sábado, 6 de abril de 2019

INFORMABIM 475

Irm Almir de Araújo Oliveira*


No século XVIII, quando ser Maçom, em alguns países, era sinônimo de morte, degredo e perseguição, os iniciados nos Sublimes Mistérios da Maçonaria usavam um pseudônimo. Esse apelido ficou conhecido na comunidade maçônica como NOME HISTÓRICO, hoje também chamado de NOME SIMBÓLICO.
Não existe consenso sobre a origem desse procedimento. Alguns defendem a tese que esta medida surgiu concomitantemente na França nas dependências do Grande Oriente de França e em Portugal no âmbito do Grande Oriente Lusitano. Esta medida visava a preservar a identidade dos Obreiros, uma vez que seus verdadeiros nomes não apareciam nos livros de presenças e de atas.
Outros afirmam que a adoção do Nome Histórico também pode ter sido uma reação a publicação em 1730 do livro “Maçonaria Dissecada”. Neste nefasto trabalho o perjuro Samuel Pritchard relatou detalhes de sua iniciação, elevação e exaltação revelando as particularidades de cada processo. Este contrassenso levou as lideranças maçônicas a realizar mudanças que protegessem os membros da Arte Real.
Este costume chegou ao Brasil através de Irmãos praticantes dos Ritos Adonhiramita e Moderno. O Nome Histórico atribuído ao novo Maçom é escolhido entre homens de bem que tenham se notabilizado em qualquer área do conhecimento humano. O Sublime Grande Capítulo Adonhiramita do Brasil oriente: “É vetado o nome de santos ou com sentido pejorativo, ou que, a critério da administração da Loja, não esteja de acordo com o seu sublime sentido”.
Outra instrução do Sublime Grande Capítulo:” O Nome Histórico pelo qual passará a ser tratado deve ser de sua própria escolha.” Assim é imprescindível que o futuro iniciado participe da seleção.
O nome escolhido para homenagear o neófito pode ser simples ou composto. Recomenda-se que numa mesma Loja não haja duplicidade de Nomes Históricos, entretanto se este fato ocorrer deve receber a numeração romana de I, II, III, IV e assim por diante.
Os praticantes do Rito Adonhiramita, únicos que ainda usam esta tradição, devem apresentar no transcurso de sua vida maçônica uma peça de arquitetura justificando a escolha do seu Nome Histórico. A personalidade homenageada deve obrigatoriamente ter falecido.
No âmbito esotérico, para alguns estudiosos, o patrono do Nome Histórico passa a proteger o Maçom, comportando-se como um Espírito de Luz. É imperioso que o Irmão Adonhiramita siga o exemplo de vida do seu protetor, uma vez que este o acompanhará até o final de sua vida maçônica.
Nenhum Maçom é autossuficiente, porém o comodismo gera dependência e outros vícios que devem ser sistematicamente combatidos pela nossa Sublime Ordem.
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(*) Almir de Araújo Oliveira é jornalista e editor do “Revérbero Maçônico”. Grão-Mestre Adjunto do Grande Oriente da Paraíba, COMAB.



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