ÓRFÃOS DE PAIS VIVOS. Responsabilidade de quem?
Irm Antônio do
Carmo Ferreira
Trilha
semelhante tem percorrido a maçonaria da COMAB, no gesto de suas
convocações, não somente no seio templário, mas também perante a comunidade
profana. Antes e agora. Em seus catecismos de ensino ao povo maçônico, e em
suas “cartas”, resultantes de seus Encontros e Assembléias, endereçadas à
população e às autoridades. Especialmente nestes tempos em que um novo Plano
Nacional de Educação tramita no Congresso Nacional, tão vagarosamente que
parece soprado pelos ventos da má fé. Grita a COMAB, um grito de horror, mas da
maior compreensão e chamamento: “a execução educacional é grande demais
para ser responsabilidade apenas do Estado”.
Conversando
sobre o óbvio, quero dizer que não é por isto, por essa responsabilidade, que
cada um de nós vai sair por aí instalando uma escola e fazendo-a funcionar.
Seria bom, mas não é bem isto. A ação não reside somente no executar. Há no seu
empreender, dois outros segmentos: o do planejar (com o estabelecimento de
metas e o condicionamento de meios) e a avaliação (onde se releva a consecução
das metas, e se denunciam os desvios, seja por omissão, seja por propósitos
malfeitores). Pois o “vigiar” vem das sagradas escrituras, tendo ganhado
dimensão de suma importância em nossos dias, em que a corrupção se alastra e se
entranha velozmente e se apodera do tecido político brasileiro.
É
preciso que não somente o Estado
mas todos nós estejamos atentos.
Não foi por acaso que se tornou necessária a vigilância em torno da execução do
PNE 2. O mundo pedagógico brasileiro entende que o PNE 2 será apenas uma carta
de intenções, a mercê de toda espécie de vicissitudes, se colada com ele
não vier uma lei de responsabilidade educacional. E tão veemente foi a
constatação que o Governo enviou ao Congresso projeto de lei nesse sentido, que
ora se encontra em
Comissão Especial na Câmara dos Deputados, sendo seu
Relator o Deputado Raul Henry (PMDB/PE).
Em recente
encontro maçônico, na cidade do Recife, o doutor José Simioni, Grão-Mestre do
Grande Oriente do Estado de Mato Grosso e Presidente da COMAB, fez um duro
pronunciamento de convocação a todos os maçons do Brasil, reiterando o
compromisso para com a melhoria da qualidade da educação pública e da carência
de inclusão de todos no gozo desse benefício e não somente uma parte dos
brasileiros, os que podem pagar por sua aquisição. Presente estava o Deputado
relator do projeto de lei sobre a responsabilidade educacional, um jovem
comprometido com o progresso de nossa Pátria e com o respeito à dignidade das
pessoas, e louvou Sua Excelência e testemunhou o papel da maçonaria em favor da
educação. Temos “mil razões para acreditar”, e se todos derem as mãos, numa
forte cadeia de união, “de repente vai ser aquela corrente pra frente” como
sugeriu o autor do hino, colimando-se os resultados que almejamos.
O exegeta do
artigo 205 da Constituição Federal, ao convocar todos e cada um para o trabalho
da educação, responsabilizando assim não somente o Estado, vem ao encontro dos
anseios da maçonaria da COMAB, que tem no topo de seus objetivos “tornar feliz
a humanidade”, evitando, ao menos, o correr na face da lágrima de ver,
despejados nas ruas desse imenso Brasil, tantos órfãos de pais vivos, como à
falta de educação para todos, hoje se vêem.
(Informabim 320 B)
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