quinta-feira, 30 de setembro de 2010

QUALIDADE DA EDUCAÇÃO

Os segredos da educação da Finlândia


Roberto de Queiroz – professor e escritor

“A Finlândia é o que se pode chamar de case de sucesso, já que ocupa do topo do ranking criado pelo Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa, na sigla em inglês, que produz indicadores sobre a efetividade dos sistemas educacionais no mundo”. Lá, a taxa de analfabetismo é zero e o professor da educação básica recebe um salário médio de US45 mil (R$77,4 mil) ao ano, remuneração superior à média salarial do país. (Mirela Marques. Educação baseada na autonomia, Diário de Pernambuco, 10/09/2010, p.C5).

Enquanto isso, no Brasil, os professores da educação básica ganham um salário médio entre R$7.800 e R$13.000 por ano, para uma jornada de trabalho de 30 horas-aula semanais, como é o caso de Pernambuco, por exemplo. Aliás, não é por acaso que Thomas Skidmore afirma, no livro Uma história do Brasil, que “desde a época colonial a elite brasileira não tem interesse na educação, quando o sistema educacional deveria ser uma prioridade indispensável ao avanço econômico, social e político do país”. (Congresso sobre a educação, Folha de Pernambuco, 11/09/2010, p.4).

“Ao contrário do que acontece no Brasil, na Finlândia não são realizados rankings de escolas”. No país europeu, deu autonomia para que cada município construísse seu próprio currículo pedagógico, respeitando as características regionais e as diretrizes nacionais, pois se acredita que esse tipo de lista apresenta resultado superficial (Mirela Marques, ibid.).

Na Finlândia, além da autonomia dos municípios, “a qualificação dos professores chama a atenção. Para entrar em sala, os docentes precisam estudar cinco anos, além de fazer especialidade na respectiva área de ensino. No Brasil, muitos professores atuam na educação infantil e fundamental apenas com o magistério (nível médio). Para Reijo Laukkanen (Universidade de Tempere), “o professor goza de grande prestígio dentro da sociedade finlandesa.. Muitos jovens querem seguir a docência e os pais têm confiança neste profissional”. (Mirela Marques. Ibid.).

Aí estão os segredos da educação da Finlândia. Os professores da educação básica são bem preparados tecnicamente e recebem um dos melhores salários do mundo, o qual chega a US45.000 (R$77,4 mil) ao ano, perdendo somente para a Austrália, onde os professores do ensino fundamental chegam a ganhar U$46 mil (R$78,2 mil) por ano. Além disso, o governo finlandês dá autonomia para que cada município construa sem próprio currículo pedagógico, em consonância com as características regionais e as diretrizes nacionais. Enfim, na Finlândia, o governo encara a educação como prioridade nacional. (Diário de Pernambuco, 29/09/2010, p.B5)

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