Dia da imprensa maçônica no Brasil.
Queria mais: sentir o aroma que
vinha das flores regionais, trazido pelos ventos soprados dos bosques, onde eram escondidos os
escravos, para, em algum momento, serem expostos e negociados no Mercado da
Ribeira. Xico, como todos os maçons, sentia náusea, bastava lembrar da
escravidão ...
Certa feita, um poeta local falara
para o Xico que as ladeiras de Olinda, de tão íngremes, pareciam, no topo,
furar as nuvens, e, vistas do pé, mais se assemelhavam a escadas do céu. E ele,
ao constatar isto, dizia-me: “Quando me indagarem sobre a Escada de Jacó, vou
responder que lembra as ladeiras de Olinda que esbarram na porta do céu”.
Dia 11 de novembro, já estávamos
reunidos no Recife: Xico Trolha, Carlos
Pacheco e Castellani. Eles eram meus convidados. Eu, proustianamente inspirado,
estava “à procura do tempo perdido” com referência à aprendizagem maçônica. E
aqueles irmãos e amigos sabiam muito e sempre se prontificaram a me indicar os
caminhos, não “os de Suwam”, mas os da arte real.
Tínhamos um projeto comum. Insistir
na união dos irmãos, pois é nesse estado, que “acontecem o bom e o suave”. Para a consecução desse objetivo, sabíamos da
espessura dos muros que haveriam de ser demolidos. Mas não importava o esforço,
por maior que fosse. Importante mesmo e gratificante era antever a cadeia de
união resultante e proporcionada pelas pontes construídas.
Veio então a ideia de se iniciar
esse trabalho, gerando-se uma associação
dos produtores de notícias dos feitos da Ordem. Unanimidade! Não só produzir,
mas divulgar e, nessa atividade, estimular o acompanhamento do progresso na
arte da comunicação. Eram 12 de novembro, data que não nos pareceu propícia ao
evento de anunciação do nascimento de uma associação do porte daquela que vinha
de ser fundada. Pois em 12 de novembro de 1823, militares armados cercaram o
prédio, onde estavam reunidos os Deputados que elaboravam, no Rio de Janeiro, a
1º carta magna de nossa Nação, e por decisão de S.M.I. ficava dissolvida a
Constituinte. Data de tristes lembranças ...!
Dia 13 de novembro de 1991, no
Templo da Loja Maçônica “10 de Novembro
de 1710”,
a 33 metros
das ruínas do Senado da Câmara, em Olinda, pelas 20 horas, com o ocidente e o
oriente completamente preenchidos por irmãos maçons, foi anunciada a fundação e
instalação da Associação Brasileira da Imprensa Maçônica – ABIM.
São decorridos 21 anos, tendo a ABIM
cumprido seus objetivos. Associados em todos os recantos do Brasil e de todas
as Potências Maçônicas. Revistas modernas, editoradas nos padrões tecnológicos
mais avançados. Boletins e jornais produzidos em grau de excelência. Encontro
nacional de seus dirigentes, todo ano, renovando os ideais na exaltação à
cultura maçônica. Em 2013, quando se forem “as águas de março”, estaremos em Belo Horizonte com o povo maçônico, os jornalistas, os
pesquisadores, os escritores, os imortais acadêmicos realizando o XVIII
Encontro Nacional.
Cumprimentamos
todos os associados da ABIM, com a mesma certeza com que James Anderson
compilou as Constituições: “A Maçonaria é um centro de união”.Xico e Castellani, rogai por nós!
Salve
13 de novembro, dia nacional da imprensa maçônica!
Irm Antônio do Carmo Ferreira
Presidente da ABIM.
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