sábado, 15 de maio de 2010

EXEMPLO DIGNIFICANTE

EXEMPLO DIGNIFICANTE


Irm Antônio do Carmo Ferreira.

       Maçons do quadro de obreiros da Loja PLANETA VIDA e familiares seus estiveram reunidos, ontem à noite, não só para a CEIA que já se tornou tradicional, para eles. Mas também para discussão de assuntos relacionados com o meio-ambiente e o melhor cuidado para com o mesmo. A Loja Maçônica “Planeta Vida”, como seu nome distintivo inspira, tem forte vinculação com estes temas de respeito à natureza e à sua conservação.
       Lembra-se que a Constituição do GOIPE, em seu artigo 31,inciso III, registra que é dever de uma Loja: "Dedicar-se ordinariamente à concretização de objetivos maçônicos, destacando-se entre estes a defesa [...] da ecologia ..." Aliás, o escritor E. F. Schumacher, autor do livro “O negócio é ser pequeno” (Small is beautiful, Zahar Editores, 1981, pág 88), é enfático e brilhante ao registrar que “Estude-se como uma sociedade usa sua terra e pode-se chegar a conclusões bastante fidedignas sobre qual será seu futuro”.
       Neste sentido, queremos elogiar os estudantes que, recentemente, estiveram no trabalho de retirada de lixo de um manguezal, em Olinda. O Jornal do Commercio, em sua edição de 14 de maio de 2010, registra o fato: "Mais de 100 quilos de lixo foram retirados do manguezal da área Espaço Ciência, no Complexo Salgadinho, em Olinda, Grande Recife, na manhã de ontem. A Limpeza foi realizada por 120 estudantes e foi uma das ações da campanha nacional UM DIA DE ESPERANÇA PARA O PLANETA, promovida pelo Sistema Adventista de Educação. A mobilização reuniu mais de 230 mil alunos no Brasil e mais de oito países da América do Sul."
       Outro dia, assistindo a jornal apresentado por uma das emissoras brasileiras de TV, fiquei estarrecido com as imagens exibidas que documentavam a reportagem. As águas pluviais inundando as ruas que mais pareciam rios do nordeste: secos ao verão, caudalosos à época hibernal. Montões de lixo residencial arrastados pela correnteza, entupindo os bueiros, impedindo o escoamento, e, em seguida, boiando feitos canoas, voltando para as casas de onde vieram, como que por vingança, procurando seus desleixados e irresponsáveis produtores.
       Vinham-me à mente passagens de a Perestroika, de Mikhail Gorbachev (Editora Best Seller, 1990, pág 11), onde ele fazia apelo, para que coisas piores do que as descritas não chegassem a acontecer: “Estamos no mesmo barco, a Terra, e não podemos permitir que afunde. Não haverá uma segunda Arca de Noé”.
       A Maçonaria está atenta a este movimento de respeito à natureza. Sempre esteve, e, agora, com muito mais razão, diante da ausência de zelo com que o homem, em nossos dias, tem sido flagrado, em seu relacionamento com o próprio habitat. Talvez por isto, a filosofia de Ortega y Gasset, ao se tornar tão atual, tenha inspirado a advertência: "Se eu não salvo a circunstância, também não me salvo a mim mesmo."
       O gesto desses 120 estudantes, retirando entulhos do manguezal, é um exemplo por demais dignificante.

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