domingo, 26 de setembro de 2010

REVISITANDO 1822

A INDEPENDÊNCIA e seu algo mais


Irm Antônio do Carmo Ferreira


       O jornalista Laurentino Gomes lançou, recentemente, seu novo livro, com o título: 1822. E sobre esta obra concedeu entrevista ao Jornal do Commercio (Recife), que foi publicada na edição de 20.09.2010.

       Interessante é a análise que ele faz a respeito da Independência do Brasil, denunciando omissões e, consequentemente, revelando fatos que despertam a atenção do leitor para a verdadeira história daquele grande momento da formação política de nosso Brasil.

       Por ali se vê, e o autor faz este favor aos brasileiros dos dias atuais, que a Independência do Brasil não se restringe ao episódio de um grito que se deu às margens do riacho Ipiranga em 7 de setembro de 1822. Essa passagem da História do Brasil, como foi escrita, passa a enganação de que nossa Independência teria sido uma dádiva dos Braganças, numa “negociação” entre pai e filho – João e Pedro. Tudo numa boa, mansa e pacificamente. É o que se ensina há 188 anos, impedindo-se que a memória dos brasileiros contenha a verdade sobre feito tão glorioso de sua gente.

       O jornalista Laurentino Gomes protesta contra as omissões e chama a atenção para as enganações que foram implantadas, chamando-as de “mitos, fantasias e versões”. Registra em admirável análise que tal “negociação não é verdade. O processo foi violento, com guerra no Nordeste que se prolongou até quase o final de 1823. Muita gente morreu lutando pela Independência brasileira”.

       O livro “1822” merece uma acurada leitura do nosso povo. Pode até irritar o leitor, não contra o escritor que decerto será elogiado pela verdade que pesquisou e nos revela em seu livro, mas a leitura nos irritará com os escritores iniciais por descobrirmos que, em face da imprecisão histórica dos mesmos, muitas gerações que já se foram para a eternidade, deixaram de conhecer passagem tão heróica de seus antepassados.

       Minha expectativa é de que os pernambucanos vão ler e reler o que está escrito a seu respeito. Diz o autor de “1822” que “Pernambuco pagou um alto preço pelas guerras e revoluções que liderou. É o único caso no Brasil de divisão territorial como punição pela rebeldia. Entre 1817, ano da Revolução Republicana, e 1824, ano da Confederação do Equador, a província foi sistematicamente fatiada, retalhada, castrada e espoliada no seu território por essas razões políticas”.

       Esperamos que o alerta inserto na obra “1822” não seja mais “uma voz que clama no deserto”. Aliás, outros pesquisadores e historiadores também fizeram este mesmo procedimento, especialmente os vinculados à Maçonaria. E com bastante razão, porque a maçonaria contribuiu de forma decisiva, para que se construísse uma Pátria para os brasileiros. Todos os estudiosos de boa-fé sabem disto. Desde 1796, quando a maçonaria ingressou no Brasil via Areópago de Itambé, que a instituição cuida disto. A Revolução Republicana de 6 de março de 1817, dos maçons de batina e sem batina, tornou irreversível nossa Independência, a qual finalmente veio em 1822.

       A Maçonaria tem lutado pela inclusão deste registro na História do Brasil e vem alcançando êxito, haja vista legislação recente que institui a Data Magna de Pernambuco e chama a atenção da atual geração de brasileiros para o algo mais que falta ser revelado a respeito de nossa Independência.

       Estejamos convencidos, como alerta o jornalista Laurentino Gomes em seu livro “1822”, de que a “Independência do Brasil não se resume ao Grito do Ipiranga”.

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