Então, qual é a nossa posição?
Irm Antônio do Carmo Ferreira
Nossa
Constituição revela, no final da redação do Art 205, que a educação dos
brasileiros deve preparar as pessoas para o exercício da cidadania e a prática
do trabalho. Mas, infelizmente, tal não tem acontecido. Tem sido falha numa e
lerda na outra, pois é de má qualidade o
ensino público e daí ser muito grande a quantidade de analfabetos (incluindo os
funcionais) e de desempregados, embora haja postos de trabalho a preencher.
Enquanto não
se respeita a Constituição, e há os que juraram defender e cumpri-la e até
ganham altos salários para isto, vão para o exterior milhões e milhões de
dólares referentes a pagamento salarial a mão de obra importada, exatamente
porque a educação tem sido falha e omissa na formação de nossos jovens.
O prejuízo
advindo dessa omissão educacional ninguém vai ser capaz de dimensionar, porque
retardará de muito o advento do progresso em que já se encontra o mundo e
desmoraliza a juventude frustrando-lhe a possibilidade de realização dos
sonhos de construção desse porvir.
Ano passado, o
Senador Buarque, cônscio de sua responsabilidade de educador, foi claro num dos
escritos de alerta contra essa miséria e esses crimes que a política está a
cometer. Escreveu que a educação pública brasileira não é uma via asfaltada e
pródiga em favor de nosso amanhã. Ela é, isto sim, ao contrário, uma pedra
impediente nesse caminho: “é um crematório de cérebros”. (JC 27.04.2012)
Tem razão de sobra
o mui ilustre Senador. Confirma-o a avaliação internacional. Uma humilhação
para os nossos filhos e netos, para toda a juventude, para a geração que vai
povoar o Brasil de amanhã. Uma vergonha pra gente que vai legar esse vil
presente e pelo qual vamos ser julgados.
A mídia já
está batendo forte, antecipando o julgamento. Rotula-nos de negligentes ao noticiar que
nosso desenvolvimento não vai acontecer, porque não temos mão de obra
qualificada, porque não temos a escola
para torná-la assim. A base dessa
conclusão está em dados do IBGE que, aliás, apontam numa direção terrível: a
violência. Menos jovens trabalhando,
milhares de mortes de jovens acontecendo! Atualmente , no Brasil, são 5,3
milhões de pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos que nem estudam nem
trabalham, contingente que representa 18%
das pessoas desempregadas!
E o Plano
Nacional de Educação que estabelece metas e condiciona meios engavetado no
Congresso Nacional há quase três anos! E nós coçando os queixos, parecendo que
o bom mesmo é ver nossos irmãos, desempregados a serviço da marginalidade, ou
sem vida a caminho do cemitério!
Recentemente, Paulo
Rubem Santiago, professor e deputado federal, não suportando tamanho
descaso, mandou veemente recado, falando da motivação e dos
interesses, como também, e com bastante clareza, apontando solução, para a qual aliás ele tem contribuído
em sua ação parlamentar. Sua mensagem circulou com o título “O extermínio dos jovens”.
Aí ele
registra que “entre 2001 e 2011, foram assassinados no Brasil 202.225 jovens” E
indignado pergunta “por que tantos jovens são mortos em nosso País?”. Continua
a análise: “muitas das crianças que escapam da mortalidade até 28 dias de
nascidas, e que seguem vivas após os cinco anos de idade, estão sendo assassinadas
na juventude”. Violência menor, prossegue, já seria bastante para “colocar as autoridades do País
no banco dos réus”.
Essa situação,
conclui, “só será superada se o Brasil conseguir dobrar o investimento em
educação, em dez anos (10% do PIB)”.Então, irmãos maçons, resulta claro porque
o parlamento se omite em aprovar o PNE2!
Povo ignorante, sem emprego, é massa de manobra e alimento da corrupção, sabido
que “a ignorância é mãe de todos os vícios”. Porém antes que o pior aconteça,
pois a “nossa juventude está sendo exterminada”, convém um exame de consciência
– qual é a nossa posição?
Nenhum comentário:
Postar um comentário