INFLUÊNCIA
DA MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL
Irm
Antônio do Carmo Ferreira
(3/3 - Conclusão)
Era uma maçonaria
política. E ninguém ingressava em seus quadros, sem o juramento de que iria
trabalhar em favor de nossa Independência (13). Parece até que o sangue
derramado em Pernambuco escorreu pelo Atlântico e tingiu a Guanabara ... Em 9
de janeiro de 1822, o capitão-mor José Joaquim da Rocha, maçom da Loja Comércio
e Arte, de Niterói, e presidente do Clube da Resistência, em companhia de
outros proeminentes maçons fluminenses, convencem D.Pedro a decidir em favor de
sua permanência no Brasil. E diante da pressão que sofria da Corte, para que
retornasse imediatamente a Lisboa, assina a decisão e anuncia ao povo: “Eu
FICO” entre vós. Eram os últimos instantes da madrugada da colonização.(14)
No mês de maio de
1822, José Bonifácio de Andrade e Silva ingressa na maçonaria. E no mês de
julho, dia 13, é a vez de Dom Pedro ser iniciado na Ordem. No dia 02 de agosto
de 1822, o Príncipe Regente foi eleito Grão-Mestre da Maçonaria, em Sessão
presidida por Joaquim Gonçalves Ledo que integrava a Loja Maçônica Comércio e
Arte e o Clube da Resistência. No dia 20 de agosto, em reunião maçônica
presidida por Gonçalves Ledo, segundo consta, decidiu-se pela proclamação iminente
da Independência. O que veio a acontecer, em São Paulo , às margens do
Ipiranga, no dia 7 de Setembro, “raiando, enfim, a liberdade no horizonte do
Brasil”, “vendo-se contente a mãe gentil”, em face do “grito” de um seu filho
Grão-Mestre da Maçonaria, que em dezembro seguinte era coroado Imperador,
dentro de uma inesquecível cerimônia elaborada pelos maçons.
A história de nossa
Independência, escrita a partir do Rio de Janeiro, foi omissa, deixando de
creditar a maçonaria pela contribuição decisiva para que a emancipação política acontecesse (15).
Os maçons têm lutado pela inserção destes créditos, pois isto é a verdade e é a
memória. Mesmo porque “a vida não é a que a gente viveu, mas a dos feitos que
não se esquecem” (16). Registro, com satisfação, que algo já se tem conseguido
no campo das inserções, porém muito ainda não foi consignado. Então a exigência
permanece. E quando a denuncia é feita num fórum da qualificação da ADESG, o
denunciante se emociona, como eu, agora, com os Senhores, “quando estou aqui,
vivendo este momento lindo”.
.
Notas:
(13) Mario Melo, em “”A Maçonaria no Brasil”, inserto
no livro Maçônico do Centenário, pags 197 e 198., apud A Tenório d´Albuquerque, em “A Maçonaria e a
Independência do Brasil”, pag 137, Editora Aurora, Rio/RJ
(14) A Tenório d´Albuquerque, em obra citada, págs 82,
83, 105, onde transcreve textos dos historiadores Assis Cintra, Salomão de Vasconcelos e Afonso de Taunay,
nos quais inclusive denunciam José Bonifácio como contrário à Independência
(15) Gonçalo
Mello Mourão, em “A Revolução de 1817 e a História do Brasil”, Editora Itatiaia
Ltda, Belo Horizonte/MG.
“A Revolução de 1817 criou o Brasil a
nível internacional como entidade independente
e com começa a história diplomática brasileira.
“A cobertura que o Times dá ao
acontecimento da Revolução de 1817 em Pernambuco é excepcional; maior do que a
que daria, cinco anos mais tarde, à própria Independência do Brasil, e deixa
patente a magnitude da repercussão daquele levante.”
Antônio do Carmo Ferreira, em “O Areópago de Itambé”,
Editora Maçônica A Trolha Ltda, Londrina/PR.
(16) Gabriel Garcia Marques, vide Antônio do Carmo
Ferreira, em “Educação e Maçonaria”, pag 123, Editora Maçônica A Trolha Ltda,
Londrina/PR.
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