quarta-feira, 1 de setembro de 2010

EDUCAÇÃO & MAÇONARIA

SEMEAR É PRECISO

                          Irm Antônio do Carmo Ferreira

De sobra são as razões para que todos nós estejamos preocupados com a situação em que se encontram a educação e o ensino no Brasil. Defeitos que se acumularam ao longo do tempo e que, ora, mais se agravam frente à velocidade com que o conhecimento avança em nossos dias no mundo em desenvolvimento, sem que tenhamos as condições de acompanhá-lo.

Não somente o homem sofre na ausência de sua capacitação para ser absorvido no mercado de trabalho, mas também o progresso não consegue evoluir, não pela inexistência do capital e sim pela fragilidade do trabalho. Culpa-se o nível da educação , como principal responsável pela falência na escolha dos governantes que eleitos mantêm o povo assim sem a visão suficiente para descobrir a enganação de que são vítimas. Ao homem brasileiro é necessário e urgente dar-lhe o direito à cidadania. Tirar-lhe a trave que inibe sua visão da realidade.

Para isto, a melhora na qualidade do ensino se impõe como decisão inadiável. Pois não bastou colocar na Constituição que a educação é um direito de todos. É preciso oferecer as condições para isto. Não só da parte do governo, facultando os meios, mas também da obrigação das famílias, de levarem seus dependentes à escola. A omissão, em ambos os casos, deverá ser denunciada e seus agentes punidos severamente. Trata-se de um crime contra a nação, em que se obstaculiza seu desenvolvimento e a consecução do bem estar de todos.

O grito vem agora dos que conseguiram pular o muro. A evolução desses poucos mostra que com coragem e determinação é possível o bem suplantar o mal. Nascemos para as coisas excelentes (“ad majora natus sum”). De Deus, somos imagem e semelhança. Templo de Deus como asseguram os Evangelhos. O negócio é não esperar que o “maná” volte a “cair em cada amanhecer”. Agora, a sua elaboração corre por nossa conta. Triste não será vir a saber que alguém não teve o que comer no deserto. Triste mesmo será morrer de fome em Canaã.

Recursos não faltam. Vejamos, agora, por exemplo, o Pré-Sal: um dinheirão que vem por aí. É só dirigi-lo para a educação. 50% ao menos! O petróleo é nosso, como ensinavam nossos avós. O Pré-Sal é um patrimônio de todos. Um presente de Deus. O resultado financeiro de sua exploração não pode servir ao custeio. Deverá ser um investimento que contemple o futuro e o bem estar de suas gerações, onde estarão os nossos descendentes.

Recorro ao apóstolo Tiago que ensina, em documento inserto no Novo Testamento, que não basta a fé. É preciso a obra. A fé sem a obra é nada. É como saliva e vontade na sabedoria popular: coisas que mais se perdem. Entristecem-me umas frasezinhas que vejo por aí, dizendo: “orgulho de ser sudestino; orgulho de ser nordestino”; e outras besteiras que tais, feitas para a enganação dos desavisados, enquanto os “tubarões” enchem os bolsos ... Melhor do que dizer que temos orgulho de ser brasileiro (e devemos ter este orgulho) é não permitir que nos transformem em manadas de búfalos.

Nas páginas que seguem, encontram-se melhores referências e motivações ao trabalho maçônico urgente e com afinco em prol do ensino e da educação em nosso Brasil.

Este é um momento germinante. Semear é preciso.

(1º capítulo do livro EDUCAÇÃO & MAÇONARIA, lançado durante Assembleia Geral Extraordinária da COMAB, realizada ao oriente do Recife no dia 27 de agosto de 2010).

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