sábado, 9 de fevereiro de 2019

INFORMABIM 463 (A e B)


Durante toda essa campanha eleitoral, não tenho observado maiores interesses pelo tema educação. Reporto-me às falas dos candidatos ao cargo de Presidente da República. Nenhum deles aborda o assunto educação. E quando toca o faz tangencialmente numa sequência em que o termo mal aparece e em último lugar, antecedido por: segurança, saúde e outros ... Nos debates, ninguém é indagado sobre que tratamento será dado à educação em seu governo. É como se a educação fosse uma função de somenos importância na construção do progresso de uma nação.
Infelizmente, é assim mesmo que se vê o fator educacional em nossas equações governamentais. Há um plano decenal em execução que prevê um compromisso de 10% do PIB a ser aplicado, mas não se chegou sequer à metade e, pior, o Governo proíbiu, por emenda constitucional, qualquer acréscimo por muitos anos. Pratica-se dessa forma um crime contra o “país do futuro”, frustrando as esperanças de milhões de jovens que ficam impossibilitados de ter um ensino melhor e, de maneira eficaz, contribuirem para o progresso de nossa Pátria.
Tudo se passa, como se as mil maravilhas estivessem acontecendo. Escolas bem aparelhadas. Professores e educadores bem remunerados, com salários fazendo jus à sua importância na formação da juventude. Estudantes ávidos do saber e estimulados para tanto, com uma avaliação superior aos índices alcançados por seus contemporâneos do restante do mundo.
Uma grosseira ironia. Pensem o inverso! Que é o estágio em que se encontra nossa Educação. Salvo em alguns Estados, onde um milagre consolador tem acontecido, graças sobretudo ao esforço local  das  escolas   de  ensino  em  tempo

integral, decorrente da ação conjunta de governo, família, estudantes e educadores.
Tento pensar que o aprofundamento do tema teria saído daqueles debates iniciais, dado sua importância, para ser incluído e desenvolvido na construção do plano de governo do candidato eleito. Uma consciência coletiva dos candidatos. Então, mês que vem, após a unção do eleito, é de todo urgente sua excelência repensar os temas educação verso emprego, sabido (Art. 205 da CF) que a educação é um direito de todos, cuidado pelo estado e família, para proverem a pessoa das condições para o exercício da cidadania e do trabalho.
Treze milhões de desempregados. Tantos postos de trabalho extintos. Com a retomada do crescimento, estariam eles habilitados à ocupação das novas funções que o mercado de trabalho venha a oferecer? Pesquisadores sensíveis aos anseios das pessoas, anseios que surgem à medida que a tecnologia lhes proporciona novos e mais atraentes bens e serviços, antevêem que mais da metade dos jovens  que hoje  fazem o curso médio, está se formando para a ocupação de empregos na produção de bens, dos quais ainda não se tem notícia. Frutos da velocidade nas descobertas, invenções e tecnologias!
Mais: esses mesmos pesquisadores advertem que o futuro privilegiará as “habilidades comportamentais” para os humanos, enquanto que caberá aos robôs a prática das “habilidades técnicas”.
Então, é preciso e urgente repensar a educação, porque o tempo do robô está chegando, e a qualidade do empresário se revela, não na caridade que pratica, mas no lucro que sua organização aufere.
*)- Antônio do Carmo Ferreira é Economista pela UFPB.



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