quinta-feira, 21 de junho de 2012

INFORMABIM 311 A e B

O ESPÍRITO DO TEMPO E A MAÇONARIA


Irm Antônio do Carmo Ferreira

A COMAB pretende, em breves dias, colocar, em funcionamento, uma escola de âmbito nacional para a formação e aperfeiçoamento de seus quadros, a que chamamos de iniciados. É um projeto educacional que teve sua gênese no seio dos “independentes” de Pernambuco, ao criarem a ESAEM – Escola Superior de Altos Estudos Maçônicos.

Não é que antes tivesse deixado de existir o cuidado com esse compromisso para com os que ingressam na Ordem. Isto sempre existiu e com resultados positivos e promissores. O que se pensa agora é que se atenda ao espírito do tempo, praticando-se, na transmissão do saber maçônico e de seus princípios, a didática disponível que os nossos dias ensejam. Isto é, a utilização dos benefícios alcançados pelo progresso. E nisto é bom não demorar. Devemos mesmo é ter pressa.

Toynbee, o Arnold, em seu livro “O Desafio de nosso tempo”¹, adverte sobre a diminuição da quantidade de anos entre as descobertas que vêm marcando a evolução da humanidade. Isto se constitui, em seu modo de ver, grande desafio para os lerdos e omissos, porque haverão de sofrer os prejuízos, privados que estarão dos benefícios, ensinamento este, aliás, também do domínio da maçonaria, para quem mais se beneficiarão dos recursos da natureza os que estiverem mais bem preparados.

Pena que, nessas circunstâncias negativas, sejam muitos os inclusos. É o que entende Toffler, o Alvin, em seu livro “Choque do Futuro”². Nessa obra, ele informa que somente cerca de 5% da humanidade de hoje estariam conscientes e senhores dessa velocidade da inovação tecnológica. Os demais, e são bilhões de seres humanos, alheios às novas fronteiras irão padecer da tormenta do alheamento por muitos e muitos anos, simplesmente porque não se pode dar um break na marcha do progresso até que eles percebam que o futuro já está em nossa sala.

Nada obstante este quadro, outro dia bateu-me à porta grande alegria. Era ver que o cuidado da maçonaria para com a modernização de sua didática saía dos “5%” e buscava o universo. É o que pude apreciar através da revista ACÁCIA, edição 90, que vem de Porto Alegre. Diz, em sua Mensagem de página 3, “O desempenho dos oficiais responsáveis pela operacionalidade de ensinamento nas sessões, por vezes, fica devendo melhores execuções ... devemos revisar, urgentemente, nossas adequações ... atualmente os recursos audiovisuais disponíveis, principalmente para as entidades iniciáticas, estão cada vez em maior quantidade de opções, o que nos permite a criação de efeitos especiais que nos encantam cada vez mais”³.

Se a Maçonaria é uma escola, como o é, torna-se oportuno refletir que suas “instruções” ora em voga, foram escritas a um tempo em que a didática magna privilegiava a palmatória. Não era sequer o tempo do “giz e da saliva”, agora demais ultrapassado. No mundo do primado industrial e do consumo em que vivemos, os produtos e utensílios lançados há três anos e até menos já não encontram no mercado peças de reposição. Uma denúncia insofismável de que o “mundo está em constante mudança e a maçonaria precisa estar atenta e presente nessas mudanças, sob pena de não mais ser necessária aos seres humanos”³ (Luiz Rebouças dos Santos, doutor em história, revista Acácia). Ninguém pode ficar alheio a isto, e não é somente o maçom, mas toda a humanidade, destaca-se o maçom por ser ele um construtor de amanhãs.

Irmãos, o futuro bate à porta de nossas Lojas e, com ele, o espírito do tempo! Como negar acesso?

¹Zahar Editores, Rio 1975

²Editora Artenova, SPaulo 1972

³Revista Acácia nº 90 revistacacia@terra.com.br

(Informabim 311 B)

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