sábado, 30 de janeiro de 2016

INFORMABIM 334 (A e B)


 

INFLUÊNCIA DA MAÇONARIA NA INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Irm Antônio do Carmo Ferreira

 

(3/3 - Conclusão)

Era uma maçonaria política. E ninguém ingressava em seus quadros, sem o juramento de que iria trabalhar em favor de nossa Independência (13). Parece até que o sangue derramado em Pernambuco escorreu pelo Atlântico e tingiu a Guanabara ... Em 9 de janeiro de 1822, o capitão-mor José Joaquim da Rocha, maçom da Loja Comércio e Arte, de Niterói, e presidente do Clube da Resistência, em companhia de outros proeminentes maçons fluminenses, convencem D.Pedro a decidir em favor de sua permanência no Brasil. E diante da pressão que sofria da Corte, para que retornasse imediatamente a Lisboa, assina a decisão e anuncia ao povo: “Eu FICO” entre vós. Eram os últimos instantes da madrugada da colonização.(14)

No mês de maio de 1822, José Bonifácio de Andrade e Silva ingressa na maçonaria. E no mês de julho, dia 13, é a vez de Dom Pedro ser iniciado na Ordem. No dia 02 de agosto de 1822, o Príncipe Regente foi eleito Grão-Mestre da Maçonaria, em Sessão presidida por Joaquim Gonçalves Ledo que integrava a Loja Maçônica Comércio e Arte e o Clube da Resistência. No dia 20 de agosto, em reunião maçônica presidida por Gonçalves Ledo, segundo consta, decidiu-se pela proclamação iminente da Independência. O que veio a acontecer, em São Paulo, às margens do Ipiranga, no dia 7 de Setembro, “raiando, enfim, a liberdade no horizonte do Brasil”, “vendo-se contente a mãe gentil”, em face do “grito” de um seu filho Grão-Mestre da Maçonaria, que em dezembro seguinte era coroado Imperador, dentro de uma inesquecível cerimônia elaborada pelos maçons.

A história de nossa Independência, escrita a partir do Rio de Janeiro, foi omissa, deixando de creditar a maçonaria pela contribuição decisiva para  que a emancipação política acontecesse (15). Os maçons têm lutado pela inserção destes créditos, pois isto é a verdade e é a memória. Mesmo porque “a vida não é a que a gente viveu, mas a dos feitos que não se esquecem” (16). Registro, com satisfação, que algo já se tem conseguido no campo das inserções, porém muito ainda não foi consignado. Então a exigência permanece. E quando a denuncia é feita num fórum da qualificação da ADESG, o denunciante se emociona, como eu, agora, com os Senhores, “quando estou aqui, vivendo este momento lindo”.

 

.

 

Notas:

(13) Mario Melo, em “”A Maçonaria no Brasil”, inserto no livro Maçônico do Centenário, pags 197 e 198., apud  A Tenório d´Albuquerque, em “A Maçonaria e a Independência do Brasil”, pag 137, Editora Aurora, Rio/RJ

 

(14) A Tenório d´Albuquerque, em obra citada, págs 82, 83, 105, onde transcreve textos dos historiadores Assis Cintra,  Salomão de Vasconcelos e Afonso de Taunay, nos quais inclusive denunciam José Bonifácio como contrário à Independência

 

 (15) Gonçalo Mello Mourão, em “A Revolução de 1817 e a História do Brasil”, Editora Itatiaia Ltda, Belo Horizonte/MG.

“A Revolução de 1817 criou o Brasil a nível internacional como entidade independente  e com começa a história diplomática brasileira.

“A cobertura que o Times dá ao acontecimento da Revolução de 1817 em Pernambuco é excepcional; maior do que a que daria, cinco anos mais tarde, à própria Independência do Brasil, e deixa patente a magnitude da repercussão daquele levante.”

Antônio do Carmo Ferreira, em “O Areópago de Itambé”, Editora Maçônica A Trolha Ltda, Londrina/PR.

 

(16) Gabriel Garcia Marques, vide Antônio do Carmo Ferreira, em “Educação e Maçonaria”, pag 123, Editora Maçônica A Trolha Ltda, Londrina/PR.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário