domingo, 31 de janeiro de 2016

INFORMABIM 343 (A e B)


EDUCAÇÃO: o fel e o mel
Irm Antônio do Carmo Ferreira
 
 


A poucos causou surpresa a notícia de que o ensino superior no Brasil  foi empurrado para a vala dos que saíram da evidência, dado que nenhuma de nossas Universidades se encontra entre as 200 mais bem qualificadas do mundo, onde algumas já estiveram. No Brasil todinho, meus irmãos, não termos uma sequer entre as 200 melhores !

Convenhamos, isto é uma vergonha,  que a face dos muitos infelizmente enrubesce. Também como esperar posição diferente, diante do descaso com que se trata e prepara a matéria prima com que se elabora o produto universitário?

O ensino médio avaliado, em sua qualidade,  revelando os mais  pífios resultados, sem sinais de estancamento dessa mediocridade, pois  que  mais se acentua à medida que se repete a avaliação,  nada obstante o grito de alerta, alto, muito alto, mas que mesmo assim com tantos decibéis ainda é inaudível às ouças das autoridades.

Mês passado, um jornalista do maior respeito e indiscutível credibilidade registra assim em sua coluna: “PSDB acusa D.... de calote/// ...cerca de R$20 bilhões anunciados pelo governo para a educação ...até hoje não saíram do papel. Segundo levantamento feito pela liderança do PSDB, R$10,3 bilhões destinados à educação seguem perdidos no limbo dos chamados restos a pagar. De acordo com o Tribunal de Contas da União, 55% dos investimentos anunciados na educação nunca saíram do papel”. (Coluna Cláudio Humberto, JC Recife, 16.07.2013).

Por descasos dessa monta, é que  uma das melhores intérpretes de nossa cultura tenha escrito recentemente: “A verdade – e em todos os graus do ensino – é que a nossa Constituição está sendo lida pelo avesso no capítulo da educação. Não há preocupação com a qualidade do que é ministrado e com a mudança  interior do ser humano”. (Dayse de Vasconcelos Mayer, em Rumos da educação, JC Recife, 28.07.2013).

É preciso entender que sem educação de qualidade não se vai a lugar algum.  Eu e você, pais de família dos dias de hoje, vamos ser julgados pelas gerações que hão de vir e entre seus integrantes estarão nossos filhos, nossos netos. Decerto, com essa herança que lhes deixaremos, eles terão vergonha dessa “banana” que lhes estamos legando. “A educação é a única escada apta a promover democraticamente a ascensão social”. Ao falhar, estaremos roubando o futuro dessas gerações

Se dermos às vozes das ruas, que vêm de junho e julho, a interpretação de uma cobrança nesse sentido, acredito não estar pavimentando veredas. Entendendo dessa maneira, penso eu, é que o atual jovem Governador de Pernambuco “anunciou  que, no ano que vem, Pernambuco será o 1º estado do Nordeste a ter vagas suficientes para todos os estudantes que quiserem cursar o ensino médio na rede pública em tempo integral”.

Na mesma oportunidade, em cerimônia realizada no Centro de Convenções, onde o Governo de Pernambuco provisoriamente está sediado, anunciou a concessão de um bônus de R$60 milhões para os profissionais de educação que atingirem as metas pactuadas” e prosseguindo em sua entrevista nos enche de esperança, ao enfatizar: “Pernambuco vai terminar esta década, tendo a melhor escola pública do Brasil e isso não é pouca coisa. Vamos ter escola em tempo integral em todas as cidades com mais de 40 mil habitantes”. (DP, 1º Cad, 17.07.2013)

Ancorado na sabedoria popular  que “após a tempestade, vem a bonança”, é que estou sempre gritando, não importa que no deserto, sobretudo agora, acesa  a esperança de que  um dia, em breve, após esse fel na educação, teremos, no setor, um tempo de puro e saboroso mel. Deus apresse!

 

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