Irm Almir de
Araújo Oliveira*
No século XVIII, quando ser Maçom, em alguns países,
era sinônimo de morte, degredo e perseguição, os iniciados nos Sublimes
Mistérios da Maçonaria usavam um pseudônimo. Esse apelido ficou conhecido na
comunidade maçônica como NOME HISTÓRICO, hoje também chamado de NOME SIMBÓLICO.
Não existe consenso sobre a origem desse procedimento.
Alguns defendem a tese que esta medida surgiu concomitantemente na França nas
dependências do Grande Oriente de França e em Portugal no âmbito do Grande
Oriente Lusitano. Esta medida visava a preservar a identidade dos Obreiros, uma
vez que seus verdadeiros nomes não apareciam nos livros de presenças e de atas.
Outros afirmam que a adoção do Nome Histórico também
pode ter sido uma reação a publicação em 1730 do livro “Maçonaria Dissecada”.
Neste nefasto trabalho o perjuro Samuel Pritchard relatou detalhes de sua
iniciação, elevação e exaltação revelando as particularidades de cada processo.
Este contrassenso levou as lideranças maçônicas a realizar mudanças que
protegessem os membros da Arte Real.
Este costume chegou ao Brasil através de Irmãos
praticantes dos Ritos Adonhiramita e Moderno. O Nome Histórico atribuído ao
novo Maçom é escolhido entre homens de bem que tenham se notabilizado em
qualquer área do conhecimento humano. O Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do
Brasil oriente: “É vetado o nome de santos ou com sentido pejorativo, ou que, a
critério da administração da Loja, não esteja de acordo com o seu sublime
sentido”.
Outra instrução do Sublime Grande Capítulo:” O Nome
Histórico pelo qual passará a ser tratado deve ser de sua própria escolha.”
Assim é imprescindível que o futuro iniciado participe da seleção.
O nome escolhido para homenagear o neófito pode ser
simples ou composto. Recomenda-se que numa mesma Loja não haja duplicidade de
Nomes Históricos, entretanto se este fato ocorrer deve receber a numeração
romana de I, II, III, IV e assim por diante.
Os praticantes do Rito Adonhiramita, únicos que ainda
usam esta tradição, devem apresentar no transcurso de sua vida maçônica uma
peça de arquitetura justificando a escolha do seu Nome Histórico. A personalidade
homenageada deve obrigatoriamente ter falecido.
No âmbito esotérico, para alguns estudiosos, o patrono
do Nome Histórico passa a proteger o Maçom, comportando-se como um Espírito de
Luz. É imperioso que o Irmão Adonhiramita siga o exemplo de vida do seu
protetor, uma vez que este o acompanhará até o final de sua vida maçônica.
Nenhum Maçom é autossuficiente, porém o comodismo gera
dependência e outros vícios que devem ser sistematicamente combatidos pela
nossa Sublime Ordem.
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(*) Almir de Araújo Oliveira é
jornalista e editor do “Revérbero Maçônico”. Grão-Mestre Adjunto do Grande
Oriente da Paraíba, COMAB.
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