sábado, 1 de maio de 2010
INFORMABIM 258 A e B
INFORMABIM 258 B
REINSTALANDO A CURIOSIDADE¹
Irm Antônio do Carmo Ferreira
Será que existe alguém desprovido de qualquer interesse em saber o que acontece a seu redor? Pergunta que me faço, ao me deparar perante acontecimentos de cujos circunstantes indago de que se trata ou o que ocorreu. Conforta-me perceber que o interesse não é somente meu. Pelo menos, ali mesmo, muitos outros estão curiosos, perguntando, olhando, tentando compreender.
Acredito que, no cotidiano, todos nós queremos ter conhecimento do que está acontecendo, em nossa rua, em nossa comunidade e no mundo. Ouve-se uma zoada, e logo todos estão às janelas para saber o que está acontecendo. Para-se o carro, para indagar do grupo à beira da estrada, para saber informações sobre o acidente. Há uma curiosidade em torno do acontecimento. Existem até escolas filosóficas que entendem ser o conhecimento uma conseqüência da curiosidade.
Houve um tempo em que a maçonaria estava na boca dos muitos. Havia uma grande curiosidade acerca da Ordem maçônica. Pena que grande parte dos muitos estivesse envenenada a respeito da verdade que é maçonaria. Teria sido informada de que esta associação era um condomínio demoníaco. Interesses contrariados teriam levado aquela grande parte dos muitos ao mundo dessas baboseiras, dessas deformações, dessas calúnias e difamações. Na realidade a maçonaria só trata do amor ao próximo. Nunca fez, não faz , nem fará mal a ninguém, nem aos que a detratam e caluniam. A maçonaria e os maçons não contemporizam com o erro, nem com a corrupção dos costumes.
Se a Ordem maçônica fosse má ou cuidasse disto, a imprensa², munida que está dos instrumentos e meios mais qualificados e modernos da investigação, já teria descoberto e denunciado para todos, pois este é um dos seus compromissos para com os leitores.
Hoje em dia são poucas as pessoas que ainda pensam de forma desvirtuada sobre a maçonaria. Mas se percebe um vazio. Porque as novas gerações não têm sido informadas dos benefícios que a existência e ação da maçonaria proporcionam. Outro dia, fui apresentado a um recém formado em medicina. Éramos cinco. Eu havia ido visitar um grande inspetor geral que se encontrava hospitalizado. Embora desnecessário, fui apresentado como o Grão-Mestre da Maçonaria. Cumprimentando os demais, ouvi o médico perguntar, discretamente, a meu apresentador: “a maçonaria ainda existe?”
Outro fato. Dois jovens foram pintar a abóbada de um dos Templos da Maçonaria, em Recife. Recebi-os. Um dos pintores me perguntou: “Qual a linha de móveis que o senhor fabrica ?” O outro, como que desejando se desculpar, responde-lhe com um ar de riso: “Aqui é maçonaria, rapaz! Móveis é na marcenaria!”. E os dois ao mesmo tempo: “Oh! Desculpe seu Grão Marçom.” Assim mesmo, com R.
Diante destas acontecências, fico a pensar que existe um vazio sobre a Maçonaria. E que já é tempo de se reinstalar a curiosidade³ a seu respeito na comunidade. A Maçonaria e a sua destinação. A Maçonaria, escola de formação de líderes e de construtores sociais. A Maçonaria do aperfeiçoamento dos costumes. A Maçonaria cujos ideais se voltam para a felicidade das pessoas, revelados não só na palavra, mas sobretudo na ação de seus integrantes.
Agora é o tempo. Reinstalar a curiosidade a respeito da Ordem é preciso. Pois quanto mais gente, querendo saber o que é a maçonaria, melhor!
NOTAS:
1) Quero agradecer e cumprimentar a Loja Maçônica “13 de Maio de 1888”. Agradecer pelo convite que me fez seu Venerável Mestre, o Ir.: Ribamar Granja, para falar sobre a Maçonaria Comunitária, o que aconteceu em Sessão Especial com a presença de muitos obreiros, sendo este o texto básico da palestra. E cumprimentar, em virtude da implantação do projeto filantrópico de apoio à creche em Nossa Senhora das Candeias que ampara criancinhas, enquanto suas mães estão no trabalho, ganhando “com o suor do rosto o pão de cada dia”.
2) O maçonólogo Ambrósio Peters, em seu livro “Maçonaria, História e Filosofia”, cuja leitura recomendo, aborda este assunto com profundidade e admirável competência.
3) CURIOSIDADE: [...] “2) Desejo de ver ou saber, informar-se, desvendar, alcançar, etc; interesse. (A matéria deste jornal satisfaz a curiosidade dos leitores) 3) Desejo de aprender, conhecer, investigar determinados assuntos; interesse. (Quem, por curiosidade, quiser conhecer a Campanha de Canudos, deve ler Os Sertões, de Euclides da Cunha). 4) Desejo irreprimível de conhecer os segredos, os negócios alheios, bisbilhotice, indiscrição (A curiosidade perdeu as mulheres de Barba-Azul)” [...] Aurélio, em Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
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