sexta-feira, 29 de junho de 2012

INFORMABIM 312 A e B

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Irm Antônio do Carmo Ferreira

Dos acontecimentos de ontem (13 de junho), ao menos dois deles espero terem ensejado grandes alegrias aos brasileiros. É que o dia marca o momento em que se rendem homenagens a Santo Antônio, seja com pedidos, seja com agradecimentos. Não sei nas outras regiões, mas no Nordeste, a data se comemora com rezas, fogueiras e simpatias, sem falar dos animadíssimos forrós que antecipam o “sãojoão”. Santo casamenteiro, na crendice popular, diz-se que não resiste a um pedido bem caprichado, e logo despacha um marido para a solicitante encalhada. (Mas desde que o pedido seja caprichado). Graças a sua bondosa atuação, o santinho já ganhou, em agradecimentos, patente de capitão e até cargo permanente de vereador. Ontem, tendo sido DIA DE SANTO ANTÔNIO, as festas rolaram, com efusiva alegria, em todos os cantos nordestinos ...

Outro motivo que merece alegria é a Comissão Especial da Câmara dos Deputados ter aprovado (no mesmo dia 13) o Plano Nacional de Educação, com alguns “destaques” que serão apreciados em reunião prevista para o dia 26 de junho. O Relator é o deputado Ângelo Vanhoni, integrante do PT/Paraná, que propôs elevação dos recursos financeiros para 8% do PIB e mais 50% dos lucros decorrentes de investimentos do Pré-Sal.

O PNE foi enviado à Câmara em 2010, para uma vigência de 10 anos a ter início, como se esperava, no começo de 2011. Ele estabelece 20 metas que se acomodam sob as 10 diretrizes seguintes: 1) Erradicação do analfabetismo; 2) Universalização do atendimento escolar; 3) Superação das desigualdades educacionais; 4) Melhoria da qualidade do ensino; 5) Formação para o trabalho; 6) Promoção da sustentabilidade sócio-ambiental; 7) Promoção humanística, científica e tecnológica do país; 8) Estabelecimento de meta de aplicação dos recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto (PIB); 9) Valorização dos profissionais da educação; e 10) Difusão dos princípios da equidade do respeito à diversidade e a gestão democrática da educação”.

Líderes da maçonaria percebem que o PNE oferece grandes possibilidades de melhoria e progresso no setor da educação pública, como a erradicação do analfabetismo; o prestígio da carreira do magistério, com uma remuneração digna, devotando-lhe o respeito que merece (Só abrindo um parêntese: outro dia, vi na televisão que, no Japão, todos se curvam perante o Imperador. Apenas os professores ficam isentos dessa reverência); a formação para o trabalho, com o ensino profissionalizante em escolas de tempo integral, enfatizando a ciência, a tecnologia e a inovação; o melhoramento da qualidade do ensino; comprometimento de recursos financeiros suficientes,etc

Após a destinação dada aos “desta-ques”, o PNE seguirá para o Senado e daí para a Presidente da República sancionar. No entanto, todo esse esforço, discussões e longa espera poderão se converter em uma simples Carta de INTENÇÕES, como o foi a LDB recém-finda. É preciso a sanção da Lei sobre a RESPONSABILIDADE EDU-CACIONAL que se encontra tramitando em Comissão Especial na Câmara, da qual é Relator o deputado Raul Henry, PMDB/PE. Lei que criminalizará os omissos e “ esper-tos”. E que inclui a vigilância das Institui-ções durante a execução do processo educacional.

Esquecer nunca de que nenhum país se desenvolveu com educação subdesen-volvida. Por isto deveremos estar atentos e vigilantes, sabido que as forças do mal não dormem, sendo seu desejo que não passemos de uma manada de 190 milhões de búfalos. Então melhor ficar com os conselhos da Maçonaria: “tende firmeza, vingai direitos da natureza ...” Pois só assim será possível “VER CONTENTEs”, não somente os filhos, mas sobretudo “a mãe gentil”.

(Informabim 312 B)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

INFORMABIM 311 A e B

O ESPÍRITO DO TEMPO E A MAÇONARIA


Irm Antônio do Carmo Ferreira

A COMAB pretende, em breves dias, colocar, em funcionamento, uma escola de âmbito nacional para a formação e aperfeiçoamento de seus quadros, a que chamamos de iniciados. É um projeto educacional que teve sua gênese no seio dos “independentes” de Pernambuco, ao criarem a ESAEM – Escola Superior de Altos Estudos Maçônicos.

Não é que antes tivesse deixado de existir o cuidado com esse compromisso para com os que ingressam na Ordem. Isto sempre existiu e com resultados positivos e promissores. O que se pensa agora é que se atenda ao espírito do tempo, praticando-se, na transmissão do saber maçônico e de seus princípios, a didática disponível que os nossos dias ensejam. Isto é, a utilização dos benefícios alcançados pelo progresso. E nisto é bom não demorar. Devemos mesmo é ter pressa.

Toynbee, o Arnold, em seu livro “O Desafio de nosso tempo”¹, adverte sobre a diminuição da quantidade de anos entre as descobertas que vêm marcando a evolução da humanidade. Isto se constitui, em seu modo de ver, grande desafio para os lerdos e omissos, porque haverão de sofrer os prejuízos, privados que estarão dos benefícios, ensinamento este, aliás, também do domínio da maçonaria, para quem mais se beneficiarão dos recursos da natureza os que estiverem mais bem preparados.

Pena que, nessas circunstâncias negativas, sejam muitos os inclusos. É o que entende Toffler, o Alvin, em seu livro “Choque do Futuro”². Nessa obra, ele informa que somente cerca de 5% da humanidade de hoje estariam conscientes e senhores dessa velocidade da inovação tecnológica. Os demais, e são bilhões de seres humanos, alheios às novas fronteiras irão padecer da tormenta do alheamento por muitos e muitos anos, simplesmente porque não se pode dar um break na marcha do progresso até que eles percebam que o futuro já está em nossa sala.

Nada obstante este quadro, outro dia bateu-me à porta grande alegria. Era ver que o cuidado da maçonaria para com a modernização de sua didática saía dos “5%” e buscava o universo. É o que pude apreciar através da revista ACÁCIA, edição 90, que vem de Porto Alegre. Diz, em sua Mensagem de página 3, “O desempenho dos oficiais responsáveis pela operacionalidade de ensinamento nas sessões, por vezes, fica devendo melhores execuções ... devemos revisar, urgentemente, nossas adequações ... atualmente os recursos audiovisuais disponíveis, principalmente para as entidades iniciáticas, estão cada vez em maior quantidade de opções, o que nos permite a criação de efeitos especiais que nos encantam cada vez mais”³.

Se a Maçonaria é uma escola, como o é, torna-se oportuno refletir que suas “instruções” ora em voga, foram escritas a um tempo em que a didática magna privilegiava a palmatória. Não era sequer o tempo do “giz e da saliva”, agora demais ultrapassado. No mundo do primado industrial e do consumo em que vivemos, os produtos e utensílios lançados há três anos e até menos já não encontram no mercado peças de reposição. Uma denúncia insofismável de que o “mundo está em constante mudança e a maçonaria precisa estar atenta e presente nessas mudanças, sob pena de não mais ser necessária aos seres humanos”³ (Luiz Rebouças dos Santos, doutor em história, revista Acácia). Ninguém pode ficar alheio a isto, e não é somente o maçom, mas toda a humanidade, destaca-se o maçom por ser ele um construtor de amanhãs.

Irmãos, o futuro bate à porta de nossas Lojas e, com ele, o espírito do tempo! Como negar acesso?

¹Zahar Editores, Rio 1975

²Editora Artenova, SPaulo 1972

³Revista Acácia nº 90 revistacacia@terra.com.br

(Informabim 311 B)

INFORMABIM 310 A e B

COMO NA CANTIGA DA PERUA



Irm Antônio do Carmo Ferreira

Na consciência de cada um de nós está acesa a lamparina da responsabilidade para com os filhos, netos, todos os descendentes enfim. Nosso labor deverá ter essa direção, a construção de um futuro para nossos pósteros melhor que o que nos foi legado. A idéia do “pensamento pensante” reportada na filosofia hegeliana. Receber o conhecimento transmitido pela geração passada, apreendê-lo, mas submetê-lo à crítica, dar-lhe um novo modelo, adequado ao porvir. Talvez seja ele apenas uma inspiração ao que se não deva legar. Pelo que se percebe, as gerações do amanhã se recusarão a ser os recipiendários da “simples transmissão da herança dos antepassados”. Eles decerto aguardarão o “novo” gestado agora, resultando da “ruptura com o velho”. É bom manter a lamparina bem acesa, porque nossa geração será julgada no tribunal do amanhã segundo nossa ação ou omissão.

Um mundo melhor é a aspiração de todos. Tal desejo sempre foi o sonho da humanidade. Das gerações que já passaram, como o é de nossa geração, porque há o entendimento de que o ser humano é nascido para as coisas excelentes,“para as coisas melhores”. Se era bom para o passado e para o presente, como não ser para o futuro? O progresso será o caminho. Mas não se conhece progresso advindo da partenogênese. Nem também do ócio. É preciso muita transpiração no seu fazimento. Esse “maná” não mais virá do céu para ser colhido ao amanhecer. Esse presentão não se repetirá. Foi uma exceção. A regra será a adâmica, ele provirá do “suor do rosto”, da dedicação, do esforço, do atendimento às exigências desse novo tempo.

Então o progresso é sinônimo perfeito de educação. É uma opção. Trocar o nada pelo tudo. A ignorância pelo saber. O vício pela virtude. A mendicância pelo bem estar. Mas nenhum povo evoluiu, senão de mãos dadas com a educação. A nação que a priorizou, está aí com a sua gente dispondo de meios aprazíveis para a sobrevivência e o bem estar. Neste sentido quero lembrar a Finlândia, Singapura, a Coréia do Sul que não levaram mais de uma década para se tornarem grandes potências, face aos vultosos investimentos que fizeram no setor educacional. Nenhum país se tornou desenvolvido com educação subdesenvolvida.

Sabidos esses pressupostos, co-mo se sentirá o povo brasileiro com re-lação a seu futuro, do qual mais se afas-ta, empurrado por uma educação que desanda ? Em educação, o Brasil “anda pra trás”, é o que divulga, em comuni-cado recente, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais. Fico muito triste em repassar isto, mas cumpro o meu dever de acordar os que dormem num instante como este.

“Os números do ensino médio não surpreendem. [ ...] as taxas de reprovação mostram que o Brasil anda para trás. Em 2011, bateu o recorde dos últimos 13 anos [ ... ] O cúmulo do atraso escolar coube à rede municipal do [...], onde 62,5% dos alunos matriculados não obtiveram nota mínima para passar de ano. No século 21,o Brasil não acompanhou os avanços exigidos pela sociedade da informação no mundo globalizado. Janelas de oportunidade se abrem, mas os brasileiros ficam à margem por falta de qualificação.”

A educação é um direito de to-dos, proporcioná-la é um dever da Família e do Estado, assim estabelece a CF em seu artigo 205. Mas nós estamos com o Plano Nacional de Educação, na Câmara dos Deputados desde novembro de 2010, quando a sua vigência prevista era 2011 a 2020. Já estamos na metade de 2012 e o plano decenal da educação adormecido nas gavetas do Parlamento. Pra lamento !. E a educação pública, sendo a representação sonora “de pior a pior” como na cantiga da perua.

(Informabim 310 B)