segunda-feira, 25 de março de 2013

INFORMABIM 315 (A e B)














APOSTANDO NO ATRASO
Irm Antônio do Carmo Ferreira


             Cuido para não  me revelar um ser medroso, nem nas aparências, porque, realmente, não sou. Mas, nada obstante estar sempre reiterando esse sentimento para mim mesmo, confesso que, ultimamente, tenho tremido um pouco, diante das notícias veiculadas, com insistência,  dando cobertura ao desejo de alguns parlamentares de que seja legali-zada mais uma cota de favorecimento ao ingresso na universidade pública. Desta feita, para o estudante que tenha cursado o ensino médio na escola pública. Entre as assombrações de que já tenho ouvido falar, esta me parece a maior delas
No âmbito das  universidades federais tem se desenvolvido um esforço danado para que seus objetivos sejam alcançados em grau de excelência. São exigentes na administração e mais ainda no recrutamento de seu quadro docente, só admitindo, para o magistério, pessoas altamente habilitadas com mestrado, doutorado, pós-doutorado. (Embora o salário seja: “Oh!”, como costumava dizer o Chico Anísio, e, hoje, greves de mais de 60 dias confirmam.) A universidade federal deve estar preocupada com essa assombração da possibilidade de ingresso em seu corpo discente de candidatos sem a devida porosidade para absorção do conhecimento ao nível e na intensidade ali ensinado.
O comentário gira em torno de que a universidade pública estaria povoada de estudantes vindos do ensino médio na escola privada, onde teriam recebido ensino de qualidade suficiente para atender às exigências do vestibular. Enquanto que o propósito inicial de sua existência era o de acolher o filho da família sem condições favoráveis ao pagamento do ensino superior. Estaria ocorrendo o contrário (pelo menos é o que se diz): dado que se encontrariam ganhando as vagas os candidatos oriundos  de famílias que têm ótimas condições financeiras na comunidade, tanto que puderam cursar os melhores colégios particulares. Mas é preciso conferir isto.
 Essa história de 50% das vagas de ingresso nos cursos superiores das universidades federais serem reservadas para candidatos que cursaram o ensino médio em escola pública, carece de uma análise mais acurada, antes de sua conversão em lei. Pois  a sanção dessa iniciativa  em lei agride o esforço universitário, ao tempo em que coloca sob o tapete o lixo que como tal tem sido apresentada a educação pública no que tange ao ensino médio
“A questão que sobressai da inaceitável proposição é a tentativa de mascarar a maior tragédia nacional. Trata-se da falência da escola pública. Incapaz – por omissão e negligência – de oferecer ensino de qualidade para a maioria da população, o Estado avança contra a universidade num jogo de faz de conta que só trará prejuízo para a concretização do sonho de figurar entre as potências do século 21”, afirmou-me outro dia um analista político, com especialidade em gestão da educação pública.
A obrigação nacional e o respectivo compromisso têm direção certa e devem ser perseguidos sem essas assombrações e sinuosidades. A luta é pela melhoria da qualidade da educação pública, hoje pessimamente referida, quando não reprovada  nos fóruns internacionais de avaliação. O esforço deverá ser desenvolvido pela qualificação do nosso ensino médio, de modo que os que o cursarem sejam aprovados nas competições, e não pelo afrouxamento ou as escâncaras das portas universitárias para os mesmos.
Vejamos como as forças do mal não dormem! Em vez de se dar urgência à aprovação do PNE 2 e de se converter em lei o projeto de responsabilidade educacional que são as alavancas da melhoria da qualidade da educação pública, vem-se com essa tentativa de enganação. “Maçons alerta,...”¹ Pois as forças do mal sempre estiveram indormidas e, pelo que se vê, continuam apostando no atraso.(1) Hino Maçônico, Ir Pedro I.
 


O LIMÃO E A LIMONADA
Irm Antônio do Carmo Ferreira

O assunto cuidar das crianças e jovens passou a ser   de elevada distinção em nosso País. Basta ver que ele se encontra hoje entre os índices que medem a grandeza de uma nação. Há até quem o hierarquize no topo dessas medidas, aposentando o velho PIB. Durante a  9ª Conferência dos Direitos da Criança e do Adolescente, realizada recentemente (12.07.2012), esse assunto foi abordado com fartura.  E por que esta nova hierarquia na identificação de grandeza nacional? Talvez porque nos dias que antecederam a Conferência, o noticiário tratou reiteradas vezes do produto interno bruto do Brasil, resvalando para o sentimento de preocupação, face ao  crescimento ora  se revelar em percentual inferior ao que se havia estabelecido para este período. Daí, queremos crer, a nova conceituação que, aliás, enfatiza os direitos de nossos jovens e, melhor ainda, defende a necessidade de eles mesmos construírem seu amanhã. 
Para a oportunidade e as atuais circunstâncias, em que se peleja  no combate à ignorância e luta-se  na fronteira da melhoria de qualidade da educação pública em nosso País, não haveria nada mais alvissareiro que encenar cuidado com a juventude, e melhor ainda se esse zelo residir no campo educacional, considerando que a educação é o melhor ingrediente na construção do futuro em que viverão, adultos e cidadãos, os jovens de hoje. Ademais a educação é um direito de todos a que se obriga o Estado proporcionar, e não um favorecimento a uma fatia da população. E sem uma educação que responda às exigências do espírito do tempo e perante ele se imponha, não é possível dar foro de credibilidade a profecias de futuro brilhante para crianças e adolescentes. Nem para ninguém.
Custa acreditar em que haja alguém neste País que ignore a situação aviltante em que se encontra nossa educação pública. Sinal maior não há que  professores, técnicos e servidores do setor  em greve por um período que já ultrapassa 60 dias, como se encontram, clamando por condições dignas de trabalho, e de atualização salarial ! Quantos milhões de estudantes sem aula, num tempo em que a educação pública se coloca num humilhante 87º lugar entre as cento e poucas nações que tiveram seu ensino básico avaliado! E 38% dos estudantes de curso superior não sabem ler e escrever plenamente, isto é, “não dominam habilidades básicas de leitura e escrita!”
A carreira do magistério está desestimulada. Constata-se que nos últimos anos tem diminuído a quantidade dos que procuram os
vestibulares de acesso aos cursos de formação de professor. O conhecimento, o professor e o aluno, na escola. O mestre, senhor do conhecimento, para transmiti-lo ao aluno. O magistério será sempre uma profissão muito exigida e de muita evidência, e, por isto, diferente das demais, sempre do retorno à escola, pois antes do ensinar, o mestre deverá ser senhor do conhecimento a transmitir. Como pensar assim, se não lhe forem possibilitadas as condições? Mas tal não está ocorrendo, sendo necessário o recurso da greve.
A história consagra o vigor do setor industrial como o responsável pelo desenvolvimento econômico das nações, mas esse vigor não esqueceu em nenhum lugar da presença de uma mão de obra altamente qualificada. Como poderá o Brasil alimentar a esperança de tornar exitosos e prósperos  seus polos de desenvolvimento, sem o atendimento a esse quesito? Por isso, o constituinte deu letra certa ao findar de escrever o artigo 205 (CF): “A educação ... será promovida ... visando ao pleno desenvolvimento da pessoa ... e sua qualificação para o trabalho”
As novas descobertas povoam nosso cotidiano e têm origem na velocidade com que se apreende o conhecimento tecnológico e inovador. Com este, é preciso a urgente familiarização, mas isto não se dá com  uma   educação   pública   omissa como a da atualidade e descomprometida com o futuro como se revela.
O PNE 2, embora seja uma carta de intenções do Governo, abriga fartas esperanças.  Pois entendemos que ele serve de instrumento para a erradicação do  analfabetismo; para fomentar a respeitabilidade que o professor merece; para tornar o ensino médio uma atividade que ocupe o jovem em tempo integral e culmine com uma profissão. Em suma, nele alberga uma preocupação com o fazimento do nosso amanhã, contanto que sejam estabelecidas metas e tempo de colimá-las, com responsabilidade e severa punição aos que tentarem corromper os objetivos estabelecidos.
Merecerá grande louvor quem for capaz de influir na rapidez da tramitação do PNE 2 e do projeto sobre a responsabilidade educacional, para fazê-los chegar à sanção presidencial antes de findar-se este ano, porquanto ambos estejam no Congresso desde novembro de 2010. O exercício dessa influência poderá surpreender o seu agente com a láurea da alquimia, dado estar convertendo a acidez do limão que ora representa nossa educação pública numa doce limonada, agradável ao paladar de todos.

domingo, 1 de julho de 2012

INFORMABIM 313 A e B

ALELUIA! O PNE FOI APROVADO

Irm Antônio do Carmo Ferreira


Estamos, hoje, em momento de muitas alegrias. E por que tanto isto? Porque a Comissão Especial da Câmara dos Deputados aprovou, ontem (26.06.12), na parte que lhe compete, o texto do Plano Nacional de Educação, com algumas emendas aditivas insertas mediante relatório do deputado Ângelo Vanhoni, do PT/PR.

O ponto mais polêmico decorreu das solicitações, para que o PNE, pelo menos na segunda parte de sua vigência, contemplasse com 10% do produto interno bruto (PIB) os investimentos em educação pública.

Recordamos que o Brasil, no plano anterior, investiu nessa rubrica apenas 5%. O PNE propunha uma elevação para 7%. A maçonaria, após análise do projeto, divulgou documento (Carta) e o encaminhou ao Congresso Nacional, entregando-o a seu Presidente, em que externava o entendimento de que era necessário elevar esses investimentos para 10% e até sugeria a inclusão de recursos decorrentes dos lucros do Pré-Sal.

O Relator teve a iniciativa de aumentar esses valores para 8% e até chegar a 10%, seguindo os caminhos do Pré-Sal, como entendera a maçonaria.

Ontem, em aprovação simbólica, “sob intensa pressão de 300 manifestantes, na maioria estudantes, que lotaram 3 salas da Comissão para acompanhar a votação dos destaques, o governo aceitou incluir no projeto do Plano Nacional de Educação (PNE) a aplicação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em política de educação em até dez anos”. (Jornal do Commercio, Recife, 27.06.12).

Os maçons, contudo, não esqueçam de que a luta da Ordem é permanente no combate à IGNORÂNCIA por ser ela “a mãe de todos os vícios”. Por isto, jamais descansaremos enquanto houver um analfabeto em nosso País e enquanto não virmos em grau da maior respeitabilidade e conceito internacional a educação pública no Brasil.

Todos são chamados a testemunhar o esforço da Ordem pela discussão e aprovação do PNE desde que ele foi protocolado na Câmara dos Deputados. Neste sentido, foram feitas Assembléias Gerais de seus Grão-Mestres em quase todas as Capitais, e realizados Encontros Nacionais da Cultura Maçônica em Recife, Londrina, Cuiabá, Brasília, São Paulo e São Luiz, discutindo o assunto, não só com os maçons, mas com o povo em geral, especialmente, a porção ligada à educação pública. Desses Encontros emitiram-se Cartas, denunciando as mazelas do ensino, as suas carências e sugerindo idéias para a melhoria da qualidade educacional.

O projeto de lei, se as forças do obscurantismo não inibirem a caminhada, estará em breve no Senado e, daí, seguirá para a sanção presidencial. Mas não se encerrará aí a atenção da maçonaria, pois se iniciará o tempo do “olho do fazendeiro”, isto é, a luta pela aprovação da lei da responsabilidade educacional , sem o que o PNE será apenas uma carta de intenções, e os 10% do PIB, capim verde para engordar os monstros da corrupção. Um dos destaques aprovados estabelece até um ano, após a sanção do PNE, para discussão e aprovação dessa lei de Responsabilidade Educacional. (Jornal da Ciência, Rio, 28.06.12).

Sugerimos uma visita ao endereço http://www.domcarmo.blogspot.com Nes- se blog, poderá o leitor encontrar algumas informações, colocadas em artigos quinzenais, sobre feitos da maçonaria, durante essa tramitação do PNE (2011/2020) ou se desejar poderá ler “Educação & Maçonaria”, pela Editora A Trolha Ltda, fone 43 3337 1982 E-Mail moura@atrolha.com.br

Paguem-nos as alvíssaras. O PNE começou a ser aprovado. Aleluia!

(Informabim 313 B)
 313 B)