário?
O ensino médio
avaliado, em sua qualidade, revelando os
mais pífios resultados, sem sinais de
estancamento dessa mediocridade, pois que mais
se acentua à medida que se repete a avaliação, nada obstante o grito de alerta, alto, muito
alto, mas que mesmo assim com tantos decibéis ainda é inaudível às ouças das
autoridades.
Mês passado,
um jornalista do maior respeito e indiscutível credibilidade registra assim em
sua coluna: “PSDB acusa D.... de calote/// ...cerca de R$20 bilhões anunciados
pelo governo para a educação ...até hoje não saíram do papel. Segundo
levantamento feito pela liderança do PSDB, R$10,3 bilhões destinados à educação
seguem perdidos no limbo dos chamados restos a pagar. De acordo com o Tribunal
de Contas da União, 55% dos investimentos anunciados na educação nunca saíram
do papel”. (Coluna Cláudio Humberto, JC Recife, 16.07.2013).
Por descasos
dessa monta, é que uma das melhores
intérpretes de nossa cultura tenha escrito recentemente: “A verdade – e em
todos os graus do ensino – é que a nossa Constituição está sendo lida pelo
avesso no capítulo da educação. Não há preocupação com a qualidade do que é
ministrado e com a mudança interior do
ser humano”. (Dayse de Vasconcelos Mayer, em Rumos da educação, JC Recife,
28.07.2013).
É preciso
entender que sem educação de qualidade não se vai a lugar algum. Eu e você, pais de família dos dias de hoje,
vamos ser julgados pelas gerações que hão de vir e entre seus integrantes
estarão nossos filhos, nossos netos. Decerto, com essa herança que lhes
deixaremos, eles terão vergonha dessa “banana” que lhes estamos legando. “A
educação é a única escada apta a promover democraticamente a ascensão social”.
Ao falhar, estaremos roubando o futuro dessas gerações
Se dermos às
vozes das ruas, que vêm de junho e julho, a interpretação de uma cobrança nesse
sentido, acredito não estar pavimentando veredas. Entendendo dessa maneira,
penso eu, é que o atual jovem Governador de Pernambuco “anunciou que, no ano que vem, Pernambuco será o 1º
estado do Nordeste a ter vagas suficientes para todos os estudantes que
quiserem cursar o ensino médio na rede pública em tempo integral”.
Na mesma
oportunidade, em cerimônia realizada no Centro de Convenções, onde o Governo de
Pernambuco provisoriamente está sediado, anunciou a concessão de um bônus de
R$60 milhões para os profissionais de educação que atingirem as metas
pactuadas” e prosseguindo em sua entrevista nos enche de esperança, ao
enfatizar: “Pernambuco vai terminar esta década, tendo a melhor escola pública
do Brasil e isso não é pouca coisa. Vamos ter escola em tempo integral em todas
as cidades com mais de 40 mil habitantes”. (DP, 1º Cad, 17.07.2013)
Ancorado na
sabedoria popular que “após a
tempestade, vem a bonança”, é que estou sempre gritando, não importa que no
deserto, sobretudo agora, acesa a esperança
de que um dia, em breve, após esse fel
na educação, teremos, no setor, um tempo de puro e saboroso mel. Deus apresse!
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