domingo, 15 de agosto de 2010
INFORMABIM 268 A e B
Irm Antônio do Carmo Ferreira
Dois fatos recentes servem para identificar a grande preocupação da maçonaria com relação ao estado da edu-cação em nosso País. Não é que, somente agora, a Ordem se preocupa com o ensino e a educação. Não seria verdadeiro pensar assim. O ensino sempre esteve na ordem do dia das reuniões maçônicas. A própria Maçonaria é conhecida como uma “escola de conhecimentos”. Todos os iniciados têm a obrigação da aprendizagem. Da leitura de seus livros de doutrina e ritualismo. E o ensino ali é no sentido de que o maçom venha a ser “um construtor social”, pugnando pela melhoria dos costumes, pela destruição dos vícios, pelo combate incessante à ignorância, porque ela “é a mãe de todos os vícios”.
O envolvimento da maçonaria com a melhoria da qualidade do ensino foi tema principal em dois grandes momentos, em conclaves da Ordem, no meado deste ano. Diagnósticos das frágeis condições em que a educação se encontra e a necessidade da cobrança de progresso nesse setor da vida brasileira povoaram os pronunciamentos de representantes da COMAB, em Blumenau/SC, durante a posse de seu Presidente, e do Supremo Conselho dos Graus Escoceses para o Brasil, em São Paulo.
Reporto-me, neste artigo, à palestra que foi proferida pelo maçom Rosa-Cruz Adhemar Módena, cujo texto se encontra publicado no Boletim Oficial daquele Supremo Conselho, edição de abril/maio/junho do corrente ano. Vários assuntos da maior preocupação para a maçonaria foram denunciados naquele Encontro, mas em nosso entender, nenhum foi mais evidente que o relacionado com o estado da educação.
O palestrante segue a linha de que a Ordem não deve se prender exclusivamente ao casulo. É preciso rasgá-lo. Formar para a construção social, segundo os moldes da instituição, e, aí, sim, a exigência esotérica. Mas ao término disto, cumpre a“o semeador sair a semear”. Pois “o maior de todos os sermões é o exemplo”. O ser sendo.
A maçonaria deve estar voltada para a fiscalização, para a auditoria, e para a cobrança de tais obrigações de quem recebeu do povo a delegação para representá-lo.
Ouçamos os clamores do palestrante e seus conselhos e suas orientações. Fala com a responsabilidade de quem não apenas colocou o diploma de “mestre semeador” na parede da sala, porém que nele tem o alerta para “sair a semear”. Diz assim: “Urge que a Maçonaria trabalhe com afinco junto à sociedade e junto ao Poder Público para que sejam implementadas alterações nas áreas de Educação [ ... ] , visando municiar a juventude de conhecimentos e oportunidades éticas e sadias que ajudem na sua formação intelectual e moral. Pois se permanece omissa, ela mesma será vítima e sofrerá as conseqüências desastrosas de uma juventude mal formada. E em futuro próximo, a Maçonaria e a Sociedade como um todo serão o resultado da boa ou má formação de seus jovens”.
Louve-se o arrojo do palestrante, porque não fica na raia dos sentimentos volitivos, nem no campo das idéias. Sugere caminhos práticos, modus faciendi = maneira de fazer. Entendimentos seus que coincidem com outros, para os quais venho alertando, como registra ele: “... para tanto, as Lojas desenvolvam projetos, que de modo efetivo contribuam nessa formação”.
Estas discussões afloram no momento certo e não devem ser adiadas, pois há decisões que são iminentes. São como mandado de segurança. Se não se concede a medida na hora da solicitação e deixa-se para o depois, o prejuízo estará consumado e nunca mais se repara o dano.
As propostas de um novo governo estão em curso, como em elaboração se encontra um plano decenal para a nossa educação. E neles é preciso incluir o compromisso com a melhoria da qualidade da educação e do ensino, como lastro para a formação de profissionais ao nível das exigências de nosso progresso, e de cidadãos habilitados ao pleno exercício da cidadania.
O futuro que aliás já está em nossa sala, dependerá do estabelecimento desses compromissos e da especial atenção para seu resgate. Assim pensam os Maçons e com esta consciência procederão.
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