sábado, 21 de maio de 2016

INFORMABIM 401 (A e B)


O JORNAL IMPRESSO E SEU FUTURO

Irm Antônio do Carmo Ferreira

 

Tive minha preocupação aguçada, faz alguns meses, ao ler numa de nossas revistas maçônicas que o jornal impresso estava com os seus anos de vida chegando ao fim. Mais algumas décadas, poucas, e iríamos passar a ler em termos de registro histórico que em tempos remotos tivera existido um tal de jornal de papel.

Quando o rádio entrou em evidência, foi difundida a mesma notícia. O advento da TV também favoreceu o aparecimento de semelhante  previsão. Mas o jornal impresso continuou vivo, derrotando aquelas adivinhações.

Agora, com a chegada da internet, o assunto volta à mesa. E as bolas de cristal são acionadas com insistência, buscando-se saber por seu intermédio o ano em que o jornal impresso “sairá da vida e entrará pra história”.

Ora, o jornal de papel é produzido por empresas com grandes responsabilidades e compromissos em seu relacionamento com a sociedade. A vida de uma empresa não é uma brincadeira. Para sua existência e funcionamento são necessários investimentos de grande monta. E os empresários não são ingênuos a ponto de colocarem seus capitais em empreendimentos de vida efêmera, sem futuro.

Cito aqui dois exemplos. O Diário de Pernambuco, de circulação ininterrupta desde sua fundação em 1825,   transferiu suas instalações, acerca de cinco anos, para uma área muito maior que a utilizada até então, para o que, decerto,   fez grande investimento, modernizando o parque gráfico  e ampliando sua capacidade instalada. Seus dirigentes não fariam isto sem a previsão de um amanhã promissor e de muitos e muitos anos.

Igualmente acontece no âmbito do Jornal do Commercio (97 anos), também aqui de Pernambuco. O grupo  que possui a empresa não para de investir em sua modernização. Empresários experientes e de sucesso garantido em seus negócios não procederiam dessa forma, se não houvesse  futuro lucrativo para seu empreendimento.

Exemplos assim, de crença no jornal impresso, são encontrados pelo mundo afora, no Brasil e no Exterior.

E a inovação? Ah! A inovação tecnológica pode nos trazer surpresa, mas do ponto de vista favorável. Para isto, contudo, basta não descuidar. Estar atento ao espírito do tempo e adequar-se às sugestões que  a inovação ensejar. É aí que aparece a internet, como assegurou o Dr Maurício Hands, Presidente institucional do Diário de Pernambuco, em palestra no Rotary Recife (29/01/2016): “os jornais não serão substituídos pela internet, mas terão a sua missão complementada através dos portais e redes sociais”.

E disse mais: “Quem se informa apenas online corre o risco de ficar na superficialidade. É aí que entra o impresso, para fazer uma curadoria das notícias mais relevantes do dia e aprofundá-las, analisá-las”. Entendo também desta forma. A internet será uma grande aliada e favorecerá no crescimento quantitativo dos leitores do jornal impresso.

Em março de 2014, pesquisa do Ibope então realizada revelou que o jornal impresso do Brasil, comparado a outros meios de comunicação, é o que apresenta as informações com maior nível de confiança”. A pesquisa foi encomendada pela Secom da Presidência da República. E confirma o pensamento dos empresários da área.

Mesmo diante do alto percentual de analfabetos em nossa população; mesmo sabendo da precariedade de leitura com que nossa juventude é avaliada; mesmo convivendo com a minguada condição financeira de nosso povo que influencia na aquisição de bens como o jornal, livros e revistas; mesmo assim minha expectativa é a de que “os jornais impressos não terão fim” e que promissor é o seu futuro.

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