segunda-feira, 4 de abril de 2011

INFORMABIM 283 A e B

AVIVANDO A LEMBRANÇA

(Informabim 283 B)
Irm Antônio do Carmo Ferreira


O Presidente Barack Obama, dos Estados Unidos, esteve, recentemente, em visita ao Brasil. Na oportunidade, e no Rio de Janeiro, fez um belíssimo discurso, do qual pincei algumas passagens de que irei me valer nessa jornada sobre a melhoria da qualidade da educação no Brasil que ora empreendemos.

Disse o Presidente Obama que “o Brasil sempre foi o país do futuro, mas, agora, esse futuro está aqui” (Diário de Pernambuco, Recife, 21/03/2011) . Lembramos que essa história de o “Brasil, um país do futuro” vem do início do século passado e foi cunhada pelo escritor Stefan Zweig que usou a expressão como título de um dos seus livros. Depois o Alvin Toffler vem com o livro – Choque do Futuro – e, aí, falou claro e enfático, não só com referência ao Brasil, mas dirigindo-se a toda a humanidade – “o futuro está em nossa sala”.

Então o Presidente dos Estados Unidos nos alertou para isto, sem querer, mas fazendo o benefício de nos acordar para este grande momento. E consagrando sua qualidade de excelente líder, ensinou o ingrediente de como participar, desde agora, do fazimento desse futuro, de modo que ele seja realmente venturoso para nossos pósteros. Ensinou que “precisamos de um compromisso com a inovação e com a tecnologia”.

Ora, nós estamos convivendo com a elaboração do Plano Nacional de Educação que trata exatamente deste compromisso e deste assunto. É plano para dez anos que será convertido em Lei e se encontra na Câmara dos Deputados, precisamente na Comissão de Educação e Cultura. É necessário acompanhar e participar das discussões, pois educação, especialmente a melhoria de sua qualidade, não deve ser obrigação apenas do Estado, mas de todos os brasileiros.

Em artigo publicado no Jornal do Commercio (A escola pública é o resto ? Recife, 30/03/2011), o professor José Luís Simões – doutor em educação e docente da UFPE - caracterizou dois modelos de escola existentes em nosso País, a saber:
“No primeiro deles, encontramos as elites que estudam nos principais colégios das grandes cidades. Nas escolas limpas e que têm recursos para publicidade, encontramos organização administrativa e professores bem pagos, além de estudantes que certamente serão “doutores” concursados em cobiçados cargos públicos. Alguns possivelmente se dedicarão à iniciativa privada conduzindo negócios e empresas da família.


No segundo modelo de escola, encontramos as “subescolas”, a maioria das escolas públicas, com laboratórios desativados e professores desmotivados, onde estudam os filhos dos pobres, ou seja, a maioria dos cidadãos. É na escola pública que estão os filhos dos desempregados, o garoto que freqüenta o semáforo, que vigia os automóveis, o filho do flanelinha, da faxineira ou do porteiro do prédio”.


É, portanto, urgente se dá um basta nesta cruel desigualdade, da qual os grandes beneficiários são poucos, enquanto os contribuintes somos todos nós. A educação de nosso povo é o caminho. Deixa de ser um dos caminhos, para ser a via prioritária. E a vez está aí, quando se oferece ao País a oportunidade de um plano decenal para nossa educação, alocando recursos, condicionando meios. Cabe-nos a tarefa do estabelecimento das metas enquanto se discute o plano. Então ninguém pode se omitir da participação. Não basta “orar”, vem das sagradas escrituras, que o antecede do “vigiar”.

Pensemos nestas duas frases:

(1) “Vamos torcer e cobrar que nessa nova década a boa escola não seja apenas privilégio da minoria; que a escola pública alcance status para além de mero depósito de crianças e adolescentes pobres e, não raramente, famintos pela merenda”.(Doutor José Luís Simões)


(2) “Acreditamos que com a força de vontade, podemos mudar nossos destinos”.(Presidente B Obama)


Aceitando o conselho do Presidente Obama e o parodiando, é de se afirmar: sim, meus irmãos, nós também podemos (Yes, my brothers, we can too!) mas, disto, estejamos sempre avivando a lembrança.

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