O
JORNAL IMPRESSO E SEU FUTURO
Irm
Antônio do Carmo Ferreira
Tive minha
preocupação aguçada, faz alguns meses, ao ler numa de nossas revistas maçônicas
que o jornal impresso estava com os seus anos de vida chegando ao fim. Mais
algumas décadas, poucas, e iríamos passar a ler em termos de registro histórico
que em tempos remotos tivera existido um tal de jornal de papel.
Quando o rádio
entrou em evidência, foi difundida a mesma notícia. O advento da TV também
favoreceu o aparecimento de semelhante previsão. Mas o jornal impresso continuou
vivo, derrotando aquelas adivinhações.
Agora, com a
chegada da internet, o assunto volta à mesa. E as bolas de cristal são
acionadas com insistência, buscando-se saber por seu intermédio o ano em que o
jornal impresso “sairá da vida e entrará pra história”.
Ora, o jornal de
papel é produzido por empresas com grandes responsabilidades e compromissos em
seu relacionamento com a sociedade. A vida de uma empresa não é uma brincadeira.
Para sua existência e funcionamento são necessários investimentos de grande
monta. E os empresários não são ingênuos a ponto de colocarem seus capitais em
empreendimentos de vida efêmera, sem futuro.
Cito aqui dois
exemplos. O Diário de Pernambuco, de circulação ininterrupta desde sua fundação
em 1825, transferiu suas instalações,
acerca de cinco anos, para uma área muito maior que a utilizada até então, para
o que, decerto, fez grande investimento, modernizando o parque
gráfico e ampliando sua capacidade
instalada. Seus dirigentes não fariam isto sem a previsão de um amanhã
promissor e de muitos e muitos anos.
Igualmente
acontece no âmbito do Jornal do Commercio (97 anos), também aqui de Pernambuco.
O grupo que possui a empresa não para de
investir em sua modernização. Empresários experientes e de sucesso garantido em
seus negócios não procederiam dessa forma, se não houvesse futuro lucrativo para seu empreendimento.
Exemplos assim,
de crença no jornal impresso, são encontrados pelo mundo afora, no Brasil e no
Exterior.
E a inovação?
Ah! A inovação tecnológica pode nos trazer surpresa, mas do ponto de vista favorável.
Para isto, contudo, basta não descuidar. Estar atento ao espírito do tempo e
adequar-se às sugestões que a inovação
ensejar. É aí que aparece a internet, como assegurou o Dr Maurício Hands,
Presidente institucional do Diário de Pernambuco, em palestra no Rotary Recife
(29/01/2016): “os jornais não serão substituídos pela internet, mas terão a sua
missão complementada através dos portais e redes sociais”.
E disse mais:
“Quem se informa apenas online corre o risco de ficar na superficialidade. É aí
que entra o impresso, para fazer uma curadoria das notícias mais relevantes do
dia e aprofundá-las, analisá-las”. Entendo também desta forma. A internet será
uma grande aliada e favorecerá no crescimento quantitativo dos leitores do
jornal impresso.
Em março de
2014, pesquisa do Ibope então realizada revelou que o jornal impresso do
Brasil, comparado a outros meios de comunicação, é o que apresenta as
informações com maior nível de confiança”. A pesquisa foi encomendada pela
Secom da Presidência da República. E confirma o pensamento dos empresários da
área.
Mesmo diante do
alto percentual de analfabetos em nossa população; mesmo sabendo da
precariedade de leitura com que nossa juventude é avaliada; mesmo convivendo
com a minguada condição financeira de nosso povo que influencia na aquisição de
bens como o jornal, livros e revistas; mesmo assim minha expectativa é a de que
“os jornais impressos não terão fim” e que promissor é o seu futuro.
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